- Ai chatas, presentem-me lá o tal Alex. – Nádia suspirou.
- E tu e o Miguel? – Eu perguntei. – Já é oficial?
-Ainda não, mas vamos jantar hoje. – Lia sorriu. – Estou com esperança que ele me peça hoje em namoro.
- Finalmente. – Eu abracei-a.
Já tinhamos andado um pouco mais que um quilómetro e estava a correr muito bem, claro que a conversa fiada e as nossas parvoíces influenciavam a passagem do tempo.
- Há muito tempo que já não fazia exercício. – Bebi água e sentei-me no banco do jardim. – Vou começar a praticar mais.
- Eu junto-me, todos os dias de manhã fazemos uma caminhada. – Lia sentou-se ao meu lado. – Noa lembrei-me de uma coisa, será que hoje vocês podem ir para minha casa, para eu estar sozinha com o Miguel em casa dele? – Perguntou envergonhada.
- Sim não te preocupes, só tenho de avisar o Tiago. – Sorri.
- O Tiago fica bem com o Felipe! – Nádia piscou-me o olho.
- Já agora, o Tiago não estava lá em casa? – Lia questionou.
-Foi-se embora no carro do Felipe, eu vi-os da janela. – Nádia concluiu. – Tudo apaixonado e eu aqui.
- Visto que a Nádia está desesperada, vamos voltar para casa, tomar um banho e vamos ter com o Alex ao bar. – Eu sugeri.
- Vocês matam-me.10:31
- Eu não acredito que me vais obrigar a conduzir o carro da tua mãe. - Sentei-me no lugar de trás observando a Nádia a queixar-se. – Tenho a carta há um mês.
- Anda lá, tu és uma boa condutora, tenho quase a certeza. – Lia encorajou-a – A minha mãe não vai dar conta.
Nádia tirou o carro da garagem. Notava que ela estava apreensiva, o que era normal. Lia, com toda a sua calma, ligou o telemóvel ao radio colocando o volume no máximo. Por onde passássemos, por cada semáforo que parássemos toda a gente olhava para nós.
- Nádia estás muito tensa! – Lia tocou-lhe no ombro mas ela estremeceu fazendo-me gargalhar.
- Parem ou vão-me desconcentrar.
Voltei a sorrir e olhei pela janela, estou grata por o tempo ter mudado e os raios de sol não terem vergonha de aparecer.
Acabamos por decidir vestir uns biquínis pois Nádia queria ir à praia visto que eram os seus últimos dias cá.
- Nádia olha a passadeira! – Ouvi Lia erguer o seu tom de voz.
Nádia perdeu o controlo do carro dando um toque numa árvore e quase atropelando a senhora. Saímos do carro e olhamos para a parte direita do carro um quanto danificada, o para-choques estava riscado, a tinta estava um pouco estalada, mas nada de muito grave mas os faróis estavam todos partidos.
- Ai meu Deus, o que vamos fazer agora? – Perguntei assustada
- Agora vamos ter com o Pedro que ele deve saber o que fazer. – Lia respondeu totalmente desesperada.
- Mas vocês estão malucas. – Uma senhora com o sotaque bastante carregado do Porto veio ter connosco. – Ia morrendo, é bem feito o que aconteceu ao carro.
- Minha senhora, com todo o respeito vá para casa e beba um chá que isso passa.
- Mal-educada. – A senhora mandou com o saco das compras à Lia fazendo-a vacilar um pouco, mas sabia que Lia não estava para chatices por isso manteve-se calada e a senhora foi embora.
- Noa conduz tu. – Nádia atirou-me com as chaves.
- Eu não tenho a carta, só tenho algumas aulas de código. Por falar nisso tenho de ir a uma escola de condução para tirar a carta.
- Noa, não é tempo para pensar nisso. – Lia acordou-me. – Conduz vá.
Entrei no lugar do condutor e em cinco minutos chegamos ao bar.
- Há ali um lugar, esatciona rápido. – Nádia apontou.
Saimos do carro num ápice e entramos dentro do bar.
- Lia, minha querida hoje é o teu dia de folga. – O dono do bar falou.
- Eu sei, mas eu preciso de roubar o Pedro por um minuto. – Ela deu-lhe um sorriso falso.
- Eu não devia deixar, mas visto que ele está na pausa dele eu vou deixar.
- Noa vai lá tu que contigo ele vem mais rápido. – Nádia sugeriu.
Dirigi-me até à sala dos trabalhadores, onde toda a minha história com ele começou. Bati à porta e entrei apressadamente, estavam apenas três rapazes lá sentados, o Pedro, o Miguel e o Alex.
- Bom dia amor, vieste-me fazer uma surpresa. – Pedro levantou-se da cadeira e beijou-me a testa. Corei com o que ele me tinha chamado, principalmente à frente dos amigos.
- Precisamos de ti é uma emergência. – Puxei-o pela mão e os outros rapazes vieram atrás de nós.
Eu, Lia e Nádia conduzimo-los ao carro da mãe dele.
