Como Vou Saber?

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No caminho da escola fui ouvindo The Kooks e conversando com o Ian por mensagens, e o último foi um erro.
Ian com toda certeza ia me zoar pro resto de minha vida, eu conheço bem o meu amigo.

O treinador estava bem animado pra ganharmos o título esse ano, segundo ele era uma tristeza um de seus melhores jogadores estar cursando o último ano e ter que abandonar o time em breve. Sim, o técnico era bem puxa saco mesmo.

Fizemos jogo o dia inteiro, e graças a Deus, Ian não foi e já que Mat não sabia de nada (não que tivesse algo rolando) eu fiquei bem mais tranquilo. Estávamos saindo até que a Sophie (a capitã das cheerleaders) esbarrou comigo no corredor dos vestiários.

- Oi Davizinho!

- Que bom que não sou né, Sophie?

- Não é o que?

- Seu vizinho, ué! Já pensou ter que "esbarrar" com você até fora da escola? Deus me livre. Beijo Sophie, se cuida - disse ironizando.

Essa menina não sai da minha cola há muito tempo, ela é muito bonita e tal, mas o que ela tem de beleza tem de chatice.

Fomos ao vestiário, eu tomei banho e me troquei. Já eram cinco da tarde e o Matheus foi comigo pra casa, chegando lá, a Flávia tinha feito bolo de cenoura com cobertura de chocolate (o meu favorito).

- Ah não Flavinha, aí já é covardia! Como eu vou manter o meu corpo pras garotas se você me tenta com um bolo desses?

- É parte do plano pra você parar de sair com elas - disse ironizando e cumprimentando eu e o Mat.

- Acho que o seu plano não será tão útil, nem precisa de bolo - disse Mia chegando pela escada.

- Você tá tão na seca assim, Davi? - perguntou Flávia fazendo-os rir mais ainda.

- Olha a sua reputação tá arruinada até com a sua mãe, a situação tá bem feia - disse Matheus.

- Nem tá tão ruim assim, galera - disse tentando me defender.

Acabamos comendo o bolo e ouvindo "a Sophie não conta", mais tarde Mat foi embora. Eu fui para o meu quarto e fiz as lições de casa.

- Cheguei crianças! - disse a minha mãe fechando a porta da sala - já saiu com a Cali, Davi?

- Ainda não mãe, não me mata! - respondi gritando assim como ela, para poder me ouvir.

Peguei a Cali, meu skate, umas sacolinhas e a sua coleira e saí com ela para dar uma volta na quadra de casa. Eu ainda estava reaprendendo a andar de skate, depois que caí feio há uns 5 anos atrás tinha decidido que jamais ia usá-lo novamente, o que obviamente não aconteceu. O Ian e o Mat me forçaram a voltar, mas ainda não estou confiante o suficiente para fazer manobras. Por enquanto vou treinando com a Cali me puxando enquanto eu seguro a sua coleira.

Quando cheguei, estava muito inspirado, sem vontade nenhuma de dormir ou gastar meu tempo com séries, tinha que aproveitar o tempo em que estava criativo. Fazia muito tempo que não escrevia, nunca fui bom mas sempre gostei de expressar os meus sentimentos em folhas de papel ou até no notas do celular.

Nunca fui do tipo poeta apaixonado
Na verdade nunca fui poeta
Nem apaixonado
Até você chegar.
Não sei dizer se é paixão,
Nunca soube entender o meu coração.
E foi muito rápido,
Como vou saber
O que senti por você?

Picturing UsOnde histórias criam vida. Descubra agora