Oh, youre in my veins and I cannot get you out

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John mantinha a televisão no mudo, apenas observando o movimento das pessoas ao anunciar um terrível assassinato que havia ocorrido na madrugada da noite passada, enquanto bebericava um pouco de vinho, levando a taça para o local onde seu lábio não havia sido cortado. Tinha de assumir, Tomlinson fez um trabalho melhor do que o esperado, deixando Benwosck com alguns cortes e marcas roxas pelo rosto. Não que ele se importasse, aliás, ele queria isso, queria sentir o sabor da raiva de Louis. Aquilo tudo fazia parte de seu plano para libertar o que o rapaz escondia dentro de si, deixar com que seus pensamentos moribundos tomassem controle, e Louis realmente havia feito um ótimo trabalho.

Essa era a razão do vinho e da sinfonia que ecoava pela sala em toques fracos de pianos se misturando com os acordes do violino, John estava comemorando. Seus dedos se agitavam, batendo ritmados sobre o encosto da cadeira, como se ele estivesse mesmo tocando um piano. Um sorriso surgiu em seu rosto e o mesmo fechou os olhos, apenas sentindo o gosto agridoce do vinho acompanhado da música.

Naquele momento ele podia imaginar Tomlinson caindo na real, percebendo o que John estava mesmo fazendo e criando ideias mirabolantes para impedi-lo. Quando a única pessoa que devia ser impedida é ele mesmo.

-x-

Louis caminhava pelos corredores da clínica. Estava ali há tão pouco tempo, tanto que era surreal pensar em como já conhecia o local, em como já estava integrado na rotina daquele local – não a rotina que lhe mandavam seguir, aquela composta de psicólogos e remédios, mas sim a rotina de John, que sempre tentava tramar algo contra Tomlinson, e a rotina de Harry, pela segurança a qual Louis sempre temia. Era como se ele já estivesse infiltrado ali por algum tempo, mesmo que não conhecesse as pessoas, ou ouvisse os rumores do local, de alguma forma estranha ele se sentia parte daquele local. Não era algo bom, era como estar preso à teia de uma aranha, quanto mais ele tentasse fugir, mais emboscado ficaria.

Louis encontrou o maldito lugar que procurava. Corredor três, primeiro andar, porta vermelha e número dezessete posta nele em um tom negro desbotado. Faltavam apenas dois minutos para há cinco horas, dois minutos para mais uma sessão de terapia em grupo. Respirou fundo, colocando seus dedos sobre a maçaneta, prestes a gira-la. Sério, mais uma sessão de chatice, Tomlinson? Era novamente sua própria voz soando sarcástica em sua mente. Louis novamente encheu seus pulmões de ar, focando sua visão nas marcas roxas que havia ganhado em sua mão após socar John Benwosck incansavelmente. Depois daquela sessão de raiva, as vozes haviam voltado aos seus postos de antes, enchendo a mente de Tomlinson com gracinhas e pensamentos nada hostis.

Se Louis fosse mais esperto provavelmente ele não teria de ter de conviver com esses pensamentos novamente. Eles haviam o deixado em paz após o mesmo ajudar Harry com a chave de seu quarto, e teriam permanecido em silêncio se o mesmo não trouxesse sua raiva à tona, deixasse com que ela o levasse. Novamente, ele havia caído no joguinho de John. Ele só estava brincando com Louis, o que ele não havia entendido bem era o porquê. Ele queria deixar ele confuso com as vozes gritando em sua mente ou queria algo mais? Tomlinson não conseguia entendem cem por cento das ideias de Benwosck, a mente dele era bem mais confusa e maníaca que a sua.

Por fim, apenas ignorou as vozes, caminhando em direção a uma das cadeiras dobráveis, ao lado de Harry. Ignorou todos os olhares, atento em focar apenas no garoto de cabelos cacheados que usava uma coroa de flores lilás, sentado com as pernas cruzadas, com as mãos postas sobre seu joelho. As dobradiças de seus dedos estavam rosadas e brancas, demonstrando o quão firme era seu aperto contra sua calça. Louis sorriu sem jeito, percebendo que as vozes em sua mente eram substituídas por um barulho grave e alto, mas ainda assim melhor do que as risadas maliciosas e versos funestos.

Sentou-se ao lado do garoto, mas este não lhe ergueu o olhar.

— Harry? — chamou por seu nome baixinho, fazendo com que ele apertasse ainda mais seus dedos sobre sua calça. — Harry?

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