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Melissa

Amber e Alicia não estavam em casa por isso decidi pedir a Eric para vir pra cá. Precisava de ter um conversa com ele sobre o pai dele.

Eric não demorou muito a chegar aqui.

— O que se passa? Disseste que era importante.
— Senta-te por favor.
— Nao me digas que te arrependeste de teres dormido comigo e já não queres mais nada. — Eric expressava um semblante triste.
— Não, pelo contrário, eu gosto muito de ti Eric. Tu vieste na altura que eu mais precisei de ti e eu adoro estar contigo. Contigo sinto-me bem e quero passar mais momentos ao teu lado. — estava a ser sincera, com o Eric aprendi a gostar de alguém outra vez.
— Fico muito feliz por ouvir isso. — ele puxou a minha mão e beijou.
— Mas há o teu pai...
— Nao te preocupes eu falo com ele e ...
— O teu pai pode ser suspeito de assassinar os meus pais Eric. — fui direta ao ponto, não iria ficar a enrolar, ele precisava de saber por mim.
— Do quê que estás para aí a falar?
— O agente que está a coordenar a investigação veio hoje e disse...
— Tu achas mesmo que o MEU pai iria fazer uma coisa dessas?! — Eric se levantou sobressaltado.
— Eu não conheço o teu pai. Sinceramente, eu não faço ideia do que ele é ou não é capaz mas a única coisa que eu sei é que ele é suspeito e estão a espera que ele volte para interrogar. Já o mandaram chamar e se ele não voltar dentro do prazo podem emitir um mandato de captura por suspeita de homicídio.

Eric estava pálido e incrédulo. Também não era para menos, nunca lhe passou pela cabeça que o pai dele fosse suspeito de ter morto alguém.

— Mas o quê que a polícia tem ao certo?
— O teu pai recebia uma quantidade elevada de dinheiro através do meu pai e as transferências pararam semanas antes do meu pai morrer.
— E isso é suficiente para o acusarem?
— O inspetor Allan não aprofundou e só nos disse isso. Se ele acha que é suficiente quem sou eu para o contrariar.

Eric levantou-se e respirou fundo.

— Eu não consigo acreditar.
— Eu sei mas admite, o teu pai me odeia por alguma razão e te disse pra te afastares de mim. Agora isso, ele pode não ter matado mas ele sabe quem foi. — disse convicta, estava farta desses labirintos sem saída.

Eric estava muito perturbado mas reagiu melhor do que eu esperava. Sentou-se ao meu lado e me abraçou sem dizer nenhuma palavra.

Uma semana depois...

Alicia andava muito ocupada com o teatro e tinha começado a namorar. O primeiro namorado dela, isso a distraia um pouco dos nossos problemas. O pai de Eric já tinha voltado e a polícia tinha feito mais descobertas que o mantinham como o suspeito mais provável. Amber andava muito em baixo mas recebia sempre a visita de Allan que a fazia companhia. Era tão difícil, quando tudo parecia estar a dar certo para as três tinha que vir esse problema? Nós só iríamos realmente ter paz quando o Assassino fosse desmascarado. A minha relação com o Eric está um pouco tensa desde que a polícia identificou Frederick como possível assassino e ele ainda não acredita que o pai fosse capaz de fazer um ato tão bárbaro.

E eu? Bem, eu estou arrasada com isso tudo mas tenho que manter a postura forte. Tenho que permanecer na empresa a tomar conta de tudo mas havia momentos do dia que decido pintar para me distrair e é muito difícil estar com o Eric sem tocar no assunto da polícia.

Allan nunca mais disse nada nem outro inspetor diz alguma coisa. Eu preciso de fazer alguma coisa. Preciso de descobrir o que realmente aconteceu e para isso vou ter de falar com as pessoas que sabem de alguma coisa. Rodrigo e Frederick.

Saio da empresa disparada sem dizer nada e me dirijo ao meu carro. Sinto que estou a ser seguida por um carro mas ignoro. Deve ser impressão minha.

