Parte 5 - Revolta

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Eu choro por milagres nessa realidade;

Sendo incrivelmente feliz;

Eu fui um idiota viciado em sua doçura;

Sim, um idiota.

Boy Meets Evil - Bangtan Boys

__xXx__

Aquela frase me fez sentir-me ansioso e ao mesmo tempo confuso, por um momento as dores desconfortáveis causadas pelo local onde dormi, se tornaram imperceptíveis. Me levantei dos sacos, ajeitando minha postura (o que me envergonhava um pouco. Certamente, eu era mais velho que Jungkook. Mas, sua altura me fazia parecer um irmão mais novo, talvez esse fosse o motivo para os ataques de ansiedade quando estava próximo à ele).

- Emprego?

Juntei minhas sobrancelhas, ato que fez Jungkook sorrir ao tentar explicar, parecia envergonhado de me falar aquilo, como se fosse incômodo. Juntou as mãos abaixo da cintura, estralando os dedos, provavelmente pelo nervosismo, seus cabelos se remexiam conforme os movimentos. Os olhos negros estavam a procura de uma brecha em meu rosto. E por fim, ele me respondeu:

- Não estou pedindo que me dê vantagem. Muito menos que eu esteja me sentindo seu melhor amigo e no direito de pedir o que quiser... Mas, eu preciso de um emprego.

Jungkook levantou os ombros, sem jeito e me encarou, aguardando uma resposta, provavelmente. Eu podia sentir a ansiedade descer e subir pelo peito, talvez aquilo fosse o desejo de ter um novo amigo, afinal, em toda a minha vida, meus amigos foram Jin, Namjoon e raramente algumas brincadeiras com fadas. Eu sorri diante de seu receio, me surpreendia pela quantidade de vezes que Jungkook se mostrou verdadeiro.

Infelizmente, minhas observações se tornaram prolongadas, o que fez o ambiente adentrar num silêncio constrangedor para ele, que juntou as sobrancelhas, numa expressão pensativa:

- Na verdade... Eu preciso de dinheiro. Eu sou o filho mais velho, e mamãe não trabalha já faz algum tempo.

Percebi que se eu tivesse que falar alguma coisa, teria de ser agora. A expressão que Jungkook mantinha, me dava certa sensação de que ele iria sair correndo palácio afora, escondendo o rosto de qualquer um. Levantei meus braços, balançando as mãos, o sono se esvaiu de mim totalmente naquele momento.

- Oh, eu compreendo! Eu, hum, deixe-me pensar... Você é bom no quê?

Jungkook pareceu se aliviar com uma resposta, afinal. Os ombros relaxaram e ele traçou novamente o sorriso descontraído e gentil. Balançou a cabeça e fixou o olhar no meu.

- Jimin, qualquer coisa serve.

- Não irei te dar um emprego no qual você se arrependa de ter, Jungkook.

Sorri, falando a verdade. A visão de pessoas trabalhando em algo que não gostam apenas por dinheiro não me agradava de modo algum, era uma prova de que dinheiro era caçado como carne, e cada vez mais ficava mais difícil de chegar com um cordeiro em casa.

Então Jungkook pensou por um momento, como se fizesse uma lista do que gostasse de fazer em sua mente, e quando finalmente encontrou a função certa, sorriu empolgado, levando com animação a atenção para mim:

AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora