Parte II - 19

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Mansão O'Connor:

Os empregados da mansão se puseram em duas filas no salão de entrada - uma de cada lado da porta - e assim que Hugo O'Connor passou por eles, todos fizeram uma mesura e em coro disseram:

- Bem-vindo de volta, jovem mestre.

E sem que sequer precisasse dizer algo ou dar um comando, algumas empregadas foram até ele e lhe tiraram o casaco e o cachecol, assim como também lhe ofereceram tolhas úmidas para que pudesse limpar as mãos. Após isso, Holly surgiu e também vez uma breve mesura.

- Bem-vindo de volta, jovem mestre.

- Holly - Hugo a chamou sem nenhuma enrolação -, onde ela está?

- A Sra. Minerva o aguarda no jardim - Holly o informou. - O levarei até...

- Não precisa - Hugo a interrompeu. - Eu sei o caminho.

- Como o senhor desejar - ela fez uma mesura em respeito a vontade de Hugo.

- Mais uma coisa - ele lançou um olhar sério a ela -, prepare minha "vestimenta" para o baile.

- Como o senhor desejar, jovem mestre - ela fez uma breve mesura e deu passagem para que Hugo seguisse.

Enquanto observava o garoto se distanciar aos poucos, Holly acabou por adotar uma expressão de preocupação em sua face, e, vendo aquilo, a Emprega-chefe deu um leve tapinha no ombro da garota.

- Não precisa ficar tão preocupada assim - a Emprega-chefe disse. - Hugo não fará nada perigoso... pelo menos é o que eu realmente espero.

Desde que chegara ali acompanhando Hugo, Holly acabou por se envolver bastante com duas pessoas da mansão: Walter e a Emprega-Chefe. Ela percebeu que o garoto agia de maneira diferente quando se dirigia aos dois, ele agia com respeito e reconhecimento, como se estivesse se dirigindo a um mestre ou professor.

Os dois empregados da casa também perceberam que Hugo parecia depositar uma grande confiança em Holly, além de respeito e reconhecimento também. Embora não exibissem, ambos estavam contentes e satisfeitos, mesmo que fosse apenas uma única pessoa, Hugo ainda parecia confiar em alguém.

Mas havia algo que os dois empregados também perceberam sobre Holly.

Mesmo dizendo que tudo o que ela fazia era por respeito e gratidão a Hugo, ela mesma parecia não ter percebido que havia um outro sentimento além desse. Ela não o via apenas como um patrão ou seu contratante, ela o via como um amigo próximo, e se importava com ele da mesma maneira que um.

Vendo Hugo se distanciar, ela acabou por notar que as costas do garoto pareciam estar mais largas e seus passos pareciam estar mais firmes. Mas quando foi que ela começou a reparar naquilo?


◊◊◊


Já era próximo dás cinco da tarde e mesmo assim havia uma adorável brisa refrescante no jardim.

As folhas das árvores e flores dançavam ao toque do vento, assim como os longos cabelos pretos da mulher sentada a mesa de forma elegante enquanto segurava uma xicara de chá em seus dedos.

Ela possuía a pele alva e olhos tão verdes com jade, e seus lábios eram tão rosados e delicados que faziam a aparência da mulher por si só se parecer muito com uma boneca de porcelana. Vendo ela ali, sentada daquela maneira elegante e com aquela aparência tão delicada, passava facilmente a impressão de ser tão frágil que poderia se quebrar até com o mais leve toque possível.

A Cidade Escolar (Light Novel Project Pt-Br)Onde histórias criam vida. Descubra agora