Capítulo XVII - Inteções

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Pov. Percy

Todos já estavam em suas camas, prontos para dormir. Mas eu sabia que passaria a noite em claro. Era praticamente impossível dormir bem enquanto existem tantas preocupações.

Depois de conversamos com Gina e Rony (que ficaram embasbacados com todas as histórias que lhe contamos), cada um se alojou em seu "dormitório". Nico, porém, foi embora antes que pudéssemos vê-lo.

Ainda é estranho ver ele sendo tão responsável e maduro. Ele não se parece nada, ao menos psicologicamente, com aquele adolescente fissurado em Mitomagia:

-- Está pensando demais novamente, Jackson? – perguntou Rony. Harry ainda não tinha voltado da enfermaria. Creio que ele estava totalmente cedado. Apenas assenti com a cabeça, mesmo que o ruivo não enxergasse meus gestos.

-- Percy, posso te perguntar algo?

-- Claro.

-- Qual é a sua intenção com a Mione?

Eu não consegui segurar a risada diante a estupidez daquela pergunta. Quando aquele garoto notaria que Hermione estava interessada nele?

-- Eu sou apenas um amigo dela.

-- Harry também. E eu também. Isso não significa que você não queria ser algo a mais ...

-- Não se preocu...

-- Claro que me preocupo! – ele disse, erguendo-se da cama e sentando na mesma – Sabe como é difícil ser tão "pressionado" assim? Harry é o "bruxo que sobreviveu". Hermione é uma das bruxas mais inteligentes que passaram por Hogwarts. E eu ... sou apenas eu! Não tenho um talento ou algo a oferecer.

-- Você não é um peso morto, Ronald. Eu sei muito bem o que é isso! Mas não significa que você não preste! Eles são seus amigos, acredite.

Rony parecia pensar muito. Eu sempre o via como alguém que gostava de piadas e sempre sorrir, mas agora, seu semblante era sério.

-- Sabe ... eu descobri algo esses dias ...

Eu me levantei, qualquer informação era útil.

-- Não aqui. Vamos dar uma volta.

X-X

-- Espera, uma o quê?

Rony revirou os olhos novamente.

-- Horcrux. Li isso em um livro ... bom, eu peguei esse livro da Seção Restrita, mas isso você não precisa saber – disse, sorrindo amarelo.

Eu não sabia o que aquilo significava, mas o bruxo me explicou, superficialmente. Pelo o que disse, também não conhecia muito sobre aquele tipo de magia, magia negra.

Se era algo obscuro e perverso, a possibilidade de Cronos está utilizando aumenta. Precisávamos descobrir como trabalhar com as informações.

Pov. Harry

Minha cabeça latejava muito e minha visão continuava embaçada. Porém, os remédios da Madame Pomfrey já faziam o efeito, e os sintomas iam desaparecendo gradativamente.

Quando eu tive alta, já estava no horário do café no Salão Principal, então fui até. Depois me arrumaria para a contínua rotina.

-- Você já está melhor, Harry? – perguntou Gina, quando me sentei na mesa da Grifinória. Assenti com a cabeça e ela sorriu, confortável.

-- Preciso falar com vocês. – Percy se pronunciou. Ele ainda tinha os olhos em mim, desconfiado do ataque de ontem. Acho que ele demoraria para voltar a confiar em mim novamente – Rony descobriu algumas coisas.

Hermione olhou surpresa para o ruivo, que ficou corado com os olhares da amiga. Eu apenas ria da situação dos dois.

-- Okay. Depois das aulas? Eu e Percy vamos olhar a biblioteca, ver se podemos encontrar algo relacionado a qualquer deus.

Quando terminamos, voltamos para o dormitório, onde Annabeth disse pegaria algo.

Ela desceu com um boné azul marinho em mãos, com um símbolo ao centro.

-- Agora podemos ir.

-- Mas como eu vou me disfarçar? Você tem o Boné da Invisibilidade, mas eu não tenho nada! – Annabeth pensava em alguma solução. Hermione sorriu de lado para mim.

-- Acho que Harry pode ajudar ...

X-X

Depois de pegar a Capa da invisibilidade para Percy, os dois semideuses partiram em direção a biblioteca, enquanto nós íamos para a aula de Defesa contra a Arte das Trevas.

Porém, quem estava lecionando não era o professor habitual. A frente, Snape segurava, com mais força do que necessário, sua varinha.

-- Senhor Potter, você poderia dar licença da porta ou quer chamar mais atenção em nossa aula?

Eu logo parei de encará-lo e me sentei ao lado de Hermione, que teve a mesma reação do que a minha. Rony logo me mandou um pequeno bilhete.

"Eu te disse ... Snape que está dando as aulas de DCAT"

-- Hoje nós iremos falar sobre algumas aberrações. E elas serão cobradas em seus NOM's, então é melhor estarem preparados. Começaremos pelo Minotauro. Alguém conhece esse ser?

Hermione levantou a mão, interessada em responder a pergunta. Mas Snape não a viu (ou se viu, a ignorou completamente).

-- O Minotauro, na mitologia grega, é uma criatura imaginada com a cabeça de um touro sobre o corpo de um homem. Habitava o centro do Labirinto, uma elaborada construção erguida para o rei Minos de Creta, e projetada pelo arquiteto Dédalo e seu filho Ícaro, especificamente para abrigar a criatura.

Todos olharam para o fundo da sala, encarando quem havia respondido. Os cabelos alinhados, do topo da cabeça até a nuca. As vestes verdes chamavam a atenção, e o brasão da Sonserina deixava claro de onde o estudante era. Seus olhos eram claros e eles não possuíam aquele brilho perverso que a maioria dos sonserinos tinham.

Snape deu um pequeno sorriso (o que foi uma imagem macabra gravada na minha mente pela eternidade) e foi até o aluno

-- Muito bem, Sr. Evans. 20 pontos para a Sonserina após essa resposta magnifica.

Hermione logo fechou a cara para o sonserino, que sorria sozinho.

Eu reparava bem em seus gestos. Aquele garoto não conversava muito nas aulas. Rony tinha o mesmo pensamento que eu, pois encarava o garoto com a mesma intensidade que eu.

Resolvi tentar não me importar e prestar atenção em todos os detalhes que Snape dizia, afinal, aquela criatura era uma das que estava no exército de Voldemort e Cronos.

Mas algo me dizia que o garoto não era um assunto a ser deixado de lado.

Together (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora