-A Gabi sumiu, a Nina não acordou, o Delmiro me odeia... resumindo? Está tudo de cabeça para baixo e para melhorar tudo, não sei o que fazer com o Julio.Desabafo para a Rízia enquanto estou sentada em sua cama de braços cruzados. Esperando que ela me dê uma luz.
-Olha Ju...
Ela começa toda paciente e senta ao meu lado mas não muito perto.
-Nem eu sei o que fazer com a situação da Gabi, estou tão frustrada quanto você. Eu não sei onde ela foi e tão pouco posso ir atrás dela. O Ary nem soube explicar o que houve direito quando ela se despediu.
Rízia parecia muito nervosa com aquele assunto, claramente precisava ser tão confortada quanto eu. Mas apenas concordei com a cabeça, eu não podia toca-la afinal.
-Sobre a Nina e o Delmiro, vai ficar tudo bem. Eu tenho esperanças de conseguir salva-la. O Professor está estudando uma amostra do seu sangue para procurar um antidoto ou alguém que tenha um poder capaz de reverter o seu.
Olho para minhas mãos frustada. Havia se passado quase vinte e quatro horas desde que a Nina estava desacordada e o Delmiro não saia do seu lado. A Gabi estava sumida e eu não sai de dentro do quarto desde então.
-O que o meu poder faz exatamente? Você me prometeu respostas...
Disse quase desesperada para ela, que piscou algumas vezes antes de responder. Chegou a levantar a mão para tocar meu ombro mas recuou.
-Bem, seu poder tira a energia vital das coisas. A Nina perdeu quase toda a dela, pode ser sorte ou não. Infelizmente não sabemos como recuperar as energias dela, a cada hora que passa ela está mais fraca.
Termina sua frase parecendo desapontada. Minha cabeça está a mil, agora tudo faz sentido, mas ninguém que eu toquei jamais sobreviveu antes. Sinto meu coração se apertar com esse pensamento. Sacudo a cabeça negativamente.
-E ele?
Um sorriso se abre em seu rosto, não entendo o porque.
-Esta na porta esperando você querer falar com ele. Ele realmente te ama.
Suspiro pesadamente.
-Que ótimo, fica mais fácil de mata-lo.
Sinto lágrimas querendo escorrer dos meus olhos. Julio era meu vizinho desde a infância, nos brincamos juntos e brigamos. Até que um dia percebi que não podia viver sem ele e por sorte ele parecia me corresponder. Mas agora tudo era diferente, não era mais uma humana comum, eu podia ser sua sentença de morte.
-Eu tenho um presente para você.
Ela disse tirando uma injeção da bolsa e colocando no espaço vazio entre nos duas na cama.
-Não funciona muito tempo. Você tem duas horas. Essa injeção anula seus poderes... mas não esqueça que são só duas horas. Infelizmente o professor ainda não conseguiu fazer uma permanente e...
Suas palavras pararam de fazer sentido, apenas encarei a injeção. Eu podia ter uma despedida digna e então mandaria ele ir embora para sempre. Mordo meu lábio inferior com força. Aparentemente Rízia tinha parado de falar, peguei a injeção e apliquei em meu braço direito. Doeu e ardeu um pouco, mas eu não me importei. Ela estava sorrindo.
-Eu sei que vai fazer a coisa certa.
Então me abraçou forte e eu retribui. Eu sentia falta do contato as vezes, sentia falta da Fátima, da minha família e do Julio. Sorri para ela que me soltou e saiu do quarto. Então ouvi uma batida na porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crianças Bizarras!
Aktuelle LiteraturUm lugar onde pode ser decidido o futuro do planeta e a luta entre o bem e o mal.