Eu não sabia muito bem o que estava ocorrendo com aquele clã. Eu havia resgatado eles de um desastre a pouco tempo atrás, mas parecia que as coisas ruins nunca paravam. Tomava meu café enquanto pensava tranquilamente nos últimos acontecimentos. Eduardo estava ao meu lado, rindo de algo que Pablo dizia, tento acompanhar o assunto mas não consigo. Olho para o Fellipe, quando um deles dá um tapa no meu ombro.
-O que se passa nessa sua cabeça de vento?
Pablo diz rindo. Rolo meus olhos mas respondo ele.
-Estou me perguntando sobre o novo clã, tudo está tão estranho e mal explicado, não acham?
Quase suspiro de frustração, ao dizer aquilo. Ele dá de ombros e olha pro Fellipe.
-Eu também acho eles muito estranhos, conheci todos junto com o Lorde. Já perceberam que estão sumindo aos poucos?
Fellipe fala misteriosamente.
-Percebi sim, pior de tudo é como eles tiram a calma do professor.
Minha cabeça da algumas voltas querendo entender o porquê.
-Isso é fácil. Ouvi eles comentando entre si, que o professor é idêntico ao homem que persegue eles. Um tal de Adilson.
A essa altura da conversa Pablo e Eduardo estavam super absortos em nossas palavras, tentando obter o máximo de informações possíveis sobre o assunto.
-Olha, não duvido nada que ele deixe a ilha depois de tantos anos para ir atrás desse tal gêmeo.
Digo brincando mas, Pablo faz uma cara de espanto.
-É, gêmeos!!! Foi o que ouvi de um deles.
Fellipe completa sério, deixando nos três pasmos. Me levanto da mesa num salto.
-Porque não vamos tentar tirar alguma informação com eles?
Eles dão de ombros não me levando muito a sério.
-Jura que é isso que quer fazer?
Dudu fala debochando e eu olho como se ele fosse idiota ou surdo.
- Óbvio e se não quiser pode ficar ai comendo sua saladinha, eu resgatei eles tenho esse direto.
-Sinceramente eu acho que você só está querendo ir atrás daquela menina que você não para de falar sobre.
Eduardo diz rindo para me provocar, fico muito vermelho.
-Idiota claro que não é isso.
Cruzo os braços, mas antes que eu possa pensar numa boa resposta para ele, Rízia entra acompanhando os que ainda restavam. Olho para eles, eram dez, penso quanto tento conta-los rapidamente. A Ana estava lá ainda, não invisível dessa vez, tento disfarçar um sorriso.
-Lorde?
Rízia me identifica no meio do refeitório e todos eles a acompanham até onde estou. Olho para ela um pouco nervoso sem saber bem o que dizer.
-Hm, oi?
Digo simplesmente.
-Fellipe que bom que está aqui também.
Ela diz sem sorrir e me entrega um papel que me deixa de queixo caído, assim que leio as primeiras frases. Passo o papel para o Fellipe e vejo Pablo e Eduardo pairando em seus ombros para ler o que tinha escrito. Tento falar sem gaguejar.
-Eu posso levar vocês onde precisam ir mas... não irei sem saber o que está acontecendo, é a minha vida também.
Antes que eu consiga dizer algo a mais, os três atrás de mim terminam de ler o papel por inteiro e dizem quase ao mesmo tempo.
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Crianças Bizarras!
General FictionUm lugar onde pode ser decidido o futuro do planeta e a luta entre o bem e o mal.