Mia
Eu trabalho aqui, ha anos. E nunca vi nenhuma criança como a Jeny antes. Ela é muito mais madura que o normal e é muito fofa. Ela fez amizade rapidamente aqui. E eu fiquei bem triste ao saber da história de vida dela. Como que uma criança linda e perfeita como ela, vai parar na rua?
De todas as crianças desse lugar, a minha favorita virou a Jeny. Ela é especial de alguma forma, e mesmo tão pequena ela já sonha grande.
- E aí Mia?!_ Fala Hudson me tirando dos meus pensamentos.
- Vá se arrumar! Daqui a pouco vai dar a hora de ir pro colégio.
Jeny
Mia faz muito barulho pra poder acorda a gente. Eu levanto e pego o meu uniforme na minha comôda da cama. Saio do quarto e vou ao banheiro. Tomo meu banho e me arrumo, mas desta vez eu deixo meu cabelo preso. Volto pro quarto Calço meu tênis e logo depois eu desço pra tomar café.
Chegando na cozinha, havia pouca gente lá. Sentei ao lado de um menino e o Otávio nos serviu biscoito com leite quente. Nesse momento chega as outras meninas e a mesa começa a ficar mais cheia.
- Jeny, maravilinda! Você nem espera a gente!_ Fala Lexa
- Ah, vocês demoram muito e eu tenho fome!
As garotas riram e os meninos pareciam estar entediados. Voltei a comer meu lanche e acabo derrubando leite em mim e no menino que estava ao meu lado. Todos riram e eu olhei pro garoto que estava irritado.
- Vão pro banheiro limparem isso crianças._ Fala Mia.
Subo pro banheiro das meninas e tento limpar a minha saia. Mas ela ficou manchada. Nesse momento a Mia entra.
- Desculpa Mia, foi sem querer, eu esbarrei no copo sei lá. Me perdoa.
- Calma meu amor! Foi um acidente! E foi só leite. Vem aqui, eu vou pegar uma calça pra você.
Fomos até o meu quarto e ela me deu uma calça. Eu troquei a saia pela calça e logo depois voltei a cozinha. Terminei de comer e fiquei na sala conversando com as garotas. Não demorou muito e o ônibus chegou! A Mia fez as chamadas e todos entramos no ônibus. Dessa vez eu peguei o meu lanche e sentei com a Nina.
Chegando no colégio, eu fui pra minha sala e olhei a folha que a diretora me deu e vi que seria aula de matemática agora. Tinha alguns alunos na sala. O professor ainda não havia chegado. Peguei meu caderno e segundos depois o professor chega.
[…]
Saio da sala para ir beber água e acabo esbarrando com o Josh.
- Pelo menos não derrubou nada!_ Fala Josh.
- Muito engraçado!_ Falo sendo irônica.
- Eu sei! Sou um ótimo comediante.
- Irritante você quis dizer.
Rimos e ele entrou na sala da diretora. Eu fui beber a minha água e logo depois voltei pra sala.
As aulas ocorreram tranquilamente e até o momento não teve nehuma tarefa pra casa. Horas depois o sinal do intervalo bateu e eu peguei o meu biscoito e ao sair da sala o Josh estava me esperando.
- Tava me esperando?
- É! Quase isso. Eu queria compania e você esta livre.
Fiquei quieta e logo depois fomos andando até a cantina. Chegando lá, eu e Josh sentamos com o povo e comemos tranquilo. Infelizmente o sinal bateu pouco tempo depois e eu tive que ir pro clube de artes.
Chegando lá, eu e Josh pegamos o Avental e sentamos no mesmo lugar de ontem.
- Alunos, muitos de vocês não terminaram as suas pinturas. Eu quero tudo pronto pra hoje._ Diz o professor quase gritando.
- Professor, nós já acabamos de fazer!_ Fala Josh.
- Então faça 2° parte do trabalho. Pintam o que deixa vocês tristes. E pra hoje.
Pegamos outro quadro e eu separei as tintas. Mas dessa vez eu começei pintando.
- O que deixa triste?_ Perguntei me referindo ao Josh
- Hum...ficar sozinho! E o seu?
- Voltar a ser o que era antes! Hoje eu sou muito feliz! Ficar sozinha é um medo, não uma tristeza.
- E...qual era o seu passado?
- Bom...viver na rua.
Josh me olhou meio triste e pegou o pincel da minha mão.
- Ei, o que vai fazer?
- Uma menina linda e maravilhosa chorando na calçada.
- Nossa...bem criativo.
Começamos a pintar e estava ficando bem legal. Ele pinta bem!
- Então...me conte sobre você!_ Fala Josh enquanto pinta.
- O que quer que eu fale?
- Conte sobre sua vida.
- Bom...quando pequena, eu morava num orfanato, mas eles eram maus e viviam me batendo. Então eu fugi e desde então morei na rua com a minha cadela Mel, mas aí eu fui sequestrada e obrigada a trabalhar para uns caras maus e eles ficavam me batendo. Aí a polícia descobriu e depois eu fui morar no orfanato.
Ele ficou mudo e ficou me olhando.
- Mas...eles te batiam muito?
- Sim! Eles me batiam de chicote. Dói até hoje. O machucado não cicatrizou. Mas...e você, qual a sua história?
- Bom...meu pai saiu de casa quando eu tinha 2 anos. Aí a minha mãe cuidou de mim e do meu irmão sozinha. Aí ela casou com o Danilo, que agora é o meu padrasto e ele é muito legal.
- Pelo menos você tem uma família.
- Sim!
- Mas...peraí, quantos anos você tem?
- 11.
Continuamos a pintar e esta muito boa a pintura. Eu fiz a garota e ele fez o cenário. O sinal bateu, então não deu tempo de terminar a pintura. Mas ela ficou bem bonitinha. Saímos da sala e ficamos conversando pelo caminho. Entrei na minha sala e sentei no meu lugar. O resto da aula continuou tranquilamente.
Depois que as aulas acabaram, fomos pra casa e eu tomei um belo banho. Depois de me arrumar, eu coloquei minha mochila no cabide e deitei um pouco.
- Acorda Preguiça!_ Fala uma voz feminina.
Olho e vejo a Lexa.
- Tô indo.
Levanto e fico sentada na cama de baixo. Alguem entra no quarto. Olho e vejo a Mia.
- Ô meu amor! Vai ficar aqui? Vai brincar um pouco.
- To cansada! Só quero dormir um pouco.
- Ó tudo bem então! Bom descanço.
Ela sai do quarto e eu deito na cama.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A menina das ruas
ChickLitJeny é uma menina de 9 anos, que sofre muito. Foi abandonada quando bebê na rua e uma família a criou, mas o pai era tarado e tentava sempre se aproveitar da criança. Aos 5 anos Jeny foi pro orfanato Raios de Luz, mas fugiu por conta dos maus tratos...