Um novo caso?

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A manhã de Agatha não poderia ter começado da pior maneira. Na primeira página do jornal matinal vinham más notícias:

" ARLETE CLARK MORRE!"

" Arlete Clark foi encontrada no quarto, brutalmente esfaqueada.

A família Clark começou as investigações esta manhã, mas ainda não descobriu nada de concreto."

"Meu Deus" pensava Agatha. Duas mortes na mesma semana era algo que a assustava. O que mais poderia acontecer? Quem seria o seguinte? Mas havia uma questão persistente na cabeça de Agatha: Será que estas duas mortes têm alguma ligação? E se sim, como é que podem estar interligadas?

O cheiro do pão acabado de fazer despertou Agatha dos seus pensamentos. Agatha olhou para a janela. Estava um tempo agitado, ainda não parara de chover e o vento era tão forte que parecia que ia partir as janelas. Agatha decidira que hoje não iria sair de casa, não com este tempo, o que a revoltava e muito, pois queria descobrir mais sobre o caso de Daniel e sobre a rapariga desaparecida, Audrey.

- Tia!- chamou Noah.- Más notícias?

- Terríveis! A filha mais velha dos Clark, morreu!- disse concentrando-se agora em comer.

- A Arlete? Meu deus! Como?

- De esfaqueamento, parece-me. Não faz sentido, quem iria querer matar aquela pobre rapariga?

- A tia conhecia-a?

- Sim, eu conheço a família Clark. Boa gente!

A Arlete era a filha mais velha de Elaine e Max, a seguir vem a irmã do meio, Lauren Clark, ela não está na vila, viajou pouco antes de vires para cá, mas é boa rapariga, formou-se em medicina, e mudou-se para a cidade para lá trabalhar. A seguir temos as filhas mais novas, Evellyn e Katherine, são gémeas, estão ambas a acabar um curso, Evellyn seguiu literatura, já Katherine seguiu psicologia, diz que adora aquilo, e acho que é capaz de ter um futuro brilhante.

- E em relação aos pais? No que é que eles trabalham? – perguntou Noah.

- Bom... a Elaine é dona de casa, ela fica lá a tratar dos criados, e claro dos assuntos com o marido, quando pode. Em relação a Max, é um homem de negócios, é dono de uma grande empresa de têxteis, diz que já conquistou o comércio internacional e tudo!

São uma família de boas maneiras!

- Por acaso, a tia já pôs em questão que talvez tenha sido por causa da riqueza deles que tenham matado a filha mais velha? Pois talvez seria um alvo fácil, não sei.

- Bom... é uma boa razão, mas não sei se é a verdadeira. Eu estive aqui a pensar com os meus botões, e se... a morte de Arlete é algo relacionado com a morte de Daniel?

- Mas... Como? Não estou a perceber nada- disse Noah começando a ficar irritado.

- Não sei, mas algo me diz que eu devo investigar também o caso de Arlete e ver se há alguma relação com Daniel.

- Bom, vê-se mesmo que a tia adora complicar as coisas. Cá para mim é algo muito simples e nós estamos para aqui a fazer uma tempestade num copo de água.

- Numa tempestade isto já está. Não dá para piorar.

Bom, agora, meu querido Noah, vamos acabar de tomar o pequeno- almoço sossegadamente. O dia vai ser longo, e eu ainda tenho muita coisa em que pensar antes de começar a tomar decisões.

O resto do dia, Agatha passou-o no piano, decidiu apagar a música que tinha criado, e recomeça-la do zero. Foi uma decisão dolorosa, pois já faltava pouco tempo para o baile, mas não ia tocar aquela música, não se sentia segura ao tocá-la, e mais valia recomeçar tudo do zero.

Uma Traição MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora