In the middle of the night when the angels scream

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Aquela era uma ideia que Louis Tomlinson sempre apoiou. Era algo que pelo qual ele sempre recorria, algo que ele colocava escondido em cada um de seus livros, algo que conseguia explicar seus pensamentos mais profanos. Aqueles pensamentos que eram rondeados de mortes, gritos, assassinatos. Todos eles eram explicados por sua doce Conjuntura dos Vírus.

Mas o que raios seria isso? O que ele impregnava escondido em cada parágrafo seu já publicado? Acredite muitas pessoas já o perguntaram isso. Ele não quis explicar. Não por ser algo complexo, na verdade era bem simples. Você poderia sentar e explicar isso a uma inocente criança que ela iria entender. Todos podem entender, já que é algo que sabemos que irá acontecer em algum momento. Ele só não sentia-se a vontade para falar sobre isso. Sempre desviando de assunto, tudo para não ter de explicar sua teoria em voz alta.

Certas coisas não foram feitas para serem transformadas em falas, certas coisas não se encaixam bem quando são ditas em voz altas, certas coisas devem ser apenas pensamentos. Ou escritos. Como a Conjuntura dos Vírus. Aquela que Louis Tomlinson apoia ardentemente com todas as forças. Aquela que diz que cada um tem seu próprio vírus. Até mesmo você.

Pode parecer estranho, mas se você seguir minha linha de pensamento, acredite, tudo irá se esclarecer. Que tal lembrar-se de sua infância? Os filmes que você viu, as comidas que comeu, as palavras de ensinamento que lhe foram proferidas. Tudo isso está em você. Elas formam você, como você irá agir, como irá pensar como irá falar. A maioria das coisas que você vivem influenciam você. Mas não o mudam. Você ouve coisas e você decide o que deve apoiar. Você não é um reflexo perfeito de seus pais, mas muito da personalidade deles também está presente em você. E, no decorrer de sua vida, suas opiniões mudarão inúmeras vezes, sem que seu jeito próprio de pensar vá embora.

Mas todos nós temos nossos vírus.

O que ele pode ser? Ninguém sabe. Talvez seja um grupo de ideias. Um grupo de pessoas. Ou um indivíduo só. O que ele quer de você? Ele quer te mudar. Como quando garotas fofas viram rebeldes para agradar o namorado. Ou como quando você deixa de ser um hippie que apoia a natureza porque encontra outro grupo de ideia. Algumas vezes esse vírus é fraco, faz você se mudar por fora, mas continuar com os mesmos pensamentos por dentro. Porém, por dentre outras vezes ele é avassalador. Arrebentando sobre você como uma maré forte. Fazendo com que seus pensamentos e atos sejam infectados. Então, tudo que você aprendeu até àquela hora deixa de ser importante.

Era naquilo que Louis buscava explicação. Ele acreditava que algum vírus faria com que ele se mudasse. Talvez fizesse com que ele esquecesse seus pensamentos doentios. Ou apenas aumentariam eles ainda mais. Ele sabia que aquele vírus chegaria. Ele só não imaginava que o mesmo poderia se aproximar tão lentamente e ao mesmo tempo tão intensamente como Harry Styles fez.

-x-

Seu corpo estava cansado, o quarto era tomado em uma penumbra aonde a única luz alcançável vinha da máquina posta em frente ao seu rosto. Olhos azuis e lábios comprimidos eram iluminados por um reflexo azulado. A sua frente, na tela do computador, estava um lugar em branco, um arquivo de texto sem nenhuma palavra posta nele. Louis embrulhava suas mãos uma nas outras, sentindo seu próprio tremor e frio dos dedos finos. Passou os olhos pelo teclado preto, um convite para escrever, um convite para fazer aquilo de uma vez, um único convite que ele não sabia como aceitar.

Suspirar e dar um gole no uísque posto ao seu lado em um guarda-copos era a única coisa que lhe restava. A bebida estava pura, sem água, sem gelo, sem nada que pudesse interferir seu paladar de sentir o gosto amargado e a adorável queimação na garganta quando ele engolia o líquido amarelado. Louis nunca entendeu como adorava a bebida sendo ela de um gosto não muito agradável, tentava inúmeras vezes forçar-se a aceitar que, na verdade, ele adorava o efeito que ela lhe causava, mas no final de tudo ele não aceitava o efeito. Ele não adorava o fato de não ter mais controle sobre o que beber e em que quantidade beber, a dor havia assumido seu corpo como um vírus que não podia ser deletado.

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