Capítulo 6

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  Chego em casa cansada e estressada. Tudo o que mais quero é ficar um bom tempo em baixo do chuveiro, com a água bem quente, para aliviar a raiva que estou sentindo.
Viajo daqui a pouco para a casa da minha mãe e não quero chegar lá nesse estado.
Assim que abro a porta do meu apartamento, vejo um vulto e logo sinto algo agarrando as minhas pernas.
— Dinda. Dinda. — É a Sofia, minha afilhada. Ela foi tão rápida que nem a vi.
— Oi, minha linda. A dinda estava tão distraída que nem tinha te visto. — Falo pegando-a no colo.
Ela passa as mãozinhas pelo meu pescoço e coloca a cabeça no meu ombro. — Estava com saudade.
— Eu também, meu amor. — Respiro fundo, inalando seu cheiro de criança, tentando me acalmar.
Alguns minutos depois, ouço passos vindo do corredor.
— Olha quem chegou, a amiga e madrinha mais desnaturada do mundo. — Fala Fernanda, mãe da Sofia e minha amiga de infância.
Eramos vizinhas e estudávamos juntas, até me mudar, depois de toda aquela tragédia.
Uma das únicas pessoas que deixei permanecer na minha vida, além da minha família.
Ela é casada com o Marcelo há sete anos e há cinco anos eles tiveram a Sofia.
Na época, ela me chamou para ser madrinha e disse que não aceitava recusa. Que eu era sua melhor amiga e que ela não tinha pessoa que confiasse mais para esse posto, do que eu.
Tentei recusar mas, ela foi irredutível. E agradeço-a sempre por isso.
Sofia é uma princesa. Me cativou a primeira vista, ainda na maternidade, quando abriu aqueles olhinhos pequeninos para mim e sorriu. Ali eu soube que, ela sempre teria um lugar especial no meu coração.
— Me perdoa amiga. Tenho trabalhado tanto. — Cheiro mais vez a cabeça da Sofia, abraço-a mais apertado e falo: — Como eu estava precisando desse abraço hoje.
— O que aconteceu, irmã? — Cath pergunta.
— Eu vi a reportagem. Era para você estar feliz. Sofia e eu viemos comemorar com uma sessão de pizza e sorvete.
— Cancelem a comemoração. O infeliz foi solto. — Coloco Sofia sentada no sofá, largo minha bolsa ao seu lado e vou para a cozinha pegar um copo d'água.
— Como assim: o infeliz foi solto? — Fala Cath atrás de mim.
— O advogado dele chegou hoje na delegacia com o habbeas corpus. Vocês precisavam ver a cara do moleque. Todo cheio de si, prepotente, se achando porque tinha conseguido liberta-lo. Espero nunca mais ter o desprazer de vê-lo na minha frente.
— Mas, você não estava demorando a pedir a prisão dele, para justamente quando fizesse, ter todas as provas suficientes para ele não conseguir ser solto? Como esse advogado conseguiu? — Pergunta Cath.
— Pois é, essa é a pergunta que ficou na minha cabeça a tarde inteira.
— Vamos mudar de assunto que o final de semana chegou e você está precisando se distrair, deixar um pouco os problemas daquela delegacia de lado. — Fala Fernanda. — Aliás, quer lugar melhor para esquecer dos problemas que Arraial do Cabo?
— Verdade. Aquele lugar, além de ser o paraíso, renova as minhas energias e me traz uma paz tão grande. Porque vocês não vêm conosco? — Pergunto, começando a me animar.
— A Cath me chamou mas, o Marcelo vai chegar tarde hoje. Fica para a próxima.
— Vamos mamãe, por favor. Tô com saudade da tia Regina.
— Se a Cath não se importar, podemos ir amanhã cedo. Vamos no meu carro que o Marcelo pode ir descansando.
— Vou ligar para ele. — Diz e sai andando em direção a sala.
Cinco minutos depois ela volta para a cozinha e diz que vai conosco para Arraial. Sofia deu um gritinho e começou a pular, toda feliz, dizendo que ia para a praia.
Como não quis fazer nada, elas fizeram um cachorro-quente e brigadeiro. Cath disse que não tinha estresse que sobrevivesse ao seu brigadeiro.
Não podia ser ingrata e virar as costas para as pessoas que amo e que só estão pensando em me animar. Peguei minha bolsa no sofá da sala e levei para o quarto. Depois fui tomar um banho. Liguei a água bem quente e fiquei uns vinte minutos em baixo do jato forte. A água quente ajuda a relaxar o corpo e eu estava precisando. Desde que comecei a investigação, estava vivendo sobre um nível elevado de estresse e, hoje, com o Habbeas Corpus do Junqueira, só piorou.
Mais calma, saí do banho, coloquei um baby dool e fui encontrar com as meninas na cozinha.
— Hum... o cheiro está indo lá no quarto. — Falo entrando na cozinha.
— Está quase pronto. —Fê diz, sem se virar, enquanto mexe em algo na panela.
— Precisam de ajuda?
— Não, a Fê já está terminando o cachorro-quente e o brigadeiro já está pronto. Só falta pegar as coisas que vamos colocar nele.
— Deixa que pego.
— Eu ajudo dinda. — Diz Sopia animada.
Com tudo pronto, fizemos nossos lanches e levamos para a sala. Sentei no chão com a Sofia, enquanto a Cath e a Fê ficaram no sofá.
— Quero mais mostarda. — Diz Sopia esticando seu pão para a mãe.
— Nunca vi uma criança gostar de mostarda. Só você mesma filha.
— Eu amo mostarda igual a minha dinda.
— Tá explicado. — Diz minha amiga, balançando a cabeça.
Sopia era muito apegada comigo. Apesar de ficarmos dias sem nos ver, as vezes, ela sempre se espalha em mim. Queria me imitar em várias coisas. Até dizer que vai ser delegada quando crescer, já disse.
Fico feliz de saber que ela sente orgulho de mim, ao ponto de querer seguir meus passos. Mas, também tenho um certo receio. Não sou perfeita, trabalho em uma profissão perigosa, corro riscos diariamente. A Fernanda e o Marcelo não ligam. Dizem que é coisa de criança e que quando ela crescer muda de ideia. Eu torço por isso.
Costumo dizer que caí de paraquedas na faculdade de direito pois, meu sonho sempre foi ser médica. Mas, ainda nos primeiros períodos da faculdade, me apaixonei pelo direito penal. Acho que a vida sempre nos surpreende. Amo o que faço e hoje, não me vejo trabalhando em outra que não a policial.
Colocamos o assunto em dia. Fê contou como estava no jornal e Cath como estava indo no cursinho.
Sofia já dormia no sofá então, depois de combinarmos tudo para amanhã, minha amiga e afilhada foram para casa. Cath ajudou a leva-la até o carro, que estava estacionado em frente ao prédio.
Fiquei arrumando a bagunça que tínhamos feito. Lavei a louça e guardei as outras coisas. Cath chegou, me deu um beijo e disse que estava indo dormir. Eu disse que também estava indo. Amanhã acordaríamos cedo para pegar a estrada e precisávamos dormir bem.
Mas, quando deitei a cabeça no travesseiro, um certo advogado prepotente e arrogante apareceu nos meus pensamentos.
Lembrei do sorriso lindo que ele tinha, das covinhas no queixo que se destacavam mesmo com a barba, o jeito todo estiloso de se vestir e, que em outras pessoas a cominação ficaria parecendo um carnaval, de tanta cor misturada, nele cai perfeitamente bem.
Não sei em que momento adormeci mas, sei que a muito tempo não tinha um sono tão tranquilo. 


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Nesse frio nada melhor do que ler, né? Por isso o capítulo hoje veio cedinho!! Espero muito que gostem!! 

Ahhhh... oq vocês acham que vai acontecer na praia? Quero saber a opnião de vocês!!


P.S.: Desculpem qualquer erro, o livro ainda não está revisado.

: Desculpem qualquer erro, o livro ainda não está revisado

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