Parte II - 20

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Mansão do Professor:

- Mari - Riley chamou. - Você poderia pedir que nos preparem alguma coisa? Arthur e eu iremos nos lavar e depois iremos para o salão de jantar.

- Como desejar, mestre.

Riley e Arthur estavam se dirigindo ao grande salão de banho, onde haviam até mesmo piscinas e banheiras de hidromassagem. Depois de treinarem sem descanso pela parte da manhã toda, eles decidiram que o melhor a ser feito até a hora do baile era descansar, para assim repor suas energias.

Não importava por onde aqueles dois passassem a caminho do salão de banho, sempre que havia algum empregado ou empregada por perto, eles se curvavam quando os garotos passavam. E como a mansão era tão grande e luxuosa quanto um palácio, os dois se depararam com aquela cena por diversas vezes.

Riley parecia já estar bem acostumado àquele tipo de tratamento, pois ele agia tão normal que chegava a se encaixar perfeitamente naquele tipo de vida. Arthur, por outro lado, nunca teve aquele tipo de vida ou tratamento, então ele se sentia bastante constrangido e envergonhado todas as vezes que algum empregado se curvava para ele e o chamava de "mestre".

O loiro evitou perguntar muitas coisas pessoais à Riley naqueles últimos quatro dias que ficaram ali, mas isso foi mais devido a um tipo de sentimento pessoal do que por educação e compreensão.

Ele sabia que o amigo sempre desviava de algumas perguntas relacionada a sua vida pessoal, seu passado, ou qual o tipo de relacionamento ele mantinha com o Professor.

Durante algumas perguntas de Helena, Riley respondeu que apesar de ser o filho adotivo do Professor, eles não tinham uma ligação forte como a de pai e filho, mas também não tinham uma distância tão grande quanto a de estranhos vivendo no mesmo lugar. Era mais como uma espécie de relação entre um guardião e seu protegido. O Professor parecia cuidar do garoto mais por dever e obrigação, do que por afeição e preocupação.

Eles tinham uma certa relação indiferente, por assim dizer.

Riley também revelou que não teve amigos durante sua infância, e as únicas crianças com quem teve contado foram aquelas que os pais traziam quando visitavam o Professor à negócios ou questões pessoais. Mas a maioria delas eram crianças esnobes que não tinham interesse por brincadeiras ou conversas comuns.

Ele também revelou que frequentou muitas instituições infantis, mas as pessoas ali o tratavam de uma maneira muito diferente. Eles o tratavam como alguém importante e procuravam não dizer algo que irritasse ou insultasse o garoto, eles até mesmo instruíam as crianças a não se aproximarem dele sem permissão, pois elas não eram dignas de seu tempo.

"Honestamente, minha infância foi um pouco solitária. Eu não tive amigos com quem pudesse conversar ou brincar normalmente... eu sempre estava sozinho ou cercado por seguranças e empregados. "

Ele disse aquilo com um certo sorriso em seu rosto, mas Arthur percebeu que aquele era um sorriso falso, um sorriso forçado que dizia que não tinha problemas, mas que no fundo Riley sabia que sim.

Arthur entendeu o porquê de o garoto sempre desviar ou evitar perguntas relacionadas ao passado ou vida pessoal dele. Não era que ele não queria contar, era só que ele não tinha muito o que contar. Isso, de certa forma, era bastante doloroso e solitário de se dizer numa conversa entre amigos, já que outros poderiam se sentir mal por terem tido uma infância mais alegre e divertida.

Arthur nunca teria imaginado que aquele garoto que ele conheceu na Cidade Escolar pudesse ser o herdeiro de um dos homens mais famosos que existiam naquela época, ou que ele fosse criado na mais alta classe e elegância que uma pessoa podia ter.

A Cidade Escolar (Light Novel Project Pt-Br)Onde histórias criam vida. Descubra agora