Opostos Atraem-se

❤ 9° Capítulo ⌛

[ Scott Narrando]

5 meses depois...

Bem, vou fazer um pequeno resumo do que aconteceu nestes últimos meses. Todos vocês devem estar mortinhos de curiosidade por saber o que aconteceu Luce, mas não serei eu a contar-vos essa parte, desculpem, mas irão ficar a saber mais tarde...
Enquanto estive no hospital comecei a dar-me muito bem com a enfermeira Clara, ela foi um grande apoio durante aquela fase na minha vida, os dias foram passando e a Luce continuava na mesma, nenhuma melhoria nem resposta, a mãe da Luce chegou mesmo a pensar em desligar as máquinas e deixá-la partir, mas acho que o facto de ter perdido o marido a fez pensar que se calhar era preciso lutar mais pela filha!! Eu ia todos os dias ao hospital ver a Luce, falava com ela, chorava e cantava pra ela...

O Daniel mudou muito desde o acidente e nunca ninguém percebeu o porquê, ele passou a ser mais sentimental com as outras pessoas, tentava sempre ajudá-las de diversas maneiras. Ele também vinha visitá-la todos os dias e nas primeiras semanas chegou mesmo a dormir no hospital, acho que foi pelo facto de se achar culpado por aquilo que a Luce estava a passar, todos lhe demos apoio incluíndo a Vicky, foi ela que ficou com ele quando ele começou a entrar em depressão, é verdade, o meu melhor amigo não conseguiu lidar muito bem com a situação, fugiu várias vezes de casa, acordava durante a noite a gritar o nome da Luce, partiu quase todas as coisas do seu quarto por causa dela.

A Vicky coitada não sabia o que fazer com o irmão e deixou de "viver" por causa do mesmo, a mãe continuava a trabalhar durante muito tarde e parecia de alguma forma que não se importava muito com o estado do filho...

A Katherine e o Luke foram para fora dois meses depois do acidente ninguém conseguiu realmente perceber o que teria acontecido para tal coisa, mas ambos escreveram uma carta para a Luce caso ela acordar, poderem explicar o que lhes tinha acontecido, mas só ela é que poderia saber na realidade.

Por um lado eu afastei-me de tudo e de todos por assim dizer, quando completei os meus 18 anos decidi partir para viajar por todo o mundo, no princípio todos acharam que eu estava a ser o mão da fita pelo facto de ter deixado a Luce naquele estado e se gosta-se mesmo dela teria passado todo o tempo possível ao seu lado, mas não foi isso que aconteceu na realidade, eu fiquei 2 meses à espera dela com esperanças de que alguma coisa a pudesse fazer acordar!! Nunca desisti, mas depois pensava no tempo que tinha perdido, só por causa de um amor.... estas palavras acabaram por suar frias, até mesmo eu o senti, mas não poderia estar adiar mais a minha vida...
A Lucinda Argent, sempre será o meu primeiro amor, independentemente daquilo que aconteça...

[ Daniel Narrando]

Acordei com a luz do sol a perfurar os buracos dos meus estores fazendo com que a mesma me batesse na cara, sentei-me e encaro a minha irmã deitada ao meu lado e tentei-me lembrar o que teria acontecido para ela estar aqui, mas o som do meu telemóvel a tocar invadiu os meus pensamentos. Agarrei no mesmo e saí do quarto para não acordar a Vicky, olhei para o ecrã e vi que era um número desconhecido e resolvi atender.

— Estou !? - digo descendo as escadas, indo assim em direção à cozinha.

Desconhecido — Bom dia, desculpe estar a ligar tão cedo Sr. Daniel, mas é que a mãe da Lucinda não atendia e como era o único contacto restante resolvi ligar. Daqui fala a enfermeira que está acompanhar a Lucinda e queria dizer que ela acordou finalmente e não para de perguntar por você e pela Sra. Lauren...

— A senhora está mesmo a falar a sério!!! A Luce acordou finalmente!!?!? - não consegui esconder o meu tom de alegria, enquanto a enfermeira falava eu ia saltando de alegria como uma criança, as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, mas eram lágrimas de alegria e alívio ao mesmo tempo. A enfermeira explicou-me tudo e eu disse-lhe que já ia a caminho para o hospital e que antes iria passar pela casa da Sra. Lauren para lhe contar a novidade!!!
Subi as escadas a correr, abri a porta do meu quarto e saltei para cima da Vicky enchendo-a de beijos.

— Vicky!!!! Olha para mim!! - digo tirando a almofada da sua cara que a mesma a pôs para continuar a dormir!

Vicky — Ai!!!!! Fogo Daniel, deixa-me dormir!!!! - diz tapando a cara.

