Capitulo 12

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S/Revisão

Amber

— Nunca pensei encontrar-te aqui. – disse Allan saboreando a cerveja.
— Nem eu, a Jessica só me avisou que o Joe estaria aqui mas devia calcular que ele iria trazer um amigo. — digo de uma forma natural.
— Nunca vi o Joe tão feliz assim. A tua amiga realmente o faz muito bem.
— Ele é sargento certo?
— Sim, sou. — interrompe Joe que se senta perto do amigo — E tenho muito orgulho em ser, faço tudo pela nossa pátria.
— Então podes ser chamado a qualquer momento?
— Tecnicamente sim mas neste momento estou de baixa durante uns meses. Voltei a pouco tempo do Afeganistão. — explicou ele olhando para o ar parecia que estava a lembrar-se de alguma coisa.
— Como é que é? Quer dizer ... Como consegues? Morre tanta gente inocente nessas malditas guerras — perguntei intrigada, por mais que ele gostasse de Jessica e ela dele, a profissão de Joe é bastante perigosa e a qualquer momento Jessica pode ter uma má notícia em relação ao seu namorado.
— É complicado Amber. Não sei se irias compreender.

Pois, nunca vou compreender o porquê do mundo andar de pernas para o ar em guerra mas pronto.

— Vamos mudar de assunto.
— Concordo Allan.

Passado uns 20 minutos Jessica volta e junta-se a nós, comemos e conversamos muito, nos divertimos bastante durante a tarde toda. Jessica e Joe realmente pareciam estar muito apaixonados e isso deixava-me feliz e preocupada, não iria aguentar ver a minha amiga sofrer caso algo de grave acontecesse a Joe quando ele tivesse de voltar para o Afeganistão. Já estava a ficar tarde e Allan ofereceu-se para me acompanhar até casa. Até porque tinha estacionado o carro perto. Despedimo-nos dos pombinhos e saímos.

O caminho foi em silêncio.

Possas! Eu sou uma pessoa tão sociável com os homens mas com este é diferente. Não consigo ficar descontraída. Ele também não ajuda, sempre com essa postura séria e tudo mais. Se fosse outro já teria avançado.

Revirei os olhos e pensei no que Melissa tinha me dito em questão a não me aproximar do agente.
— Aqui estás sã e salva.
— Bem podias dar um pouco de conversa durante o caminho.
— Desculpa estou cansado e quando estou cansado torno-me num homem de poucas palavras.
— Nota-se. Só queria que reparasses que eu estou aqui.

Allan esboçou um sorriso fraco e me deu um beijo no rosto.

Mas o que se passa com esse homem?! Ele não vê que eu estou a fim dele? Enfim. 

Dou as costas e entro em casa. Allan conseguia me tirar mesmo do sério.
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Dia seguinte

Melissa

Finalmente o fim de semana. Hoje iria para a arrecadação começar um novo quadro e lá teria paz para pintar. Levanto-me cheia de energia e encontro as minhas irmãs que mais pareciam estar num funeral.
— Mas que caras são essas ?
— Nada. — respondem às duas ao mesmo tempo.
— Até parece que não vos conheço.
— Vai cuidar da tua vida. — Amber levanta-se e vai para cozinha.
— Já começaste ? — sigo-a até lá —  Nunca mais vi nenhum dos teus beibinhos aqui, será que andas fraca.
— Achas? Nunca vou estar fraca, simplesmente estou a fazer uma pausa.
— Nunca pensei que esse dia fosse chegar. — digo de boca aberta.
— Que dia?
— O dia de ver a minha irmã se apaixonar por um homem que não lhe passa cartão.
— O Allan passa sim cartão! — exclama nervosa.
— Ainda por cima o agente Allan. — digo a rir.
— É normal mana, não ligues a Mel. — diz Alicia que se senta ao lado de Amber para a confortar.
— Sim Amber é normal não termos sempre quem queremos.
— Ele gosta de mim só que tem medo de se envolver comigo por causa da investigação.
— Aie? Poupa-me, poupa-te e poupa-nos tá ? As pessoas não se apaixonam só assim do nada. O físico não é tudo, eu sei que disse que não te queria ver metida com ele mas vou -te dar um conselho, se queres conquistar o Allan mostra-lhe que és mais que uma cara bonita num corpo escultural. — aconselho de forma sincera.

— Eu sou mais que isso.
— Ninguém disse o contrário. Só acho que tens de parar de te armares na última bolacha do pacote ou na última Coca Cola do deserto que todos homens querem. Nem todos os homens são iguais.
— Da forma que falas até parece que percebes de homens... — diz Amber fazendo Alicia sorrir e abanar a cabeça.
— Amber eu estou a falar para o teu bem. Tu desde o Rodrigo que só queres brincar e brincar por aí mas não esquece que és mulher e isso tem peso no futuro.
— Lá vens tu com esse pensamento machista...
— Não é pensamento machista,  a tentar conversar bem contigo e te mostrar que para conquistares o Allan tens que mudar.
— E quem te disse que quero algo sério com ele? Quem te garante que não só o quero levar pra cama? — questiona Amber.
— Porque se assim fosse já terias o mandado a merda e não estarias a pensar nele. Provavelmente irias dizer  " ele não é o único homem no planeta" ou " Eu sou a Amber, o que não me faltam são esquemas".

Amber abana a cabeça e bate com ela na mesa.
— Pela primeira vez acho que talvez tenhas razão... Desde o Rodrigo que não me sentia atraída por ninguém assim.
— Por onde anda mesmo esse cancro? — pergunta Alicia.
— Ouvi dizer que casou com uma loira rica... E que estão na Califórnia, tão  cedo não o volto a ver.
— Espero mesmo que fique longe, depois de tudo que ele te fez.
— Se eu fosse a vocês não contava muito com isso. — digo enchendo a minha caneca com leite.
— Como assim?
— A Sally, a prima dele que trabalha lá na empresa, comentou com a Daisy que ele e a mulher estavam a pensar em voltar para cá e comprar uma casa.
— Só podem estar a gozar com a minha cara?!
— Já passou muito tempo Amber ... Mais tarde ou mais cedo vai ter de o encarar.
— Espero que não seja tão cedo, a última pessoa que gostaria de encontrar na rua era o Rodrigo e a sua querida mulher.
— Esquece o Rodrigo e segue o meu conselho.
— Tens razão Melissa. Pela primeira vez na vida tenho que concordar contigo.

Sisters: Uma Vida NovaOnde histórias criam vida. Descubra agora