A Cidade Escolar (Light Novel Project Pt-Br)

Parte I - 01

Escola Sant'Angelus:

"Há aproximadamente mil anos atrás, quando a humanidade chegou ao auge de toda a sua inteligência, uma raça que os próprios humanos batizaram de 'Anjos' surgiu e levou toda a espécie humana à beira da extinção na maior guerra de toda a história. A guerra durou por dez anos seguidos e cada vez mais os humanos eram encurralados para a própria extinção."

"Sem saber o que fazer, os humanos se entregaram a sua própria sorte, quando a solução chegou; um grupo de doze monges ensinou a humanidade como controlar a energia que chamavam de 'Spirituali', energia que vinha do espírito, mente e corpo, e assim a humanidade conseguiu contra-atacar os Anjos vencendo a guerra que durou dez longos anos."

"Mas aquilo era apenas o início da verdadeira dizimação da humanidade; um vírus desconhecido se propagou por vários lugares do planeta e ninguém conseguiu encontrar uma cura. Sem nenhuma solução descoberta até então, os líderes dos países restantes se juntaram e construíram o que hoje conhecemos como os 'Domos', cidades que foram construídas sob a proteção de estruturas semelhantes às de um domo, também criando tuneis de ligações que permitiam as pessoas viajarem entre as cidades."

Todas as mesas dos alunos estavam equipadas com um monitor que exibia as mesmas imagens que estavam sendo exibidas na lousa digital atrás do professor enquanto ele lia o pequeno resumo da história.

"Como não havia cura para o vírus, milhões foram infectados enquanto outros milhões conseguiram escapar se refugiando nos Domos e com o passar de quase seiscentos anos, alguns desses Domos começaram a ficar superpopulados, obrigando a muitas pessoas migrarem para as cidades com pouca habitação. Como era difícil se comunicar com vários idiomas, o caos foi implatdo por um tempo até que a solução finalmente fosse descoberta."

Ele devia ter entre trinta e poucos anos, cabelos negros baixos, mas rebeldes e bagunçados, sua pele era bastante pálida e tinha profundas olheiras, como se não houvesse dormido por durantes anos.

Seus olhos castanhos mantinham a mesma expressão preguiçosa e desinteressada por debaixo dos óculos, até mesmo seu tom de voz não possuía emoção alguma.

Sua barba mal feita e seu jaleco branco passavam a impressão de ser um cientista.

- Alguma pergunta sobre o assunto?

Ninguém perguntou.

- Muito bem.

"Outro problema surgiu: como melhorar a educação dentro dos Domos? Após muitos anos de discussões os governos criaram o projeto 'Cidade Escolar', a maior cidade com a população de aproximadamente 20 milhões de pessoas, sendo que destes, a maioria seriam alunos. Como o próprio nome diz, o ensino de educação vai desde o primário até o superior. Então a maioria das famílias existentes dentro das cidades iniciaram a constante migração de seus filhos para a Cidade Escolar."

"Graças a isso, houve um gigantesco avanço tecnológico que permitiu a criação de pulseiras eletrônicas que funcionariam tanto como IDs, assim como tradutores em tempo real..."

- Oh, parece que o sinal tocou. Muito bem, estudem sobre isso, cairá nas provas do próximo mês.

Ele fechou o livro e o deixou sobre a mesa em que estava apoiado.

Os alunos cuidadosamente guardaram seus cadernos, livros e ferramentas eletrônicas em suas bolsas e saíram.

Alguns grupos conversavam enquanto passavam pelo professor que arrumava suas coisas com a maior calma possível.

- Professor Flamel?

Alguém o chamou.

- Sim?

- Você conhece um homem pelo qual é chamado de 'Professor'?

- Ah, sim. Conheci um homem com este titulo, era um bom homem, bondoso e honesto que vivia a vida apenas estudando sobre o passado. O que deseja saber sobre ele?

- Na verdade, eu tenho uma mensagem dele, e ela diz: "Tome cuidado, eles finalmente começaram a agir".

Ao dizer isso o garoto percebeu que o professor deu um pequeno sobressalto por um breve momento.

- O Professor que eu conheci me entregaria pessoalmente essa mensagem.

- Ele teria vindo pessoalmente se pudesse. Mas infelizmente isso é impossível agora...

Na hesitação das palavras do garoto, Flamel parou de arrumar as coisas em sua pequena maleta.

- Ele está morto e a pessoa que o assassinou está em algum lugar dessa cidade.

- Você... Quem é você?

- Riley, Riley Salvatommis.

Seus cabelos bagunçados possuíam um tom castanho-escuro, tinha os olhos profundamente azuis e um semblante de alguém que passou a vida toda em buscas de respostas.

Devia ter quinze anos no máximo, mas exalava um ar de alguém que já havia se tornado um adulto, ou alcançado a maturidade há muito tempo.

- Salvatommis...

Flamel riu enquanto passava a mão pelos cabelos bagunçados.

- Parece que você tem muitas perguntas a me fazer, e parece que tenho muitas respostas a lhe dar, então acho que é melhor irmos para um lugar onde possamos conversar melhor.