Capitulo 14

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Quando lhe roçou o mamilo com uma unha, ele lançou um assobio. Perplexa perante a sua reação, voltou a fazê-lo.

— Tem cuidado ou terei de te devolver o favor– disse ele.

  Perdida num torvelinho de desejo, roçou-lhe os dois mamilos ao mesmo tempo.
  Ele empurro-a para a deitar de costas e levantou-lhe a t-shirt. Agarrou-lhe um dos mamilos com a boca lambeu-o e acariciou-a com a língua.
    Ela experimentou uma sensação inédita, que aumentou o desejo de que ardia sobretudo entre as suas coxas.
   Enquanto ele se dedicava ao outro mamilo, afundou-lhe os dedos no cabelo. Daquela vez, ele usou os dentes.

   Ao sentir a excitação dele contra a coxa, mexeu a perna contra a prova evidente do seu desejo. O puxão do cordão no tornozelo quebrou o feitiço. A realidade do que estava a fazer atingiu-a com força.

  — Não ! — gritou enquanto o empurrava pelos ombros, até que levantou a cabeça. Ao ver seus mamilos corados e húmidos, sentiu-se consternada. Ela não era como os seus pais.
  — O que foi?— perguntou ele com voz rouca.
  — O que foi? Tudo! Para começar, afasta-te de mim— disse ela, empurrando-o com mais força.
  — Ainda há pouco, estavas a gemer.
  — Felizmente, recuperei a razão. Afasta-te  e tira-me a...corda que me puseste no tornozelo.
  
   Ele afastou-se lentamente, mas não antes que ela voltasse a sentir a sua excitação.
   Tyler voltou a deitar-se de lado, apoiando a cabeça no braço dobrado. Olhou-lhe para os seios. Ao dar-se conta, ela compôs o sutiã e baixou a t-shirt.

  — Não gosto de mulheres que dão uma no cravo e outra na ferradura.
  — Uma mulher tem direito a dizer que não.
  — Respeito-o totalmente, mas as tuas palavras e os teus atos não batem certo. Desejas-me quase tanto como eu a ti, por isso, cheguei à conclusão de que se trata de uma artimanha para me dar falsas esperanças até que esteja tão cansado que não ofereça muita resistência as tuas exigências.
  — Bom, tens uma opinião muito má de ti mesmo ou muito elevada das minhas habilidades sexuais.
  — Ao contrário de ti, não tenho medo de reconhecer que te desejo, o que quase me incita a pedir-te que me digas o que queres para que acabemos este aperitivo e passemos ao primeiro prato.
   — Só quero que me ouças. Disseste que falaríamos de manhã.

  Ele levantou-se da cama com graciosidade e agilidade de um animal selvagem.
   Ela engoliu em seco perante a prova inconfundível da sua excitação quando ficou à frente dela.

  — E é o que vamos fazer. Vamos para a cozinha. A cafeína é um mau substituto do sexo, mas terá de servir— disse ele e saiu do quarto.

   Ela ficou na cama, cheia de pânico e confusão. Se lhe tivessem dito que estaria na cama de Tyler Scott poucas horas depois de ter conhecido, ter-se-ia rido à gargalhada. Mas o que Tyler tinha despertado nela assustava-a e excitava-a ao mesmo tempo.
  Fechou os olhos com força e contou até dez. O quanto antes que falasse com ele e voltasse para Las Vegas, melhor.

    Afastou o lençol e adotou uma posição que lhe permitisse desatar o tornozelo. O nó desfez-se com surpreendente facilidade. Como da vez anterior, poderia ter-se liberado quando tivesse querido.
   Ter relações sexuais estando atada era algo que nunca lhe tinha ocorrido. Mas, naquele momento, apoderou-se da sua mente a ideia de estar atada enquanto Tyler a libertava das suas inibições.
    Cheia de desejo, levantou-se de um salto. Como a t-shirt lhe chegava aos joelhos, decidiu vestir-se depois de ter falado com Tyler. Não lhe apetecia enfiar-se no vestido, nem calçar os saltos altos.

   Descalça, saiu do quarto e procurou a cozinha. Quando a encontrou, sentiu vontade de chorar de inveja. Estava equipada com eletrodomésticos de último modelo e num canto havia um porta-garrafas que ia do chão ao teto.

  — Tudo isto para dois dias?— perguntou ela.

  Ele sobressaltou-se perante as suas palavras. Antes que pudesse esconder as emoções, Brianna notou-lhe uma grande tristeza nos olhos, que desapareceu em questão de segundos.

  — Adequa-se às minhas necessidades.
  — Era capaz de me matar para ter algo do género no meu restaurante.
  — Tens um restaurante?
  — Ainda não. Estaria prestes a inaugurá-lo se a TSC tivesse cumprido o seu compromisso.
  — Pois, os pecados dos tubarões empresariais imaginários.
 
  Tyler ligou a máquina de café, apertou um botão e os grãos de café começaram a ser moídos.

  — Não são imaginários. Espera, estás a fazê-lo mal. Com o calor, os grãos expandem-se, por isso tem de haver menos quantidade para lhe extrair o máximo de sabor. Deixa-me fazê-lo. — aproveitou a ocasião para fazer algo útil e deixar de olhar para as costas nuas de Tyler, nas quais se imaginava a cravar as unhas num arrebatamento de desejo.

  Ele apoiou a anca na bancada e cruzou os braços, enquanto ela tentava não olhar para ele.

  — Como sabes fazer tantas coisas?
  — É essencial na minha profissão — depois de pôr a quantidade adequada de grãos de café, apertou o botão para os moer.

Jogando com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora