"O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece" – Pascal.
Beep! Beep! Beep!
O alarme soou alto de furar os tímpanos, mas, mesmo assim, foi só no terceiro toque que Eduardo acordou. Ele desligou o alarme, suspirou e esfregou os olhos. Pegou o celular debaixo do travesseiro e viu as horas. Bocejou.
Em outro canto da cidade, Mônica já estava acordada há horas. Ela acabara de terminar um conhaque e estava saindo do bar.
Eduardo ainda estava calçando o tênis quando saiu de casa, correndo, ajeitando-se às pressas. Assentava os cabelos, fechava o casaco, amarrava o sapato e comia uma torrada. Tudo ao mesmo tempo. Estava atrasado para o cursinho, por isso a pressa.
Ele andava tão rápido e distraído, que mal percebeu a moça em seu caminho e esbarrou nela.
-Desculpa! – disse, catando sua mochila e seus livros com pressa – Desculpa mesmo...
Ele ergueu os olhos e reparou na moça. Ela era bonita.
A moça soltou uma risada.
-Tudo bem.
Foi sua voz que o acordou do devaneio. Ele sorriu, desculpou-se mais uma vez e foi-se embora.
******
Foi quando Eduardo estava juntando suas coisas para ir embora que um cara do cursinho virou-se para ele.
-Ei! Vai ter uma festa legal hoje, cara. A gente quer se divertir.
Eduardo concordou, pensando se realmente iria.
Claro que, horas mais tarde, estava na festa. Tinha tantas pessoas ali, todas que ele nunca vira na vida. Foi pegar uma bebida. Ali estava uma garota, sorrindo e conversando, com um copo na mão.
-Licença! – murmurou, pois ela estava no caminho.
A garota virou-se para ele.
-É você! – ela disparou, sorrindo. E, claro, naquele mesmo momento Eduardo soube que era a garota em quem ele esbarrara mais cedo.
******
Enquanto Eduardo virava mais um copo de bebida, Mônica ia conversando com ele.
-E o que você tá achando da festa?
-Sei lá! – disse Eduardo pausadamente, a língua enrolando – Festa estranha, com gente esquisita...
Mônica ergueu uma sobrancelha.
-Eu sou esquisita?
Eduardo riu.
-Não. Você não... Você é lin...
-Mais uma bebida aqui! – Mônica berrou para um garçom, cortando a fala de Eduardo.
A bebida chegou e Mônica empurrou-a em direção a Eduardo. Fez um sinal com a cabeça. Ele pegou o copo e virou a bebida.
-Eu não tô legal. – disse ele - Não aguento mais birita.
Mônica riu. Debruçou-se na mesa e apoiou o rosto na mão.
-Me conta mais sobre você.
Mas a mente de Eduardo já estava longe. Ele só conseguia pensar em voltar para casa. Estava tonto.
-É quase duas, – ele murmurou, olhando o celular – eu vou me ferrar.
Ele já ia se levantando, mas Mônica levantou-se primeiro e segurou seus ombros.
-Espera! Me passa seu telefone.
E, assim, Eduardo deixou que Mônica digitasse seu número no celular dele. Ela sorriu e piscou, antes que o deixasse ir embora.
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Eduardo & Mônica
Truyện NgắnBaseada na música da banda Legião Urbana, essa história, de mesmo nome que a música, conta sobre Eduardo e Mônica, completos opostos, que, em outras circunstâncias, talvez nunca tivessem se encontrado. Mas, e quando o destino resolve colocá-los na m...