Capítulo XVIII - O exército de semi-bruxos

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Pov. Percy

Nos encontramos perto da casa do meio gigante. No começo, eu achava o "rapaz" um pouco estranho, mas ele era o total oposto. Hagrid era uma criança em um corpo com mais de 2,5 metros. Sua alma gentil e seu humor infantil o tornava uma das pessoas mais graciosas que eu havia conhecido em Hogwarts.

Aliás, lugar o qual que eu já estava de partida. Eu e Annabeth havíamos chegado em uma conclusão: ficar na escola tornava tudo perigoso. Não sabíamos se haviam feitiços de proteção em volta do castelo (e, preferencialmente, não queríamos descobrir tentando).

Também, com o ataque que havia ocorrido na semana em que chegamos no castelo, as pessoas começaram a desconfiar de nossas identidades. Alguns alunos – os mais espertos ou aqueles que não tinham nada com que tomar conta a não ser a vida alheia – olhavam torto para mim e Annabeth (ou Alexandra, como preferir), quando passeávamos pelos corredores. Se continuássemos na escola, poderíamos levantar mais suspeitas (e isso era indesejável para ambos).

-- Okay, sobre essa magia "negra" que Rony descobriu, o que seria de tão ruim nela? – Annabeth perguntou.

-- Eu nunca ouvi nenhuma citação em algum livro sobre essa prática. Tem certeza que é assim que se pronuncia? – Hermione perguntava, com a testa franzida.

-- Tenho! E, Mione, não querendo subestimar sua inteligência, mas seria total ignorância colocar algo tão sério quanto isso em um livro qualquer para qualquer aluno.

Hermione abriu a boca, provavelmente a fim de protestar, mas logo se deu por vencida. Ainda assim, carregava um semblante confuso e todos nós poderíamos ver seus pensamentos a todo o vapor.

-- Espera, você disse que isso é uma prática ilegal e que trabalha com magia negra. Que tipo de magia negra? – Harry perguntou ao amigo ruivo, que apenas deu ombros, afinal, ele não tinha todas as respostas.

-- Eu só sei as informações que passei a vocês. Enquanto estava lendo a parte que cita a fragmentação de uma alma, me lembrei do diário de Tom Riddle. Harry, você sabe como foi!

-- Sim, eu tive a "oportunidade" de ver lapsos da memória de Volde ...

-- Não diga o nome dele – Gina corrigiu automaticamente.

-- Ter medo do nome só faz com que o medo da pessoa se aumente! – protestou Harry.

-- Mas o nome continua sendo perigoso demais para ser citado em voz alta. E nós não queremos mais confusão do que já estamos arranjando, não?

Todos se olharam e concordaram – alguns, parcialmente – com o que a mais nova disse. Eles deveriam ter o máximo de cautela sobre tudo que dissessem e sobre as informações que passassem. Caso alguém escutasse, algo extremamente ruim poderia ocorrer, e ninguém gostaria de imaginar as consequências disso.

Pov. Harry

Annabeth se levantou rapidamente, com os olhos brilhando em expectativa.

-- O que foi, Sabidinha? – Percy perguntou, se levantando junto a amiga.

-- Hermione, você precisa pegar o livro que Quíron lhe entregou no acampamento. Agora.

Hermione se levantou e correu em direção ao dormitório da Grifinória, enquanto Annabeth tirava seu boné amassado do bolso e saia.

-- Hey! Para onde você está indo? – perguntou um Percy tão confuso quanto eu, Gina e Rony.

-- A Seção Reservada – sussurrou Annabeth, de volta, para que ninguém a escutasse. Ela esperou o movimento dos alunos se tornar menos intenso e encaixou o boné na cabeça, desaparecendo de nossas visões instantaneamente.

Passados alguns minutos, as duas garotas voltaram com os respectivos livros na mão.

-- Por que não pensei nisso antes!? A resposta sempre esteve aqui!

-- Sabidinha, você poderia explicar seus pensamentos utópicos a nós, seres humanos que não possuem a capacidade de acompanhar seu raciocínio? Tirando a Hermione, é claro! – disse Percy, desesperado.

-- Enquanto nós estávamos na Seção Restrita, procurando algumas informações, eu achei esse livro. Como ainda não havíamos citado o que procurávamos, eu apenas o folheei e o guardei no lugar. Ele é muito interessante, a capa é tão bonita e ...

-- Sim! A parte importante é ... – Rony, adiantou, nervoso com o êxtase da semideusa.

-- Ele não é um livro que um bruxo conseguiria ler com facilidade. Está em grego antigo, por isso que me chamou a atenção. Mas eu só li as palavras iniciais.

Então ela estendeu o livro e o colocou, cuidadosamente, sobre a grama. Eu não consegui compreender o que as palavras diziam, era tudo escrito com uma linguagem arcaica e de difícil compreensão para alguém que mal entendia o inglês britânico que utilizava.

"Οι θεϊκοί απόγονοι είναι εξαιρετικά ισχυροί. είναι σαν τους μάγους. Ωστόσο, υπάρχει η μεγαλύτερη μορφή εκδήλωσης εξουσίας σε έναν άνδρα χωρίς τη δύναμη της αθανασίας: η θεία ευλογία και το μαγικό παρόν"

Mas os olhos de Percy brilharam de tal modo que o azul escuro se tornou claro gritante.

-- "Os descendentes divinos são altamente poderosos; são como magos. Entretanto, existe a maior forma de manifestação de poder em um humano sem o poder da imortalidade: a benção divina e a dádiva mágica"

-- O quê? – Rony perguntou.

-- Os theo mageia. Por que não pensamos nisso antes? Cronos e Tom Riddle, possivelmente, estão atrás desses porque eles possuem uma carga de energia muito maior do que a de um semideus normal ou de um bruxo! – Hermione disse, folheando o livro que Quíron havia lhe emprestado.

-- Sim! Quíron deu o livro para Hermione porque nós, semideuses, teríamos muita dificuldade em lê-lo. O inglês se torna um mistério para nós quando precisamos ler. Mas Hermione o entenderia! – Annabeth disse, exasperada.

-- Então eles estão procurando semi-bruxos para formar, talvez, um exército deles? – Rony perguntou, inseguro.

-- Sim. E seus esforços estão funcionando. – respondeu Percy, atraindo a atenção de todos.

-- Você sonhou com isso, não foi? – Annabeth perguntou e o garoto de olhos azuis apenas acenou com a cabeça.

-- Ele planeja destruir tudo e tomar o poder manipulando a cabeça desses jovens.

Annabeth e Hermione precisavam de mais informações, mas antes de falarem qualquer coisa, uma enorme sombra – densa e negra – se formou na parede que estava a nossa frente. A fumaça parecia ganhar vida; logo, nós nos levantamos (exceto Percy e Annabeth). Por fim, o garoto dos cabelos excessivamente negros reapareceu da escuridão.

Mas dessa vez, ele não estava sozinho.

-- Vocês precisam vir comigo. Agora.

Together (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora