Learning A New Life

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Se algum dia eu precisasse fazer uma entrevista e pontuar algo em mim como bom ou ruim eu teria a palavra “curiosa” piscando em neon na minha testa. Fiquei estática olhando a porta por onde o Sr. Oliver saiu durante alguns minutos e só sai desse transe quando escutei minha barriga roncar reclamando por comida. Caminhei a passos preguiçoso pelo apartamento procurando a cozinha, até onde pude observar tudo era bem decorado, mas não haviam muitas cores, apesar dessa ausência eram objetos muito sofisticados.

Segui um pouco mais adiante e me deparei com uma cozinha enorme comparado ao que estava acostumada. Ela fazia divisa com a sala de jantar e apenas uma parede de vidro separava os cômodos. Ela era bem equipada igual aos programas de culinária que acompanhei nas poucas vezes que conseguia assistir televisão. O mármore das bancadas eram claros e lustrosos, os armários também eram claros e os puxadores incríveis. O fogão era embutido em um dos balcões, os outros objetos eram bem distribuídos no ambiente deixando tudo ainda mais bonito. Caminhei até a mesa da sala de jantar onde ele havia dito que o café estaria disposto ainda, e por Deus aquilo era um banquete magnífico, nunca em toda minha vida havia visto uma mesa de café da manhã como aquela. Tinha pães, alguns tipos de biscoitos, frutas de todos os tipos geleia e creme de amendoim. Ao destampar uma das travessas vi panquecas e na outras tinham ovos e bacon. Sem demora voltei a cozinha e peguei a garrafa de suco que estava na geladeira e voltei a sala de jantar. 

Ao final estava me sentindo muito mais que satisfeita com aquela refeição. A preguiça de me levantar me dominava, mas seria um absurdo me esbaldar em tantas coisas gostosas como aquelas e deixar a louça suja. Após limpar tudo resolvi dar uma volta pelo lugar e conhecê-lo melhor, mas verdade seja dita eu estava curiosa com o restante do apartamento. O quarto que eu estava era magnífico e confortável, a sala de visitas linda a cozinha e a sala de jantar eram um sonho, imagina o restante deste palácio! Senhor eu tinha aquela casa humilde quase sem móveis e sem nenhum conforto, sair do lixo para o luxo era uma realidade surreal para mim. Fui caminhando pelo térreo onde vi uma porta que dava para uma varanda pequena mas com uma vista panorâmica para a cidade, infelizmente estava trancada como ele havia dito. Deixei de lado e continuei caminhando, achei o escritório com a biblioteca que o Oliver havia mencionado antes de sair, tinha um Notebook sob a mesa de madeira maciça e também alguns papéis. As estantes estavam abarrotada de livros lindos e com encadernação em couro e os nomes escritos com tinta dourada e letras cursivas.

Meus olhos brilhavam tamanha eram a minha excitação em lê-los, minha nossa aquilo era um sonho, só vi algo parecido na biblioteca da escola onde era o meu lugar favorito. Era lá que eu me escondia dos colegas do colégio, das piadinhas que eu escutava por serestranha e retraída. Em meio aos livros eu podia fugir do meu pai e todos os abusos e maus tratos aos quais ele me submeteu. Da realidade em que eu não teria futuro para um lugar cheio de possibilidades e maravilhas. Deixei as lágrimas que sempre prendi medominaram por inteira, eu fui permissiva e chorei por tudo que eu passei.

Passei um tempo submersa nas minhas dores e lágrimas, mas eu não posso mais fazer isso tenho que ser forte e lutar para sobreviver, principalmente agora que estou sozinha no mundo sem ninguém.

Tenho que empurrar para a parte mais funda do meu ser todo o sofrimento e sentimentos de insegurança que me rodeiam.

Não faço a mínima idéia dos planos que o senhor Oliver tem para mim, nem como vai fazê-los acontecer, mas acho que estarei pronta seja lá o que for.

Levantei e segui pelo apartamento, ainda no andar de baixo entrei em mais uma porta, ela era repleta de aparelhos de musculação e parecia com os que tinha visto uma vez no centro da cidade. Deve ser aqui onde ele se mantém em forma nos tempos livres que tem. Entrei no cômodo e fui olhar mas de perto os aparelhos tinha uma esteira mais simples e outra bem diferente do que eu já havia visto por aí. Bicicletas em diferentes tipos, duas camas elásticas pequenas. Uma espécie de cavalete acolchoado, e outros aparelhos que eu não fazia a mínima ideias para que serviam.

A sala continha também três espelhos e uma janela que ia do chão ao teto dando um vista linda, mais de outro ângulo da cidade.

