CAIMANA
Enquanto seguiam Índio, Caimana perguntou para Capí.
– Quem é aquele lá?
– Ele é o Griô. Contador de histórias.
Olhou para Índio que andava á passos largos. O que aquele moleque tem? Só vive emburrado.
– O que ele estava querendo dizer com aquilo, quando falava com o Índio?
– Eu não sei. Mas o Griô conhece todas as histórias que se há para contar; sabe tudo que já aconteceu no mundo. Mas só conta o que quer, para quem quer, e quando quer.
– Será que ele sabe de alguma coisa que o Índio não sabe? – ela perguntou. Só podia ser. Para ele sair todo nervosinho daquele jeito. Mas Capí deu de ombros e isso a deixou curiosa.
– Pode ser que sim.
Viny alcançou Índio e entrou na frente dele fazendo-o parar. Caimana e Capí os alcançaram.
– O que houve com você? – Viny perguntou.
– Nada! – Índio respondeu com aquela cara séria.
– Como assim nada? O que ele quis dizer com aquilo?
– Nada. Eu já disse.
– Não vamos te deixar em paz enquanto você não falar. – estavam na praia e o sol ardia sobre as cabeças deles. Um dia ótimo, na opinião de Caimana.
– Eu não posso falar! – Índio retrucou.
– Ah, então quer dizer que tem algo! – Caimana falou. Mas é claro que tinha. Sabia disso pelo jeito dele.
– Vamos para a aula tudo bem? – Índio mudou de assunto.
– Agora é a aula de Ética. – disse Viny. - Deve ser um saco! Que tal a gente ficar aqui? – ele olhou pela praia, o vento batendo em seus cabelos dourados. Tinham muitos alunos na água e ninguém estava sequer preocupado em voltar para as aulas.
– Boa ideia! – Caimana falou. – Estou morrendo de vontade de surfar!
– Você surfa? – Capí perguntou. Ela afirmou com a cabeça. – Que legal!
– O meu pai me ensinou. Quer ver? – ela disse ansiosa. Mesmo se ele não quisesse, ela iria surfar. Não precisava de motivo algum para sentir as ondas se quebrando e a água salgada batendo nela.
– Quero sim!! Vai ser demais! – Capí falou empolgado.
– Então esperem aqui que eu já volto.
Ela saiu correndo para seu dormitório. Pegou sua prancha de surfe azul, colocou um biquíni e saiu correndo de volta para a praia.
– UAU! – Viny exclamou quando viu a loira correndo pela areia.
– O que foi? – perguntou ela, se fingindo de ingênua.
– É que... Você está... - a boca dele ficou aberta, sem emitir som algum.
– Vai lá Caimana! – Capí falou. – Manda vê!
Ele estava empolgado, ela não sabia porque. Então ela decidiu mostrar o que fazia de melhor na SUA praia.
Saiu correndo em direção ao mar com os cabelos voando ao vento. As ondas chegaram á sua cintura quando ela se deitou de peito na prancha.
As ondas batiam e passavam por cima dela. A água salgada batia no rosto, quando soube que estava na hora de se levantar e arrasar.
Ela se ergueu em cima da prancha e em um equilíbrio, que era normal para ela, deslizou sobre as ondas que se quebravam no mar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Pixies - O Ressurgimento de Anhangá
AdventureOs Pixies são um grupo de jovens bruxos que estudam na Escola de Magia Notre Dame do Korkovado, no Rio de Janeiro. Após se conhecerem no primeiro ano da escola, alguns boatos de que um antigo feiticeiro do mal ressurgiu começam a aparecer. Eles acre...