Capítulo 5 - Sangue deve ser vermelho

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Mãe: E se eu não matá-la?
✓ Ela está na última fase. Se ela esbarrar em alguém por poucos segundos que seja, ela estará trancada naquele lugar.
Mãe: O que eu devo fazer?
✓ Mate-a.

A mulher não queria seguir aqueles conselhos. Fez algumas buscas na internet e percebeu que o que lhe disseram era verdade. Pela pouca idade da garota, ela não tinha pecados tão duros que não pudessem ser absolvidos no céu. Apesar disso, a senhora não sabia e ainda não aceitava ter de matar sua filha.

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Levantei-me e dei mais alguns passos. Eu não queria ir, estava com medo. E era essa mistura de medo, angústia e solidão que me faziam andar para perto deles.

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"Como posso ter que matar minha própria filha? Por que isso foi acontecer logo com ela?" pensou a mãe ao não conter suas lágrimas.

Bela: AAAAAAAAAAAAAAAAH!

A mulher foi correndo para o quarto, na expectativa de que sua filha tivesse acordado de um pesadelo, porém ela continuava a dormir. A mãe de Bela foi até a cozinha, pegou uma faca e entrou no quarto novamente. Já havia escolhido o objeto, mas não a forma que a mataria.

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Bela: Parem de falar comigo. Parem de me chamar. PAREM!

Eu estou preocupada com minha posição, que está ficando cada vez mais perto deles. Não há obstáculos nem dores nessa sala, dores físicas pelo menos. Essa lavagem cerebral está destruindo-me. Eu queria seguí-los e fazer com que essa dor parasse, mas sei de alguma forma que ao tocá-los essa dor será maior.

Estou a pouco menos de seis passos para alcançá-los. Não há porta nessa sala e nem para onde fugir. Ou eu toco neles ou eu continuo ouvindo-os me chamarem para um lugar melhor. Isso me destrói, eu sei que não há lugar melhor mesmo que eu os abrace.

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Bela não parava de gritar, e sua mãe não suportava mais. Cortou os pulsos da garota como uma pessoa que procura suicidar-se. O sangue que jazia do braço da menina está no tom vermelho escuro, meio marrom.

A moça levou sua filha até o jardim, deixando rastros de sangue em todo o trajeto. Abriu uma cova e, antes de colocá-la, percebeu que ela ainda respirava. Deu um corte então na veia jugular (no pescoço) e a empurrou para o buraco.

Posteriormente, recolocou a terra na cova, enterrando a jovem e pôs-se a chorar.

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