ÍNDIO
[Algumas horas antes]
Por que ele? Índio perguntou-se. De tantos alunos naquela escola ela escolhera logo ele para fazer isso?
– Droga.
A mata estava escura. As cigarras cantavam e as folhas se mexiam com o vento. Como conseguiria achar a tal da caverna? Andando por aquela floresta àquela hora iria se perder facilmente.
"Siga as plantas." – foi o que ela dissera. Seguir as plantas não era o melhor dos conselhos, dado que agora estava em uma floresta cheia delas. Mas ele não era nem um pouco burro. Alguma dessas plantas tinham que ter algo em comum, que mostraria o caminho certo.
Agora ele, Vírgílio OuroPreto, estava naquele lugar com apenas uma pequena luz na ponta da varinha para guiar seu caminho pela vasta vegetação. Na outra mão uma bola de cristal coberta por um pano roxo.
Sabia que era de cristal porque o pano deslizava pela bola facilmente, mas não ousaria abri-la e ver o que realmente era. A ordem que recebeu era a de apenas leva-la para um local longe e seguro.
Poderia escondê-la em um lugar muito mais longe da escola, mas ela disse que seria perigoso, pois "todos estavam querendo pegá-la para coisas nada boas, queridinho.".
Era dia, e tudo estava claro com o céu limpo e o sol brilhante como sempre. Mas apesar disso, ele estava dentro da floresta que era proibida á todos os alunos de entrar sem a autorização mínima de um professor.
Em pouco tempo não ouvia mais nada além dos estalos dos galhos e folhas secas sob os seus pés. Ela também o alertara que até a clareira, a floresta era segura.
– Ótimo. – murmurou. – O que ela quis dizer com isso?
No fundo sabia a resposta. Além da clareira não estaria mais seguro. Parou por um instante. Havia chegado a tal da clareira. Sentiu um pouco de medo... pouco, mas sentiu. Apesar disso tinha que continuar. Olhou para trás. As arvores estavam diferentes. "Não use as árvores como referência ou vai se perder. Siga apenas as plantas." Era outra das dicas que dera a ele.
– Cadê essas malditas plantas? – perguntou a si mesmo. Olhou para o lado e viu uma planta. Duas na verdade. Mas eram estranhas demais quando parou melhor para analisar, franzindo o cenho. Elas se destacavam de todas as outras... como se tivessem vida.
Uma tinha duas longas folhas que se curvavam para os lados com um pequeno tufo no meio de onde seria a cabeça como um mini coqueiro. O corpo era pequeno e esbelto, parecia que usava maquiagem no que parecia ser seu rosto. O outro tinha folhas curtas na cabeça, como uma coroa de abacaxi. Esse era mais baixo e redondo que a outra planta. E não se pareciam nada com plantas, estavam mais para batatas estranhas e marrons, com pequenas patinhas que seriam os pés e os braços. Os olhos eram pequenas bolinhas negras e brilhantes.
– Que que é rapá? – o mais gorducho disse.
Índio deu um pulo para trás. Estava surpreso. Esse bicho feio fala, pensou.
– Vocês são as plantas que mandaram eu seguir? – olhou de um para outro intrigado.
– Somos sim! Hihihi. – disse a mais alta. Ele percebeu que se tratava de uma fêmea e um macho. Se fossem animais, mas no caso dessas criaturas era difícil discernir o sexo á não ser pela voz.
– Podem me guiar até alguma caverna ou algo do tipo?! – Se é que haveria uma ali, pensou.
– Vixi, a caverna fica bem pra lá mano! – aponto o gorducho com sua mão em miniatura para depois da clareira atrás dele. - Se quiser ir pra lá tem que ser corajoso.
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Os Pixies - O Ressurgimento de Anhangá
AventuraOs Pixies são um grupo de jovens bruxos que estudam na Escola de Magia Notre Dame do Korkovado, no Rio de Janeiro. Após se conhecerem no primeiro ano da escola, alguns boatos de que um antigo feiticeiro do mal ressurgiu começam a aparecer. Eles acre...