CAPÍTULO 2

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17 de Março, 18h52, Dormitório número 522

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17 de Março, 18h52, Dormitório número 522.

- Você não disse isso! – Mariah gritou, jogando um pedaço generoso de papel celofane em Marcos.

- Por que não? Olha só como eles ficam sexy juntos! – ele rebateu, rindo da cara indignada da colega.

A dupla estava no dormitório de Mariah no campus, construindo a primeira maquete que a eletiva que cursavam juntos demandava. Era uma planta aberta de um apartamento, e o engenheiro estava determinado a colocar os bonequinhos em miniatura deitados na cama da suíte, juntos.

- A professora vai ficar puta da vida se vir que justamente os alunos que ela tem que não são arquitetos não estão levando a aula a sério. - a garota constatou, as duas mãos na cintura.

- Já sei. – Marcos a interrompeu, tirando o homenzinho da cama, para alívio da morena. Até substituí-lo por uma mulher. – Agora ela vai adorar!

- Marcos! – Mariah queria estar brava, mas só o que ela parecia capaz de fazer na presença do garoto era rir e rir mais um pouco. – Colocar um casal lésbico não vai deixar o trabalho menos esculachado!

- Claro, porque a obra de arte que você desenhou na parede da sala da maquete, vai. – de fato, a artista tinha se empolgado com o projeto, e enquanto deixou o garoto para medir e pensar o tamanho de cada cômodo, se dedicou a deixar sua própria obra de arte no pequeno pedaço de madeira. Não percebeu o que fazia até ter um emaranhado de pessoas rabiscadas em traços fortes por toda a extensão do que veio a ser a parede da sala.

- Vai dizer que ficou feio? - desafiou. Quando se tratava de sua vocação, ela não tinha problemas de autoestima.

- Ficaria mais bonito se fosse eu ali. - ele retrucou, apenas para provocar.

- Ah sim, porque você é por si só uma visão, não é mesmo? - Mariah bufou, levantando do chão para buscar uma latinha de cerveja para si e outra para o colega. Estava insuportável de calor naquele mês e estar enfurnados naquele quarto só piorava a vontade de ficar como veio ao mundo.

- Eu não falei mal da sua arte, senhora emocional.

- Então não vai se ofender com o adjetivo, senhor racional.

Eles pararam a discussão, olhando um para o rosto do outro e caindo na gargalhada mais uma vez.

- Tá, bonita, você quer expressar seus sentimentos em mais algum canto da lição de casa ou a gente pode ir comer um hambúrguer agora?

- Você tem dinheiro? Porque a sua feiura não vai conseguir nada de graça.

Marcos mordeu o lábio, como se tivesse vontade de segurá-la pelos ombros e chacoalhar até que admitisse que ele era bonito. Ele sabia que ela achava - já tinha pegado ela olhando um pouco mais enfaticamente para traços do seu rosto ou para a curva dos seus braços, assim como ele próprio já tinha feito com ela. Ao invés disso, usou aquela chance para deixa-la sem graça, o que tinha descoberto ser sua atividade extracurricular favorita do semestre letivo.

[Degustação] Amigos com BenefíciosOnde histórias criam vida. Descubra agora