26. CHANYEOL

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Eu estava pronto para agradecer as 500 leituras e num piscar de olhos passamos das 700?! Oh, meu Deus, eu estou muito feliz com a repercussão que esta fanfic parece está tendo. Nosso crescimento vai ser tímido, mas constante.

P A R K C H A N Y E O L

Eu não conseguia processar o que eu havia feito.

Eu havia beijado o meu melhor amigo. Do Kyungsoo.

Nunca senti desejos homossexuais e nem sou gay — não que eu tivesse problema com isso, caso eu fosse — mas era que era estranho demais relembrar daquela situação que minha mente reproduzia em replay o tempo todo.

Eu havia o beijado.

Busquei no fundo do meu inconsciente um motivo, buscando ser sincero comigo mesmo que a verdade doa, mas eu não encontrei nenhum motivo para beijá-lo.

O único motivo e era indiscutível que ele parecia me causar ainda mais dúvidas do que me dar uma certeza foi a sensação de angústia que eu senti esses dias todos achando que iria perder Kyungsoo. Desde que eu li sua mensagem dizendo que ele iria para Busan, a ansiedade tomou conta da minha mente sem pedir, fazendo com que eu só pensasse que eu iria perder e mesmo que eu tentasse curtir ao máximo meus momentos com ele, nunca seria suficiente para mim.

Era óbvio que não seria.

Quando eu busquei Kyungsoo de carro em sua mansão e o trouxe para minha casa — que poderia ser chamada de "humilde" em comparação a sua —, ele foi muito bem recebido pelos meus pais, principalmente pela minha mãe. Meu pai, que tentava fazer um churrasco ao estilo americano no começo daquela noite, colocou muitos hamburgueres em um prato e minha mãe pegou muitos e deu para mim e para Kyungsoo.

Especialmente para ele.

A música alta reproduzida na sala denunciava a energia e animação da minha irmã que jogava sozinha Just Dance 2 em seu Nintendo Wii. Meus pais as vezes puxavam um ao outro para uma rápida e desajeitada dança tentando acompanhar do quintal o ritmo do jogo da minha irmã.

Aos poucos a energia de todos foi acabando, e meus pais foram para casa assistir dorama, minha irmã foi tomar banho e depois dormir pela exaustão e eu e Kyungsoo ficamos em minha casa na árvore. Dormimos lá.

Repetimos o mesmo no dia seguinte, e dessa vez eu me sentia cada vez mais ansioso e angustiado. Meu melhor amigo estava na minha frente e parecia que eu iria perdê-lo para sempre daqui há algumas horas — e realmente poderia perder. Pedi para que não conversássemos sobre viagem e mesmo ele teimando um pouco, ele aceitou o meu pedido.

Não sei explicar como, mas eu não queria que Kyungsoo fosse embora. Eu mentia para mim mesmo dizendo que era preocupação, que era medo dele fazer algo contra si, mas eu no fundo sabia que eu estava dependendo dele. Eu me apeguei a ele de uma forma nos últimos tempos muito mais que em todos nossos anos de amizade e era algo novo que eu nunca havia vivido.

Eu sentia vontade de cuidá-lo, de protegê-lo, Kyungsoo tinha essa aura de indefeso e, como ele parecia não ter mais nenhum amigo, eu me obriguei a me por no papel de seu defensor. Enquanto olhava para os seus olhos grandes e sua expressão meio apavorada, eu conseguia compreender que em algum momento do passado cuidar dele deixou de ser uma obrigação e passou a ser um prazer.

Sem dizer muita coisa, eu me aconcheguei em seu corpo pequeno, de lado, e o puxei para mais perto. A noite fria não incomodou nenhum de nossos corpos e sem raciocinar muito no que estava fazendo, eu o beijei.

Senti-me como se estivesse sendo eletrocutado quando senti os lábios dele nos meus. Eram macios, doces e tinham gosto de bacon — havíamos comido muito hambúrguer antes. Eu estava de olhos fechados, mas eu tinha a certeza que Do estava de olhos abertos, com a mesma expressão meio apavorada de segundos atrás. Penetrei minha língua em sua boca, tentando explorar tudo que havia lá dentro.

Eu tentei ao máximo dar o melhor beijo da minha vida em Kyungsoo.

Não beijei muitas vezes nessa vida, mas eu tentava o melhor. Ele gostava de mim, não gostava? Eu poderia gostar dele também — do jeito que ele gosta de mim. Poderia aprender, sei lá. Eu faria qualquer coisa, mas eu só queria ele ao meu lado.

Não tinha certezas de muitas coisas na vida, mas enquanto eu beijava Kyungsoo parecia que eu tinha descoberto minha missão: cuidar de alguém.

E tudo indicava que eu devia cuidar dele.

Once | XiuchenOnde histórias criam vida. Descubra agora