Vou até casa e me apercebo que o mesmo carro que vinha atrás de mim está parado há uns 100 metros da minha porta e engulo em seco.

— Amber! — começo a gritar e subo as escadas até o quarto dela.
— O que foi? — tinha acabado de sair do banho e estava de toalha.
— Está alguém a seguir-me. Foi a empresa e agora está parado a uns metros de casa.
— Temos que avisar o Allan. — ela queria pegar no telefone mas impedi-lhe.
— Não, nós temos de descobrir nós quem matou os nossos pais. A polícia anda as voltas por aí sem encontrar o culpado e eu sei que tanto o Rodrigo como o Frederick sabem quem matou.
— O Rodrigo não me diz nada. Diz que é pra minha proteção. — diz amargurada.
— Se calhar ele tem razão. Mas ele a mim vai me dizer qualquer coisa. Só que eu tenho de ir à casa dele sem que aqueles idiotas se apercebam.
— Para isso precisamos criar uma manobra de diversão. — Amber senta-se à pensar em algo.

— Tive uma ideia. — digo tendo realmente uma ideia genial.

Esperamos anoitecer e pusemos o plano em prática. Falamos com Beth para ela dormir cá em casa hoje e ela não se importou em fazer esse grande favor.
Vesti-lhe com roupa minha bastante larga e coloquei-lhe uma peruca de Amber que mais se parecia com o meu cabelo. Coloquei também óculos escuros e base escura na cara dela.

Como era de noite e eles estavam a uma certa distância não iriam reparar que não era eu.

Amber, Alicia e Beth saíram de casa e apagaram todas as luzes. Foram no carro de Amber e tal como eu calculava, o carro que me tinha seguido, seguiu o carro da minha irmã.

Deixei passar uns minutos e sai de casa a pé. Vesti tudo preto e amarrei o cabelo. Assim que cheguei a casa de Rodrigo antes de tocar a campainha.
Ouvi uma grande discussão lá dentro, parecia que Lara gritava e Rodrigo a ignorava. Espreitei por uma janela e vi, ele estava a ver televisão fazendo carinho no cão enquanto que Lara atirava as coisas e gritava. Ele mantinha o semblante calmo e nada agitado como se tivesse acostumado aquela gritaria.

Bem, eu iria interromper aquela discussaozinha e era agora!

— Toquei a campanha e reparei que a casa ficou completamente em silêncio.

1 minuto depois, Rodrigo abre a porta.

— O que fazes aqui Melissa?
— Preciso de falar contigo e não te preocupes que ninguém está à espreita. Por favor Rodrigo tu és a única pessoa que nos pode ajudar.
— De certeza que ninguém está por aqui? — ele realmente estava com medo.
— Não. Eu já me encarreguei de os distrair.

Ele assentiu e saiu. Fechou a porta.

— Vamos passear. Não da para falar aqui na mesma.

Lara assistia tudo da janela e ficou preocupada com a exposição toda do marido.

Rodrigo e eu fomos para o carro e ele conduzia sem destino. O carro estava silencioso sem nenhum barulho de rádio nem som das nossas vozes. Ele parou num pequeno parque há três kilometros de casa.

— Antes de mais eu quero que tu saibas que sempre amei Amber independentemente de tudo e que daria tudo para as coisas serem diferentes. Aquela noite não era suposto ser assim.
— Não é isso que está em causa agora.
— Mas foi a partir daí que isso tudo começou.
— Como assim?— me senti confusa.
— Depois de tudo o que te vou contar de certeza que mudaras a opinião que tens sobre o teu pai. — começou Rodrigo — O teu pai era uma homem mau, Melissa. E tu nem fazes ideia do quanto ele era mau.

— O quê que estás para aí dizer ?
— Ja vais descobrir

Sisters: Uma Vida NovaOnde histórias criam vida. Descubra agora