Tempo de Recomeço

Capítulo 1

Acordo com o despertador tocando, anunciando que são 6h20 da manhã. Levanto, tiro minha roupa, prendo o cabelo e vou tomar um banho rápido, escovo os dentes, coloco uma calça jeans, uma blusa vinho de manga longa, uma sapatilha, passo as mãos no cabelo bagunçado, um batom, perfume e estou pronta.

Não me considero uma pessoa vaidosa, sou básica como muitos dizem, mas não era assim, antes dos 17 anos saia toda arrumada, arrancava olhares de todos os garotos na escola. Mas depois do que aconteceu, a última coisa que eu queria era que as pessoas me olhassem, então minha vaidade morreu ali. Não vou dizer que ando toda bagunçada, mas não tenho vontade de ficar horas no espelho fazendo uma maquiagem, ou no salão cuidando do cabelo e unhas. Mas Carly, me obriga as vezes à fazer tudo isso. Ela diz que eu sou linda, e não deveria me esconder nesse monte de calças jeans. Apesar de descordar, não digo nada, criar discussões com ela é sair perdendo, minha amiga e futura advogada sabe convencer qualquer um muito bem, usando de bons argumentos.

Saio do quarto e sinto aquele cheirinho bom de café, e encontro Carly na cozinha, toda arrumada, comendo panquecas na bancada da cozinha.

- Espero que esse café esteja tão gostoso quanto o cheiro! 

- Hahaha engraçadinha, você sabe que meu café dá de dez a zero no seu. – ela diz, me entregando uma xícara, e em seguida um prato com panquecas, ovos e bacon. – E você pode me levar hoje pra faculdade? Meu carro quebrou ontem, e eu tenho tanta coisa pra fazer lá hoje.

-Claro, só temos que sair mais cedo, vou passar na casa da Marie para entregar uns trabalhos! Ontem não tive tempo de ir. 

- Ok, só vou escovar os dentes e vamos.
Terminei meu café, fui escovar os dentes, peguei minha bolsa, as chaves da minha moto, capacete, e desci pro estacionamento para pega- lá.

- Vamos! – Carly aparece, e sobe na moto.

Passamos na casa da Marie,  pra entregar os trabalhos, como sempre o irmão dela que abriu a porta.

- Olha olha, quem está aqui! Meu amor platônico! -Diz Sam me dando um abraço e acenando pra Carly, que ficou na moto me esperando. Sam e a Marie são como irmãos pra mim, eu e ele já tentamos sair algumas vezes, mas sempre travo, quando ele tentava me dar um beijo, ou algo do tipo. Ele sempre entendeu.

- Olá Sam, tudo bem?

-Tirando o fato que você não me quer, e não quer me pagar um cineminha, vou bem. E você amore mio?  – reviro os olhos, ele sempre me chama assim.

-Estou bem, e você como  sempre galanteador não é?

-Sempre, mas só com você!

- Não foi isso que a Andy me disse, sobre o encontro de vocês sábado passado! Parece que você foi um galã de novela, com rosas, e velas, abrindo a porta do carro e tudo. – digo me divertindo.

- Tudo bem assumo, ela é muito simpática, e já que você não me quer, eu tenho que tentar com outro alguém. Apesar de saber que com a Andy talvez não dê certo. Ela não quer nada sério.

- Ela é assim, quem sabe você não muda isso?

- Pode até ser. Mas e você, anda tendo pesadelos ainda? – Sam sabe tudo pelo o que eu passei, na ultima vez que tentamos um encontro, eu chorei muito por não conseguir tocá- lo, a acabei desabafando, ele chorou comigo e me consolou, dizendo que não foi culpa minha o que aconteceu.

- Sempre tenho né, todas as noites. 

-Meg, eu ainda acho que você deveria ir num psicólogo, isso ia te ajudar mui....

- Cadê a Marie? Eu trouxe os trabalhos dela, e já estou um pouco atrasada. Você pode entregar à ela pra mim?- Corto ele, mudando de assunto. Não gosto de falar sobre isso, ainda mais com um estranho. Que vai me culpar mais ainda por oque aconteceu.