VINY Y-PIRANGA
Depois que a própria Dalila chegou ao pátio. O medo se instalou não apenas nele, mas em Caimana e Capí também. Isso ele podia ver no olhar deles.
Apesar de estarem sentados em um dos bancos e Capí analisar o ferimento de sua boca, Dalila não se afetou emocionalmente com a cena e permaneceu com o mesmo olhar frio e calculista.
– Quero os três lá em cima. Agora! – o "Agora" que ela disse soou tão assustador que Viny não teve coragem de abrir a boca para responder algo. Lembrou que o professor Atlas havia dito que da próxima vez eles estariam sozinhos. Essa hora era agora.
Eles seguiram pela escada em silêncio e de cabeças baixas. Viny não era o tipo de pessoa que ficava calado, mas não tinha ninguém para apoiá-lo ou sequer ajudá-lo naquele momento, e sabia que Dalila faria de tudo para piorar a situação deles cada vez mais.
Ela os levou até uma sala ao lado da que ficaram da ultima vez. Mas esta tinha muitas cadeiras e carteiras velhas de uso e espalhadas ao longo do espaço central. Alguns objetos formavam uma grande pilha no fundo da sala. Brinquedos, roupas, coisas que Viny nao conseguia identificar e mais brinquedos antigos. Viny imaginou por um momento se a sala não seria antigamente o local onde guardavam coisas perdidas, ou se seria algum tipo de local para lazer das crianças que estudavam ali. Desconfiou muito da última alternativa, já que aquela megera era responsável pela escola. Duvidava muito que ela daria algum lazer para crianças naquela sala que mais parecia uma câmara de tortura.
- Fiquem aqui. - Dalila disse, saindo e fechando a porta atrás de si.
Ao observar melhor a sala, ele se deparou com o garoto que lhe "alertara" na aula da Felícia.
O garoto olhava para eles. Analisando sua boca ferida e seus amigos ao lado.
– Brigando de novo? – ele debochou com um sorriso sarcástico brotando no canto da boca.
– É como diz o ditado: O que é a vida sem alguns dragões!! – ele respondeu. Estava entrando na brincadeira. Como dizia aquele outro ditado? Se não pode contra eles, junte-se á eles? É, talvez fosse isso. - E você? – perguntou desviando do assunto.
– Fui pego injustamente. – respondeu.
Era isso o que tinha para dizer?, Viny pensou.
– Todos fomos! – Caimana disse mal humorada, olhando para o chão de madeira.
Viny imediatamente se sentiu culpado por tê-la metido nessa enrascada.
– Eu te avisei. – O garoto-indio falou com o olhar vago na extremidade da sala.
– Eu sei. – Viny respondeu chateado. Não sabia se deveria ter ouvido o garoto ou se deveria fazer o que era certo. Apesar de que fazer o que era certo não resultara em nada bom.
Ele fitou por um momento o quadro negro embaçado de giz branco.
– Como tinha dito que era o seu nome mesmo? – a pergunta saiu de sua boca tão naturalmente quanto um piscar de olhos durante espirro.
– Eu não disse. – ele respondeu sem tirar os olhos da lousa.
– Vai bancar o mal-humorado agora?
Ele não respondeu.
– O meu é Viny. Estes são Caimana e Capí. – ele apresentou os outros. Eles acenaram um "oi" para o garoto, mas ele não desviou o olhar e nem retribuiu o "oi" deles.
Mas que menino chato viu, pensou.
- Já que não vai dizer, vou chamar você de Índio, e...
– Virgílio. Virgílio OuroPreto.
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Os Pixies - O Ressurgimento de Anhangá
AdventureOs Pixies são um grupo de jovens bruxos que estudam na Escola de Magia Notre Dame do Korkovado, no Rio de Janeiro. Após se conhecerem no primeiro ano da escola, alguns boatos de que um antigo feiticeiro do mal ressurgiu começam a aparecer. Eles acre...