Capítulo 11

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Tsukiko pressionou os lábios e prendeu a respiração enquanto observava a partida. Só mais um minuto... é a última chance deles, pensou, roendo o que restava de sua unha. Vamos lá, Taiyou-kun...

Não importa o quão nervosa ela e as pessoas na arquibancada estivessem, os jogadores estavam ainda mais. Ainda assim, Taiyou-kun tinha uma expressão determinada no rosto enquanto encarava a bola. O garoto olhou para dentro da área, observando onde todos estavam, aguardando o apito do juiz. Após um bom tempo, o homem de camisa amarela apitou.

Respirando fundo uma última vez, Taiyou-kun correu até a bola e a levantou para dentro da área. Os jogadores dos dois times se empurraram enquanto tentavam chegar até onde ela cairia. Mas foi o goleiro quem chegou primeiro, pulando acima de todos os outros e socando a bola com as duas mãos.

Mas a bola não foi longe. O rebote acabou com o número 10 do Teikou fora da área. Enquanto todos corriam atrás do jovem, ele deu um toque para o lado para conseguir uma visão melhor do gol e chutou a bola com toda força que tinha.

Com o grito preso na garganta, sem notar, Tsukiko já estava de pé e agarrava o corrimão com tanta força que suas mãos perderam a cor. Vamos lá! Vamos lá!

Mas quando estava prestes a entrar, o goleiro pulou e se esticou a mão o máximo que podia e defendeu a bola novamente.

Kobayashi-kun, tão vermelho e sem ar quanto todos os outros, correu até a bola e a pegou antes de todos, chutando-a longe do gol do seu time.

A bola voou e quicou algumas vezes no meio do campo, e o juiz apitou pela última vez. Houve um momento de silêncio e então a arquibancada explodiu em gritos. Um segundo depois, metade dos jogadores no campo fizeram o mesmo.

Tsukiko sentou de volta no concreto duro em silêncio, olhando para o nada enquanto as pessoas a sua volta aplaudiam. Ela passou uma mão no rosto e depois balançou a cabeça. Taiyou-kun... Não importa o que ela sentisse, nada se compararia ao que ele sentia.

O garoto tinha uma expressão que mostrava nada enquanto olhava a bola. No instante seguinte, ele caiu de joelhos e olhou para o chão, os olhos começando a lacrimejar enquanto entendia o que aconteceu. Até daquela distância, a garota o viu agarrando a grama e as lágrimas caindo.

Todos os jogadores da Teikou estavam iguais. Mas, até chorando, o capitão limpou as lágrimas e sujeira do rosto, e chamou todos para cumprimentar os adversário. Sua voz foi forte e nunca falhou, mesmo chorando.

Taiyou-kun se forçou a ficar de pé, mas suas pernas não tinham força. O capitão caminhou até seu lado e tocou seu ombro. O garoto olhou para cima, encontrou seu olhar, e não conseguiu se conter mais, chorando. Mesmo assim, ele aceitou a mão do capitão e ambos se enfileiraram com o resto. Sem olhar para o outro time, Taiyou-kun agradeceu pelo jogo com uma voz vazia e correu até o vestiário com o resto do time da Teikou.

— Que jogo incrível — disse Rika-chan. A garota não parava de sorrir. — Nunca soube que futebol podia ser tão excitante. E o Kenichi-kun estava tão maravilhoso e... ah... — Sua voz sumiu quando finalmente tirou os olhos do campo e viu a expressão de sua amiga. Ela olhou para o chão e seu sorriso sumiu, embora ainda se forçasse nos lábios.

— Tudo bem, Rika-chan — Yui disse no lugar de Tsukiko, que ainda não conseguia tirar os olhos de Taiyou-kun. — É assim que é. Sabíamos que eles tinham pouca chance de vencer, então não precisa se conter por nossa causa.

Rika-chan mordeu o lábio, olhou para elas e então mostrou um sorriso desconfortável:

— Sendo assim, vou falar com o Kenichi-kun — disse ela, antes de ir embora.

Tsukiko-chan e Taiyou-kunOnde histórias criam vida. Descubra agora