- Lia o carro novo da mãe! – Pedro passou as mãos pela cabeça.
- A culpa foi toda minha Pedro, eu pago o que for preciso. – Nádia acusou-se.
- A culpa não foi tua Nádia, foi de todas. – Pedro colocou os ombros por cima dela na tentativa de a acalmar.
- Se ela não sabe conduzir. – Alex brincou. Era uma grande característica dele, tudo era levado na brincadeira, mas como é óbvio isso tinha pontos negativos e nem sempre devia ser usada, e esta era uma dessas situações.
- Mas quem és tu? – Nádia virou-se para ele indignado.
- É o Alex. – Eu e a Lia respondemos em conjunto, e ela arregalou os olhos. Naquele momento deu-me vontade de rir pois nós tínhamos-lhe falado maravilhas do Alex, e este não tinha sido um bom começo para eles.
- Calma lindinha, não precisas de ficar tão tocada. - Alex piscou-lhe o olho continuando com um sorriso malicioso na cara, e esta revirou-lhe os olhos.
- E se fossemos buscar tinta preta e pintar o para-choques. – Lia sugeriu e mais uma vez o Alex gargalhou.
- Alex, isto não é engraçado porra! – Lia respondeu e ele levantou as suas mãos como se estivesse a render.
- Eu vou levar o carro à oficina de um amigo amanhã, só espero que a mãe não chegue entretanto. – Pedro suspirou. – Ai meu Deus, o farol está todo destruído, não resta lá nada.
- Isso não estava assim! – Lia exclamou. – Noa eu disse-te para conduzires mais devagar!
- Tu tens a carta? – Pedro olhou para mim.
- Não...
- Mas vocês andaram a beber. – Pedro ralhou. – Isto é uma inresponsabilidade.
Permanecemos caladas, não havia nada a dizer. Olhei para os outros dois rapazes, faziam algum esforço para não se rirem da nossa cara.
- A mãe não vai dar conta. – Lia tentou acalmá-lo.
- Não interessa. – Pedro falou mais baixo desta vez. – Se ela descobre estás feita Lia!
- Eu também sou responsável. – Falei defendendo a minha amiga.
- Ah pois deves ser que vocês as duas juntas são piores que o diabo. – Miguel atirou rindo-se contagiando-nos a todos.
- Vá, vamos parar com este assunto, agora não há volta a dar, já está feito. – Alex falou. – Ainda temos dez minutos de pausa, visto que o bar está completamente vazio ainda temos mais uns minutinhos extra.
- Então visto que é cedo, podes fazer-nos um cocktail de fruta para melhorar o dia. – Nádia bateu-lhe no ombro.
- Eu disse que estava na minha pausa, mas visto que eu sou um bom rapaz, eu vou fazê-lo. – Alex sorriu e foi à nossa frente.
- Amanhã vens comigo ver do carro? – Pedro colocou o seu braço sobre os meus ombros.
- Claro visto que eu fui uma das culpadas. E quero que me leves a uma escola de condução para acabar de tirar a carta.
- Para haver mais um perigo na estrada? – Brincou.
- Olha Pedro, o acidente não aconteceu comigo! – Empurrei-o. – Fui eu que as trouxe em segurança! – Pedro gargalhou e quando dei conta já estavamos a entrar na salinha de estar.
- Hoje vou dormir a tua casa. – Sussurei-lhe ao ouvido.
- Estou a ver que gostaste! – Pedro olhou-me com um sorriso provocador.
- Parvo! Não é nada disso, a Lia vai sair com o Miguel e depois vão para casa dele.
- Então os teus amigos também vão?
- Sim.
- Oh, já não podemos estar sozinhos. – Beijou-me a bochecha.
- Já te chegou de manhã. – Brinquei e desta vez beijei-o nos lábios.
-Podem me explicar o que iam fazer com o carro da mãe, só mesmo para concluir a conversa. - Pedro abraçou-me à espera de uma resposta, que foi dada pela Lia.
-Viemos visitar-vos. - Sorriu sínica.
-Sim claro. - Pedro revirou os olhos.
-Viemos ver as vistas. - Nádia olhou para mim e Lia, despertando algumas gargalhadas em nós.
-Não percebi. - Miguel interrompeu.
-Coisas nossas. - Lia ripostou.
-Vocês lá sabem.
-Vá Nádia, o Alex não está aqui agora. - Lia sorriu. - Viemos arranjar um date à Nádia.
-E já arranjaram esse date. - Alex entrou com os nossos cocktails.
Reparei que Nádia corou, e começou a mexer no seu telemóvel como sempre faz. -Ainda não. - Eu respondi.
-Então logo à noite vamos sair os dois. - Alex entregou o cocktail à Nádia. - Espero que não tenhas planos.
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Sem Álcool
Novela Juvenil• Concluída • É com muito amor e carinho que escrevo este livro. Não consigo descrever a felicidade que tenho guardada dentro de mim, pois finalmente 2 anos sem produzir nada, finalmente consegui tirar algo do meu coração. Poderão haver algum...