[Degustação] Amigos com Benefícios

CAPÍTULO 8

3 de Abril, 12h44, Bandeijão

- Meu Deus! Como eu pude gostar de um imbecil como você? – Sabrina dizia, olhando para o teto como se realmente falasse com uma entidade superior.

- Eu que me pergunto! O que eu fiz pra merecer uma namorada que cheira a formol 24h por dia? – Hugo rebateu, coçando a barba cheia com entusiasmo.

- Ah, claro, porque isso é muito pior do que ter que aguentar um coxinha pé no saco que se acha no direito de ditar –

A loira não chegou a terminar a frase, ao que o economista bateu com as duas mãos na mesa do refeitório e rugiu como um touro, impaciente.

- Fala o que quer, mas não quer escutar, né? Agora fica aí, agindo como o animal que você é. – Sabrina jogou as costas contra a cadeira e o encarou com desprezo, despertando ainda mais a ira do outro.

- Eu juro que eu vou te esganar! – ele gritou, se jogando em cima dela e puxando seu pescoço para si.

Mariah, que assistia a cena embasbacada do outro lado da mesa, ameaçou levantar para impedir algum desastre de acontecer, mas foi impedida por Marcos, que a segurou no lugar.

Sem entender, ela se virou com os olhos arregalados para o engenheiro, gesticulando que eles tinham que fazer alguma coisa, mas Marcos não se afetou. Apenas colocou um dedo em riste nos lábios dela, indicando que ficasse quieta e indicou com os olhos a dupla de amigos-peguetes.

No meio tempo em que deixou de vigiá-los para questionar Marcos, a artista perdeu o momento em que eles tinham transformado a briga em um amasso elaborado.

Se beijavam fervorosamente, a bruxinha lhe puxando os cabelos, e ele quase fundindo seu corpo com o dela na mesma cadeira.

- Mas o que...? – Mariah balbuciou, sem entender, ao que Marcos deu de ombros.

- Ele a chamou de namorada no meio da briga. – explicou, baixinho para que só ela ouvisse. - Ainda não tinham assumido nada nesse nível de compromisso, o que transformou a briga em tesão. É bem comum de acontecer, acho que só não funcionaria com você. Afinal, você parece imune a essa palavra, senão eu já tinha te conquistado.

Mariah sorriu, achando graça da conclusão dele sobre o assunto.

- Se você diz... Que escolha eu tenho senão acreditar, né? – disse, tranquila, recebendo um abraço de lado de Marcos, enquanto deixavam o bandeijão para trás.

- Viu só como eu te eduquei bem? – ele brincou, logo reclamando do tapa recebido no alto do estômago. – Mãozinha pesada...

4 de Abril, 9h32, Sala 1004

A professora Rosa havia pedido a todos os seus alunos de Construção Visionária que se juntassem em duplas para discutir o novo projeto em que trabalhariam.