The Chain

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Assim que Leon colocou seus pés para fora de casa, olhou para o lado e viu o sorriso aberto de sua vizinha, ele pediu misericórdia a todos os deuses.

Ela usava um macacão e uma blusa listrada que a deixava totalmente adorável junto as suas tranças, o bom humor refletindo em seu sorriso e uma animação em vê-lo que ele gostaria de ouvir por qual motivo.

– Oi Leon – ela o cumprimentou se aproximando, enquanto ele caminhava até o carro e destrancava as portas com o botão da chave.

– Oi Astrid – ele sorriu, tentando soar simpático.

– Não sabia que já tinha voltado – Astrid parou em sua frente e Leon, que tinha a intenção de entrar no carro e dar o pé o mais rápido possível, teve os seus planos completamente frustrados.

– É, eu tava sentindo falta daqui – respondeu sucinto e ela balançou a cabeça.

– Fiquei muito feliz em ver que o Edmonton Oilers chegaram até as quartas de final da Stanley Cup – disse, quase o abraçando para parabenizá-lo, mas tudo que Leon pensava era:

– O quê? Você... acompanhou? – perguntou abismado.

– Claro que acompanhei, não consegui ver todos os jogos, mas o aplicativo sempre me atualizava sobre os resultados e tudo mais – Astrid explicou e o número 29 dos Oilers soube que estava completamente fodido.

Ah se ela soubesse que ele pensou nela a porra da temporada inteira.

– Legal – sorriu genuinamente e depois se amaldiçoou mentalmente, legal?

– Sim, mas agora eu tenho que ir, seu número ainda é o mesmo?

– É sim, Asti.

– Ok – ela acenou juntando dois dedos e batendo continência como faziam na adolescência.

Adolescência...

Leon ainda se lembrava dos famosos 7 minutos no paraíso há 3 anos.

– Eu sempre pensei que meu nome tinha a ver com alguma estrela – ela falou assim que entraram no quartinho da bagunça na casa do amigo deles. – E quando eu finalmente pesquisei o significado eu desejei que fosse isso, mas é de origem escandinava e significa algo como deusa da força ou divinamente bonito.

– Divinamente bonita realmente combina com você – ele comentou.

Se estavam com 7 minutos no paraíso contados, Leon não ia poupar nem um segundo.

Astrid sorriu e pegou uma de suas grandes mãos, acariciando os dedos e a palma com seu toque macio.

– Talvez meu nome pudesse explicar o amor que tenho pelo universo, a sua infinidade de estrelas e segredos imensuráveis.

– Discos voadores? – questionou interessado, tudo parecia intrigante contado por Asti.

– Existem. É egoísta pensar que só há vida em um planeta tão presunçoso como a Terra, não acha?

– Concordo com você, uma vez eu tava brincando no quintal de casa e eu juro ter visto um, mas eu só contei pra minha mãe e ela disse que também tinha visto. Não compartilhei com mais ninguém porque sei lá, vão achar que sou maluco.

– Então somos dois malucos, Leon – ela sorriu.

A luz baixa do ambiente iluminando só o rosto dela e dando um ar um pouco arcano, como Astrid gostaria de dizer.

– Não quis ofender, eu só... – Leon entendeu a interpretação totalmente errada que sua fala anterior poderia ter e ela só se aproximou mais dele.

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