Capítulo 7

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Não tive escolha. Simplesmente entrar no refeitório e me sentar ao lado de Jasper não era mais uma opção. Dando-me por vencida, con­cordei com West em seguir para onde ele achasse apropriado no intuito de conversar sobre Lily. "Observatório", foi a única coisa que ele falou antes de desaparecer.

Eu demorei alguns minutos, os tais cinco minutos, andando de um lado a outro pelo corredor, pensando nas consequências que aquele ato me traria. Não havia como ir até o observatório e querer que Jasper olhasse para a minha cara depois. Teria que falar com ele, avisar que estaria ausente no almoço e dar uma boa explicação antes de, enfim, me encontrar com West.

Entrando no refeitório, percorri o corredor formado pelas mesas e fui até Jasper. Os olhares reprovadores misturados aos cochichos seguiam comigo conforme eu avançava até onde ele e os outros estavam.

— Mai, você está bem? Você está pálida. O que Westcott te fez? — perguntou Jasper, se levantando de sua cadeira ao ver eu me aproximar deles.

— Calma. Está tudo bem.

— Westcott? O que quer dizer com Westcott fazer algo a Mai? — Tyler oscilava o olhar entre Jasper e eu.

— É, M, por que não nos conta o que Westcott fez com você? Tenho certeza de que meu irmão adoraria saber... — disse Lily, me deixando conside­rar a possibilidade de desistir de ir atrás de West por conta de sua arrogância.

— Lily, por favor — pediu Tyler.

— O que foi? — ela se defendeu. — Só estou curiosa em saber, assim como todos nesta mesa. Conte, Mai, o que Westcott fez com você?

— Ele não fez nada comigo — frisei bem a palavra nada, e Lily sabia exatamente a que eu me referia. Ela sorriu, pendendo a cabeça com um beicinho, fingindo compaixão com as minhas palavras. — Nós apenas con­versamos civilizadamente.

— Mesmo? — Ela soltou uma risadinha. — Juro que conversar seria a última coisa que passaria pela minha cabeça em se tratando de você e Westcott. Quem diria, Mai?! Vocês dois, só conversando... É inacreditável.

Eu fechei meus punhos, pronta para atacar Lily, mas a mão de Tyler sobre meu braço, me pedindo calma, fez com que eu repensasse a atitude que teria com ela. Em vez de pular sobre a mesa, socar seu rosto e arrancar seus cabelos, eu sorri para ela doce e tão falsamente quanto a hiena empalhada do laboratório de Biologia.

— Por que diz isso? — perguntou Jasper, boiando completamente nas palavras de Lily.

— Por nada, irmãozinho. Eu só me surpreendi em saber que o West­cott soube usar sua boca para conversar amigavelmente com ela. Por que não nos conta, M, as diversas sensações que sentiu com ele? Porque eu tenho que concordar com meu irmão, você está terrível. Nunca pensei que Westcott pudesse ser tão ruim assim.

— Lily, chega! — Tyler a repreendeu, e, em resposta, Lily apenas ergueu as mãos ao alto, se rendendo ao pedido dele.

— Jaz, eu só vim aqui porque a diretora me chamou em sua sala e preciso tratar de um assunto com ela. Vou ter que pular nosso almoço.

— Então, você conseguiu? — a voz de Lily voltou a arranhar meus ouvidos.

— Conseguiu o quê? — Jasper quis saber.

— Mai foi mais cedo pedir à diretora Campbell que a permitisse ir embora de St. Jullians. — Lendo a confusão em meu semblante, Lily fez sua melhor aura de boa moça e complementou: — Eu sei tudo o que acontece em St. Jullians, querida. É como um dom.

Jogo de Máscaras [Amostra]Onde histórias criam vida. Descubra agora