O mistério do Crime

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À sua frente, Noah parecia incomodado. Tinha ouvido a história que Agatha lhe contara, mas sabia que algo não estava bem.

- Então, deixe-me ver se entendi: a tia foi a casa dos Brown, falou com a mulher do falecido, e esta falou-lhe de uma rapariga que causou o caos à família, que por sinal desapareceu sem dar nas vistas.

Embora Noah tivesse 16 anos, era muito inteligente, e Agatha sabia muito bem como utilizar aquela inteligência. Afinal o pequeno voluntariara-se para ajuda-la no caso, o que viria a ser uma mais valia.

- É exatamente isso.

- E ela, não lhe disse quem era, ou onde morava? Ou o porquê de se ter mudado para aqui? - disse Noah confuso, coçando a cabeça.

- Não, só disse que o marido a tinha ajudado, e que se sentia grata por isso.

- Bom... eu posso perguntar na taberna, se conhecem alguém que se mudou para St.Mary recentemente, e ver se descubro mais sobre essa rapariga misteriosa.

- Ah! Fazias isso, querido Noah?

- Claro tia! Eu tenho de ir à vila por causa de uns pedidos que a Neida me fez, então aproveito e procuro alguma informação. - disse, enquanto se levantava e vestia o casaco.

- Ah! Muito obrigada, eu vou trabalhar um bocado no piano. Tenho de acabar uma música, quero que corra tudo bem no baile! - disse rindo-se ligeiramente. - Depois diz-me aquilo que descobriste.

- Sim! - disse saindo apressadamente.

- Neida! - chamou Agatha.

Neida veio o mais rápido que pôde. Esta podia já ter uma certa idade, mas continuava ágil.

- Sim, menina Agatha? Precisa de alguma coisa?

- Sim, preciso. Preciso que venha comigo até ao rio. A senhora está sempre aqui fechada, nesta casa. Precisa de apanhar um ar fresco, não acha? Aliás, andar só lhe vai fazer bem.

- M-m-mas , a senhora não ia passar a tarde a trabalhar no piano? Eu até pensei em ir ler para não a incomodar.

- A música já está feita. Eu só disse isso para ter a certeza que a senhora ía ficar disponível a tarde toda, e que Noah demorava mais tempo na vila.

- Pronto, se a senhora insiste... - disse, olhando para o chão.

- Sim, por favor vá-se preparar, vamos sair daqui a dez minutos.

Dez minutos mais tarde, Agatha saíra de casa com o braço de Neida em volta do seu, como apoio.

Ao longo do caminho, Neida falava com Agatha sobre a sua infância: como ela adorava andar de bicicleta, ou, da vez em que se aleijara por cair de uma árvore, a tentar ajudar um gatinho que tinha subido à mesma.

Embora a conversa fosse muito interessante, Agatha estava com a cabeça noutro lugar. Passara o caminho todo a remoer numa questão. Porquê? Será que Eva teria a coragem de assassinar o marido? Razões não lhe faltavam, mas seriam suficientes para cometerem o ato?

Mal vira a ponte ao longe, Agatha apressou-se a aumentar a velocidade dos passos, o plano era simples: iria sentar Neida num canto, enquanto iria procurar por evidências. Fora ali que Daniel morrera, tinha de haver algo lá.

Como era esperado, a área estava toda vedada pela polícia, mas, no momento, não se encontrava lá ninguém. Era o momento perfeito para " vasculhar" o lugar.

Depois de se certificar que Neida estava bem acomodada num banco, Agatha começou por se aproximar da margem do rio. Fora naquele preciso lugar, que Daniel tinha sido encontrado. Agatha logo procurou por uma pedra, uma pedra suficientemente grande e pontiaguda para causar o ferimento na nuca, mas ali só se encontravam pedras pequenas. Eram suficientes para causar um corte, mas não o suficiente para matar alguém.

Agatha também estranhara a posição do corpo. Daniel fora encontrado de barriga para cima. No entanto, tinha o corpo encolhido, em forma de concha, o que, para alguém que tinha, supostamente, batido com a cabeça, não é uma posição muito característica. Outra coisa que incomodara a Agatha, era o facto de não saber porque é que Daniel estivera ali. Talvez tenha estado com a rapariga misteriosa, ou simplesmente quisera fugir do quotidiano. Era tudo muito misterioso e só havia uma maneira de resolver aquilo.

Agatha voltou para o banco, onde Neida estava, e decidiu dizer-lhe que se iam embora. O tempo piorara: o vento tornou-se mais forte e frio, e as nuvens davam indícios de começar a chover.

Claro que Agatha estava desapontada, não conseguira encontrar nada que lhe desse uma luz ao de esperança ao caso. Só esperava que Noah tivesse tido mais sorte.

Ao chegar a casa, Agatha olhou-se mais uma vez ao espelho. Agora a sua popa estava toda desfeita, e as olheiras tinham piorado.

Na sala de estar, estava Noah com um jornal nas mãos.

Os cabelos alourados estavam todos despenteados, no entanto, não deixava de ser charmoso. Com um metro e setenta e uma atitude encantadora, Noah já partia muitos corações. Mudou-se para a casa da tia depois do divórcio dos seus pais. Ele decidira que não ia escolher entre o pai e a mãe, e aos invés disso, quis criar uma vida longe de toda aquela confusão que se tinha instalado na sua casa. Essa vida só poderia existir se se afastasse da cidade, e de todos que conhecia. De vez em quando ainda recebe telefonemas da mãe, mas do pai nunca mais soube de nada. Espera que esteja feliz com a nova família, embora não queira saber.

- Noah... - chamou Agatha, aproximando-se do pequeno.

- Tia, fiquei preocupado, a senhora tinha dito que ia ficar no piano e eu presumi que estivesse cá! Onde foi?

- Ao rio. - disse Agatha sentando-se na sua poltrona.

- Ah! Já era de esperar. - disse, sorrindo ligeiramente. - E então que descobriu? - perguntou Noah entusiasmado.

- Nada de nada. Quer dizer, tirando o facto de ter descoberto que Daniel não morreu por bater com a cabeça numa pedra... mas isso eu já suspeitava. E tu? Diz-me que descobriste algo por favor, eu estou a precisar de boas notícias.

- Bom, então eu acho que isto vai alegrar a tia. Eu descobri que a rapariga que Eva Brown falou, chama-se Audrey Watson. No início estranhei, pois eu sabia que aquele nome me era familiar, mas foi aí que me lembrei: a Audrey é aquela rapariga cuja mãe morreu. Ela veio para cá para recomeçar a vida.

- Coitada! Eu lembro-me o escândalo que foi, pois a família tinha-lhe tirado todos os bens. Talvez Daniel a tivesse salvado da vida de miséria, se calhar foi isso! Bom, isto sim já é alguma coisa. Amanhã vou falar com o inspetor. Ele também deverá saber de alguma coisa.

O cheiro a carne assada invadiu a sala. Neida tinha acabado de fazer o jantar.

Depois do jantar, Agatha recolhera-se mais cedo, tinha o propósito de acordar cedo, pois queria ainda procurar por Audrey, e saber o motivo do seu desaparecimento.

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OIIIIII! Bem este é o meu novo capítulo, desta vez demorei mais tempo a postar ,mas prontos ele já está aqui!

Uma coisa que me tenho esquecido de dizer, é para além de queres que voçês comentem, porque já expliquei, que isso é muito importante para mim, vocês por favorzinho VOTEM!!!!!! xD

Eu tenho me esquecido de mencionar a importancia de votar mas por favor isso não custa nada, é só clicar na estrelinha e está feito! Só demora um segundo xD

E por fim, obrigada por lerem, até à próxima! <3 

Uma Traição MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora