If I told you what I was would you turn your back on me?

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Louis estava realmente atormentado.

Não era por ele ter contado sobre o que as vozes em sua mente diziam para Adammanti. Sim, tinha sido estranho e desconfortante expor seus sentimentos, enquanto tal apenas assentia com sua expressão vazia, suspirando de vez em quando e sem tirar os olhos de Louis, analisando o rosto do garoto enquanto este falava. Mas não, não era aquilo que estava deixando ele daquele jeito. Novamente, a culpa era de seus pensamentos. Não das vozes, mas sim de seus pensamentos mais humanitários, por assim dizer. Aqueles pensamentos que se preocupavam com Harry.

E, céus, como Louis estava preocupado com o garoto naquele momento. Ele estava com seus dedos tremulando, batucando em um ritmo rápido contra o estofado velho da poltrona de seu quarto, enquanto seus olhos vagavam pelo jardim. Naquele dia, não houve aquela ridícula coisa de Benwosck mandar todos para o jardim, dando a desculpa de que ele só queria proporcionar um café da tarde para seus pacientes, como se eles não pudessem ouvir os gritos, como Louis ouvir no seu primeiro dia nesse inferno. Isso o deixava aliviado, mas também preocupado, aliás, ele sabia que John estava planejando algo. Ele não iria parar de jogar nessa altura do campeonato, isso era um fato. Porém, também não era isso que preocupava tanto Tomlinson.

O que estava lhe deixando atormentado era o fato de ele ter surtado em frente de Harry, e agora ele não tinha como saber ao fato de que forma o garoto mais novo iria reagir. Ele era tão frágil, um vaso rachado prestes a se quebrar, ele já havia passado por tanta coisa e sempre vivendo com medo. Talvez ele estivesse com medo de Louis agora, mesmo que o garoto desejasse com todas as suas forças que não, sim, Harry poderia estar com medo dele agora. Tudo por culpa de mais um surto repentino.

Tomlinson era mesmo uma onda, quebrando contra a areia de forma intensa e grandiosa. E assim como ele não poderia parar as ondas, ele não podia se parar. Se pensado assim, a hipótese de ele se afastar do garoto de cabelos encaracolados era grande... Mas Louis não o faria. Primeiro que ele tinha que proteger Harry, ele que havia começado esse jogo de cutucar John até o tirar do sério, ele não podia simplesmente fugir agora e deixar o mais novo sofrer todas as consequências sozinho e, em segundo lugar, Louis se sentia bem perto do outro garoto, como se algo nele fizesse com que as vozes ficassem para segundo plano.

Suspirou fundo, direcionando seu foco para o banco cercado de árvores e pequenas flores azuis que havia no jardim. Aquele banco foi o primeiro lugar no qual Louis conversou de fato com Harry, mesmo que ele tivesse mais ficado em silêncio do que qualquer outra coisa. É ele tinha que conversar com Harry novamente, aliás, era até estúpido ele ainda estar trancafiado naquele quarto depois de tudo que aconteceu.

Eram apenas dois lances de escadas e alguns corredores até o quarto de Harry, em menos de cinco minutos o de olhos azuis já estava lá, de frente para a porta branca. Mordiscou os lábios, levando a mão fechada até a mesma, mas logo a afastando por alguns segundos. Respirou fundo, lembrando-se de ficar calmo para novamente não assustar o garoto. Bateu na porta, cinco vezes, assim como combinou que bateria quando fosse ele.

Demorou cerca de meio segundo para que a porta fosse aberta.

— Ei, Harry — foi tudo que Louis disse tentando soltar um meio sorriso sem graça.

Harry não disse nada por algum tempo, apenas puxou a manga de seu moletom rosado para baixo e suspirou dando espaço para que Louis entrasse enquanto soltava um murmuro que se aproximava de um oi baixinho. O mais velho logo percebeu os olhos um tanto avermelhados do outro, acompanhado de pálpebras levemente inchadas que faziam com que suas piscadas ficassem um tanto mais lentas, assim como todos os seus gestos, como se ele estivesse um tanto adormecido. Louis abaixou os olhos, encarando o tênis branco e de cano alto do garoto, subindo os olhos por sua calça preta que era bem justa nas coxas de Harry, fazendo com que o outro mordesse os lábios e balançasse a cabeça, desviando os olhar para a poltrona azul florida do quarto de Styles.

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