Observando o restante do material cheguei próximo ao boneco de treino careca e musculoso. - Ei cara, qual o seu nome? - cutuquei como se o boneco fosse esboçar alguma reação - Não adianta me olhar com essa cara não. Custa responder a pergunta que eu te fiz? - o empurro pelos ombros - Já entendi você não vai me dizer nada por vontade própria não é mesmo? Então tudo bem, eu vou fazer você abrir essa boquinha! Acho melhor colaborar comigo cara, sou uma super espiã e vou arrancar as respostas de você por bem ou por mal! - soltei uma risadinha, nossa como eu conseguia ser uma boba. - Eu avisei! - dei um soco no abdômen, e caramba foi legal fazer isso, era como se um dos muitos pesos que carrego estivessem saindo de mim!

Então comecei a bater como se minha vida depende daquilo. Eu sentia um pouco de dor onde estavam os curativos, mas não ao ponto de me fazer parar. 

- Eu não sei o que esse cara te fez, mas com certeza ele está merecendo! - com o susto provocado pela voz de grossa e ao mesmo tempo suave dei um pulo me virando na direção de onde ela vinha.

E lá estava ele parado no batente da porta com os braços cruzados, os primeiros botões da camisa aberto e um sorriso lindo que chegavam aos olhos. E eu me perdi por um momento na profundidade deles enquanto admirava o Adonis esculpido em carne e osso bem no meu campo de visão.

Ele continuou sorrindo para mim enquanto vinha na minha direção parando bem atrás de mim. Colocou as mãos em meus ombros me fazendo ficar frente a frente com o boneco novamente. 

O seu toque me deixou tensa, e sei que ele percebeu a maneira como me senti. - Calma Brianna, só quero te mostrar a maneira correta como você tem que ficar, ok?. Você pode confiar em mim e no que vou lhe dizer agora: Enquanto você estiver ao meu lado vou teproteger, está bem? Não precisa ter medo de nada, sei que é assustador um homem tocando você pois tudo remete ao escroto que foi o seu pai, mas eu não sou ele e muito menos vou permitir que isso ocorra com você novamente. Eu te prometo isso, mas você precisa confiar em mim! - após ele me falar essas coisas me virei para ele e o olhei nos olhos, pude ver o quão sincero ele estava sendo comigo, e dentro de mim eu me senti confortável e protegida por ele. Se fosse fazer algo contra mim, ele já teria feito. 

Oliver seria o que eu teria mais próximo de um amigo, na verdade um irmão que protege, então sim, eu estava disposta a me jogar de cabeça no que ele tinha a me oferecer. - Eu confio em você Senhor Oliver, é que isso de ser tocada, seja por quem for ainda é complicado para mim. 

Mas eu consigo ver através dos seus olhos que você merece minha total confiança. - ele desviou os olhos de mim por um momento muito breve mas votou a me encarar. - É bom que você confie mesmo Brianna, o que tenho pra te ensinar sobre a nova vida que te aguarda exige confiança de ambas as partes. E eu acredito e confio em você. E tire o senhor quando for falar comigo. É formal demais para mim, e chato também, Uhum. Agora vamos almoçar, comprei comida no caminho para casa, durante o almoço podemos discutir sobre como vamos começar a preparar você. - deu um sorriso de lado e começou a guiar-me para fora da academia. - Tudo bem Senh...digo Oliver, e desculpe invadir suas coisas sem permissão, mas é que às vezes sou muito curiosa. - ele soltou uma risada baixa e me encarou - Você pode entrar na academia, na biblioteca e mexer nos livros, mas apenas nos livros. Você pode circular pela casa menina, afinal aqui vai ser o seu lar por um tempo e…- não esperei ele concluir o que estava falando. Para onde eu iria já que ele disse ficar com ele só por um tempo. Será que ele vai me deixar sozinha depois de me ensinar seja lá o que for que eu precise aprender? - Você vai fazer o que comigo? Porquê eu só vou poder ficar com você por um tempo? - estava desesperada com a possibilidade de ir para na rua novamente. - Ei...ei calma, ok? Não precisa desse desespero todo, você não vai voltar para rua e nem vai estar sozinha. Quando sair da minha casa irá para o centro de treinamento, onde lá estarão outros recrutas como você. E lá será sua “casa” por assim dizer por mais um período, depois, dependendo de como você irá se desenvolver durante esse tempo que vai passar lá. Aí eles deixam você escolher onde você irá morar de fato. Um lugar só seu, onde o seu trabalho com as missões vão te manter. Assim como os civistêm que trabalhar pra se sustentar. Mas isso ainda vai demorar um pouco, vamos almoçar se não a comida ficará fria. - apenas assenti, eu não poderia ser tão afoita com as coisas que estavam por vir, mas como tudo era uma novidade eu me sentia e segura de qualquer maneira

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Olá, gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando essa aventura.
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My Redemption Is YouOnde histórias criam vida. Descubra agora