— Vicky eu não te acordava se não fosse importante !! Por favor olha para mim!!! - digo tirando a almofada da cara, novamente!!!!

Vicky — Eu juro-te se não for por uma boa causa, estás morto!!!! - diz encarando-me.

— Sem mais rodeios!!!!! A Luce acordou!!!!!! - digo saltando em cima dela e a mesma começa a gritar e a chorar de felicidade.

Vicky — Porque é que estas aí parado!!! Mexe-te!!! rápido!!!! A Tia Lauren já sabe da notícia!?! - pergunta agarrada à porta entre aberta do meu quarto.

— Não, a enfermeira que me ligou disse que ela não atendeu por isso pediu-me para ir lá eu mesmo dar a notícia, maaassss..... eu queria ir já para o hospital, por isso estive a pensar que tu poderias ir a casa da Sra.Lauren e ambas iam para o hospital depois!? Por favorzinho!!!! - digo ajoelhado no tapete ao pé da cama, fazendo a cara fofa do gato das botas!

Vicky — Está bem!!! Mas despacha-te DANIEL!!!!! - diz fechando a porta do meu quarto.
Eu não consigo descrever o quão contente eu estava, era um milagre ela ter acordado, todos aqueles meses de culpa foram-se embora finalmente!!! Esperei tanto por este momento, eu mudei bastante desde o acidente para um lado bom é claro, mas de certa forma sentia-me muito culpado o que me fez entrar em depressão durante alguns meses... não é propriamente fácil ultrapassar isto, tive pesadelos e ataques de pânico e quem me ajudou a ultrapassar isso foi a Vicky, ela foi como uma mãe para mim pois a minha não se importou com nada do que estava a acontecer ela sempre culpou a Vicky e a Luce por aquilo que eu estava a passar!!!
Pôs de lado os meus pensamentos e fui me vestir...

[ Luce Narrando]

A primeira coisa que começo a ouvir é o som dos bips vindo do meu lado direito, começo a abrir os meus olhos com cuidado, estranhei por algum tempo a claridade do quarto.
Mexo a cabeça de um lado para o outro e percebo onde me encontrava, era precisamente um quarto hospitalar, ainda em estado de choque as lembranças foram aparecendo aos poucos e senti um nó a formar-se na minha garganta...

Queria chorar!!! Queria saber se estava bem, queria saber o que tinha acontecido realmente!!!
Eu precisa do Daniel!!!!

Premi o botão que estava do meu lado esquerdo, para chamar uma enfermeira, no mesmo instante vêm um homem de bata branca que presumi ser o meu médico.

— O que aconteceu!? - pergunto meia desorientada.

Médico — Menina Lucinda! Está tudo bem, você teve um acidente de carro e  deu entrada no hospital num estado muito grave, tivemos que lhe fazer uma cirurgia para lhe retirar alguns destroços do acidente. A cirurgia correu muito bem, mas infelizmente não conseguimos reanima-la e ficou em coma durante 5 meses.

— O QUÊ !? 5 MESES!!! - elevo o meu tom de voz. - E o Daniel !? - tento  recompor-me.

— Ele deve estar a chegar, ele ficou bem, mas passou por uma depressão muito grande nos primeiros meses, ele não a queria deixar, sentia-se culpado por o que lhe aconteceu... e digamos que a ajuda em casa não era propriamente a melhor!! Mas vou deixar o mesmo explicar-lhe tudo!! - o médico sai e entra o Daniel!!!

Daniel.... Meu Deus como ele estava diferente, as suas roupas, a sua expressão, mas como sempre lindo.... tentei disfarça o quanto fiquei impressionada, mas não pude pois via nos seus olhos que ele estava diferente, o estranho é que o meu coração batia rápido como se fosse saltar do meu peito e eu não percebia o porquê, eu tinha começado a gostar do Scott não fazia sentido nenhum estar assim tão preocupada com o Daniel e estar a sentir aquilo..... ficamos a olhar-nos, como se fosse a primeira vez que nos vimos, eu estava com medo, sem jeito, ele não tirava os olhos de mim, ambos ficamos apenas por trocar olhares nenhum de nós disse nada...... até que ele tomou iniciativa e veio na minha direção, sentou -se na cama fazendo-me mexer um pouco para o lado e pegou na minha mão! Quando senti as nossas mãos juntas eu fechei os olhos e o puxei para um abraço como se não quisesse sair dali, ele apertava-me em seus braços e eu sentia o seu perfume, sua pele, seu coração batendo forte como o meu...... aquele momento demonstrava que ambos tínhamos saudades um do outro.