Amaldiçoado

Parte 28 - As Asas de uma Maldição

Nós caímos numa armadilha;

E não posso sair dela;

Porque eu te amo muito.

Suspicious Mind - Elvis Presley

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(Ponham a multimédia)

Uma semana.

Uma semana havia se passado desde o dia em que Kwan havia descobrido sobre Jimin e Jungkook, e minhas costas não queriam parar de doer. Minhas orelhas ficavam geladas a maioria do tempo e eu não conseguia me concentrar em muita coisa. Estava sempre pensando em como juntar meu irmão e Jimin novamente, eles precisavam ficar juntos.

E tirando o primeiro dia, que ficou ensolarado, o resto dessa semana foi chuvosos, trovoadas ecoavam pelos céus acinzentados dia e noite, as plantas ficaram mais escuras e as nuvens cobriam todo o céu, o deixando ainda mais escuro. Era como se o reino soubesse que estava perdido nas mãos de Kwan novamente, sem esperanças. Já que as duas únicas pessoas que podem salva-lo estão proibidas de se verem.

A noite de domingo se encontrou tenebrosa e escura, as gotas forte da tempestade caiam pelo telhado e faziam barulho dentro de casa, era aconselhável os moradores da vila não saírem de casa de noite, ainda mais hoje, que a o vendaval estava mais forte. Era aproximadamente meia noite ou mais, Jungkook estava dormindo, assim como mamãe. Mas eu não conseguia dormir, talvez fosse pelo barulho tremendo dos trovões. Meu corpo estava envolto numa manta marrom e eu encarava pela janela a noite escura e molhada.

Meu corpo estava desconfiado, e meus sentidos aguçados, as orelhas voltaram a ficar ainda mais geladas a ponto de achar que estavam jogando água gélida nelas. Levantei-me da cama e fui até o espelho, nos fundos da casa, meus pés descalços e a camisola branca dançava ao redor do meu corpo. Levantei meus olhos para o meu reflexo, levando a mecha de cabelos negros para atrás da orelha e analisando as mesmas, tentando entender o motivo de estarem tão gélidas.

O fato delas estarem agora compridas, assim como as de Yoongi, fez-me arregalar os olhos, um trovão ecoou lá fora, fazendo meu corpo pular.

Eu não sabia por quanto tempo eu aguentaria esconder minha 'origem mágica' das pessoas, ficava cada vez mais difícil esconder a dor nas costas, e agora, minhas orelhas cresceram e ficaram pontudas, eu não sabia como lidaria com isso. Meu corpo estava se adaptando a magia e o que eu realmente era, eu preciso juntar algum casal, para urgentemente controlar minhas asas e acabar com essa dor insuportável nas costas.

Respirei fundo, encarando uma última vez meu reflexo e baixando o olhar enquanto meus pés caminhavam até a cama novamente, sentei-me no colchão e amontoados de cobertores, encarando novamente a janela enquanto cobria preocupada minhas novas orelhas de fada.

Mas algo ainda me incomodava, algo extremamente confuso e misterioso, como se pequenas vozes falassem em meu ouvido, como se contassem um segredo. Aquilo não me era estranho, esta sensação inquietante dos sentidos aflorarem de repente, e as vozes... Eu me lembrava disso.