Mission Impossible

(10)

P.O.V. MIN YOONGI

Observar sem fazer nada sempre foi a pior coisa que alguém pode fazer, diante de um laboratório improvisado, meu amigo testava alguma fórmula neurológica, e eu apenas dava voltas em círculos.
—A frequência?— perguntei a Jungkook, que escutava atentamente em um fone no outro lado da sala.
—Ainda nada— suspirou cansado —Simon ainda não sabe o que fazer. Só o que ouvi é que o agente Park Jimin foi despachado para mais uma missão em campo.

Coloquei toda a força e raiva em meu punho, e desferi um soco na parede, não podia continuar assim, Jimin estava dando mais trabalho do que poderia sonhar, e eu não sabia o que fazer.

Hoseok entrou na sala, trazendo consigo alguns papéis.

—Eu consegui...— murmurou, chamando a atenção de todos nós para si, seu olhar subiu e encontrou o meu —Eu consegui Yoongi, eu achei a cura para Jimin.

Meu corpo congelou por um segundo, mas logo avancei nos papéis, vendo fórmulas e mais fórmulas de medicamentos usados.
—Hoseok você é um máximo!— apertei seus ombros, não podendo conter a felicidade —Você conseguiu roubar de um espião mestre? Conseguiu roubar do treinador da equipe alfa? Você precisaria de uma promoção!

Logo Namjoon começou a trabalhar, misturando todo tipo de porcaria viciante em seus equipamentos. Eu queria continuar ali, mas o garoto me obrigou a sair, deixando ele em paz para fazer seu trabalho.

Deitado em minha cama, ouvi a cada barulho que aquela casa fazia, só queria que tudo ficasse pronto logo.

Ouvi passos altos na escada, e me sentei na cama, esperando a pessoa abrir a porta.
—Suga— Taehyung cumprimentou ao entrar —Temos um problema.
—Um problema?— perguntei —Estou de folga, me deixe longe de mais problemas do que o do momento.

Taehyung revirou os olhos.
—É sobre o espiãozinho— me sentei mais ereto, atento as suas palavras —Namjoon disse que precisamos de uma dose de cocaína, mas não podemos pegar nada do estoque, precisaríamos...
—Precisaríamos ir atrás...— completei, pensativo. —Tae, pegue seu casaco, vamos buscar tudo que for necessário para ajudar os agentes.

Caminhei até meu roupeiro, procurando algo confortável e preto nos cabides.
—Os espiões ou o espião?— perguntou o subordinado curioso.
—Os— revirei os olhos —Do jeito que estão seria muito fácil matarem todos nós, vamos ajudar eles a ficarem bons e então estaremos melhores.

A história pareceu não comprar meu amigo, não comprava nem a mim mesmo, eu só queria ajudar Park Jimin, o mundo poderia explodir desde que ele estivesse bem.

Entrei onde eu jurei que jamais entraria novamente, nada me impediu, meu rosto ja era conhecido naquele estabelecimento.

No corredor do banheiro, abri a porta que dizia "Área de Limpeza", grande mentira, era o covil das drogas. Assim que eu e Taehyung passamos pela porta, o cheiro de maconha impregnou em meu nariz, me fazendo trancar a respiração por alguns segundos. Puxei a pequena abertura no chão, descendo a escada para o porão.

Quando cheguei no fundo, havia uma pequena mesa com jogos de azar, onde várias gangues se reuniam para apostar tudo o que tinham, o que não seria problema perder, ja que conseguiriam ganhar tudo no outro dia.
—Olhaa quem esta por aqui..

Me virei ao som daquela voz, e senti Taehyung se mexer desconfortável.
—Os desertores..— o garoto de sorriso amarelo se aproximou —Largou o chefe por uma carreira solo, Min Yoongi? Que coisa feia...

—Me de licença, Jaebum— pedi, fuzilando ele com os olhos. Jaebum sorriu malicioso e saiu do caminho.
—Toda, colega.

Parei em frente a mesa, e estudei cada jogo, sempre fui bom nessas porcarias.
—16, aposto 200g.

O cara das apostas riu, mas assim que recebi toda a quantidade em drogas e dinheiro, o sorriso sumiu de seu rosto.

Taehyung continua quieto, observando tudo, e foi quando ele tocou meu braço, que eu me apavorei.
—Suga, tem algo errado!— E a parede explodiu.

Todos no local puxaram as armas, e diante a fumaça que saia do concreto recentemente derrubado, saiu Park Jimin.

Se a situação não fosse desastrosa, seria até mesmo sexy.
Jimin usava um óculos especial, com uma arma engatilhada, o cabelo levemente bagunçado, o olhar fixo em mim como se quisesse me matar, e de fato ele queria.
—QUE DROGA VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI?!— gritei, me aproximando, nem um pouco preocupado com a arma mirada para mim, enquanto na confusão vários líderes de gangue fugiam pela entrada discreta.
—Eu estou atrás de você a muito tempo, Suga— Jimin respondeu, com a voz morta, o olhar preso em mim.

Taehyung que antes estava atras de mim, agora se punha em minha frente como um verdadeiro agente faria se seu chefe fosse ameaçado. A arma engatilhada me mostrava que nenhum dos dois estava disposto a pegar leve, se Jimin atirasse, Taehyung destruía ele, sem se importar com minhas ordens.
—EU ESTOU AQUI POR VOCÊ, PORRA!— Tornei a gritar —VOCÊ É UM IMBECIL DE VIR AQUI SOZINHO PARK JIMIN! EU ESTAVA AQUI PARA PEGAR A ÚLTIMA COISA QUE VAI SALVAR SUA VIDA.

Jimin não se comoveu, seu dedo apertou de leve o gatilho, e Kim Taehyung era Kim Taehyung, o garoto deu um chute na arma, girando a perna no ar, e logo vi Park se jogar contra meu subordinado, rolando no chão. Tae desferiu um soco no lábio perfeito de Jimin, e Jimin prendeu suas mãos em cima da cabeça, jogando o garoto contra o chão e subindo em cima dele, puxando uma faca do cinto.

Minha primeira reação foi examinar a situação, e quando vi a faca ser desferida a centímetros do pescoço de Kim, puxei o taser da cintura de Jimin, lhe atacando com sua própria ferramenta, lhe dando um choque tão forte que o garoto caiu para o lado.

Tae se levantou, com a ajuda de minha mão.

—Olha só— aquela voz novamente —Suga virou amigo de um espião? Ta explicado por que largou o crime, quando o chefe ser solto... vai ficar sabendo exatamente que o cara que prendeu ele era namoradinho do Min.

Ainda com a arma em mãos, encarei Jaebum, e disparei contra si, lhe dando um nível de choque maior que o de Park.
—O que faremos com eles?— Taehyung perguntou.
—Park a gente leva, Jaebum podíamos jogar na sarjeta, mas não quero tocar nessa imundice, então vamos deixar aqui mesmo.

/,.,/

P.O.V. JIMIN

Sentei no balcão, onde fios ligavam a todo meu corpo enquanto Simon escrevia em uma planilha.
—O que você disse que aconteceu?— meu pai adotivo perguntou, me examinando bem com os olhos.
—Levei alta carga de choque, e então acordei na casa dos Bangtan, um garoto chamado Hoseok me passou uma receita e disse que eu estava curado, e também disse "desse jeito vocês param de agir como loucos e nos exterminar como lobos exterminam ovelhas", então eu vim direto para cá.

Ta, essa era a meia verdade, isso realmente aconteceu, mas eu não precisava citar que Min Yoongi estava la e me abraçou fortemente antes de me deixar vir, também não precisava dizer que Namjoon montou um laboratório só para essa experiencia e Simon também não precisava saber do acordo que fiz com a gangue.

" Deixarei vocês livres por enquanto, mas quando eu receber a ordem de atirar, mesmo que eu não queira, preciso cumprir meu trabalho."

Sr. Cowel sorriu, vendo que a fórmula estava correta e que não sofri dano permanente algum.

Vi a sala ser invadida por uma cabeleira loira e logo eu estava nos braços de Seokjin, que esqueceu as formalidades da nossa carreira para dizer o quanto sentia minha falta e estava feliz por eu estar bem.

—Agora, acho que você deve voltar para trás daquela mesa, Simon— comentei —O melhor agente ja esta de volta ao caso.

Graças ao melhor gangster, adicionei em minha mente.