Remember

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Meu corpo está trêmulo, minha respiração entrecortada, não consigo mais me manter de pé e meus olhos não me obedecem mas. As pálpebras estão fechando gradativamente e tenho certeza que as profundezas estão me levando de uma vez por todas acabando com a droga da minha vida finalmente.
Foi o que senti ao sucumbir a dor dilacerante depois de ser esfaqueada em dois lugares no meu abdômen.
Antes de ser absorvida completamente pela escuridão escuto gritos de dor, mas não eram os meus, eu não tinha nem força pra isso. Teve um pequena pausa após isso, e eu pude sentir algo, ou alguém me envolver em seus braços, xingando e me garantindo que não ia acontecer nada, mas já era tarde demais...
Acordo atordoada como se tivesse apenas tirado um cochilo, não reconheço o lugar onde estou, mas é limpo e confortável. Tem um cheiro almiscarado e de hortelãs frescas. Isso pode ser o céu, só pode! Afinal passar por tudo que passei uma vida inteira, e no final acabar no inferno ou purgatório seria castigo demais, para alguém que passou a vida literalmente convivendo com um demônio.
Esse demônio era meu próprio pai, que me violentou dia após dia desde os meus onze anos de idade. Eu não podia gritar, não podia chorar, não podia me defender!
Ele me espancava se fizesse isso e ainda dizia: -"Ninguém vai defender, uma vadiazinha como você Brianna - risos - você gosta do que eu faço com você todos os dias, eu sei que gosta, tu és tão vadia quanto a tua mãe, aquela salafrária filha de uma puta."- como se eu pedisse por aquilo, eu nunca quis que ele me tocasse, ele era o meu pai caramba ! Como eu iria querer isso de qualquer forma.
Como se não bastasse, ele mal me deixava ir a escola, e ainda dizia pra não falar com ninguém por lá, a não ser que fosse de extrema necessidade. Eu não vivia, me sentia sufocada, apavorada pela única pessoa que tinha em minha vida porque a minha mãe, a essa daí me abandonou quando tinha cinco anos. Fugiu com o primeiro que lhe ofereceu uma vida melhor, e nem lembrou de mim, não quis arrastar um fardo com ela, nada que lembrasse a vida miserável a qual ela levava.
Mas então, no dia do meu décimo oitavo aniversário, eu surtei, eu quis, eu desejei e eu fiz. Eu matei o meu pai! Ele chegou bêbado como sempre, mal falou comigo, já chegou me empurrando e perguntando se eu tinha preparado alguma porcaria pra jantar. Eu não o respondi apenas continuei a cortar os restos de verduras que encontrei pela geladeira, por que ultimamente não comprava mantimentos, e ele só me deixava comer os restos dele.
Então como não respondi ele veio pra cima de mim levantando o um moletom velho que ganhei de uma senhorinha muito bondosa que de certa forma sabia que existia alguma coisa de ruim acontecendo comigo. Ele me apalpou, dizendo coisas sujas e nojentas ao meu pé de ouvido, dizendo as coisas que iria fazer comigo eu não suportei mais e reunindo todas as minhas forças o empurrei pra longe de mim, mas ele não foi muito longe e voltou com tudo e foi aí que tudo aconteceu, eu peguei a faca e o ataquei, não me lembro onde, nem como consegui fazer aquilo mas eu o matei.
Quando dei por mim e sobre o que eu acabará de fazer corri para o meu quarto juntei o que pude em minha bolsa da escola, tomei um banho pra lavar todo o sangue que estava em mim e fugi de casa antes que a polícia chegasse.
Corri o mais rápido possível e o mais longe que consegui. Me escondi o restante da noite próximo a escola e na manhã seguinte fui para aula tentando não levantar suspeitas sobre o que havia feito na noite anterior. Mas quando acabou a aula fui andando em direção ao centro da cidade, estava a esmo, sem saber onde iria ficar, o que iria comer, enfim estava definitivamente perdida. E tinha medo quando descobrissem o corpo dele, com certeza viriam atrás de mim!
Quando chegou a noite eu procurei um lugar para ficar, o centro era muito esquisito a noite, já não havia mas lugar nos albergues então procurei um beco para me abrigar. Mas infelizmente foi ao contrário, apareceu um cara lá e começou a me dizer coisas tentou me agarrar, não tinha mas o que eu pudesse fazer. Tentei lutar mas minha força comparada a dele não era nada, mesmo assim chutei suas partes íntimas e tentei correr mas ele logo foi atrás de mim e quando dei por mim estava sendo golpeada com um canivete na altura do abdômen uma vez, mas logo veio outro golpe e então a dor infernal, a falta de ar, o corpo não responder o extinto natural de defesa, eu estava partindo eu podia sentir. O gosto horrível de sangue em minha boca, mas aí também veio o braço protetor e a voz dizendo que eu ficaria bem, e de certa forma eu até fiquei. Jurava que estaria morta, mas não, estou viva e em algum lugar desconhecido. Tinha aparelhos ao meu redor mas não era um hospital, levantei-me lentamente sentindo ainda muitas dores mas disposta a descobrir o lugar onde eu estava, e quem foi a criatura que se apiedou de mim e me salvou.

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Minha galerinha linda primeiro gostaria de agradecer muito a vocês leitores que estão acompanhando o início dessa história. Sério, amando e comemorando a cada voto recebido!
A tempos que venho tentando escrever alguma coisa, mas sempre travava é isso me deixava um pouco triste. Então comecei escrevendo essa e gostando do que estava desenvolvendo, resolvi mostrar para algumas amigas minhas que me deram um feedback legal a respeito, foi aí que entrou a grande e valiosa ajuda da Simone Ferreira, amiga muito grata a você, esse projeto é nosso e sem você nada disso seria possível!
Mas enfim para isso não tornar-se uma nota final quilômetrica gostaria de pedir que se gostarem da leitura deixem seu voto e o seu comentário. Ele é muito importante para que eu saiba a reação de cada leitor, se estão gostando ou em que é preciso melhorar.
Não deixem de divulgar para um amigo leitor.
Beijinhos de Luz 😙

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