Tsukiko balançou de um lado para o outro na cadeira, cantarolando.
De tempo em tempo, Taiyou-kun se virava e olhava para ela, mas logo voltava a atenção para o que fazia, sem nunca dizer uma palavra.
Você quer me mandar parar, a menina sabia, seu sorriso crescendo. Ela também tinha total certeza de que o menino super educado nunca diria algo tão rude, então ele apenas continuou cozinhando o café da manhã deles.
— Qual o problema, Taiyou-kun? — Ela o provocou, parando de balançar. A garota também sabia que havia outro motivo para o rapaz não mandá-la parar. Ele está tão feliz quanto eu. Tsukiko já o pegou sorrindo duas vezes naquele dia. Antes que percebesse, estava balançando na cadeira mais uma vez.
— Vocês dois parecem felizes demais tão cedo — disse uma voz, seguida de um bocejo.
Tsukiko virou a cabeça.
— Rin-nee! — Ainda que a visão da mulher saindo do quarto, usando nada além de uma camisa e shorts curtos surpreendeu a menina na primeira vez, agora Tsukiko já estava acostumada e seu sorriso cresceu. — Bom dia!
— Bom dia. — A tia do rapaz bocejou de novo, esfregando as têmporas. — Poderia não falar tão alto?
— Ok — disse Tsukiko enquanto a mulher sentava ao lado dela. A garota parou de balançar na cadeira.
— Obrigada. — Rin-nee descansou a testa no balcão. Ela gemeu de repente, sua voz saiu abafada. — Nunca mais, eu juro. Obrigada, Taiyou — completou, quando o garoto trouxe um copo de café para ela.
— Você diz isso toda vez — sussurrou Taiyou-kun. Não foi alto o bastante para a tia dele ouvir, mas bastou para Tsukiko e a garota riu.
— Não foi minha culpa. — Depois do primeiro gole, Rin-nee parecia mais animada. — Foi tudo culpa da Sawako. Só porque filha dela passou os últimos dias com os pais e volta hoje, ela queria aproveitar antes de voltar para a maternidade. — Ela tomou outro gole, dessa vez apreciando com cuidado. — Eu deveria saber que ela sente falta da Aika-chan. Espera... então foi minha culpa. — Apesar do que dizia, Tsukiko viu o sorriso no rosto da mulher. — Então, por que os dois estão felizes tão cedo?
— Vamos passar o dia em Akihabara! — anunciou Tsukiko com seu maior sorriso.
Rin-nee arregalou os olhos tanto que a garota riu da reação exagerada.
— Será a primeira vez dele com uma garota bonita... meu sobrinho não está pronto para isso — disse, balançando a cabeça. — Ai. — De repente, ela pressionou a têmpora com a mão esquerda.
Tsukiko riu. Rin-nee nunca perdia uma oportunidade de provocar o sobrinho. Tenho muito a aprender com a ela, pensou a menina e então se virou para o garoto. As reações dele são adoráveis demais. Taiyou-kun ficou vermelho e tentou esconder o rosto, dando as costas às duas.
— Ele pode não estar pronto, mas vai se esforçar por mim — disse ela, inclinando na direção do menino. — Não é mesmo, Taiyou-kun?
Ele não respondeu. O menino continuou cozinhando como se nada ouvisse, mas a garota podia ver a ponta de suas orelhas avermelhando. Rin-nee riu.
— Não posso acreditar que meu garotinho está crescendo — disse, terminando o café e enchendo a xícara outra vez. — Qual a ocasião especial?
— Meu aniversário — disse Tsukiko, baixinho, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Rin-nee arregalou os olhos de novo. Dessa vez, Tsukiko sabia que a reação de surpresa era verdadeira. Um segundo depois, a mulher estava com um sorriso no rosto.
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Tsukiko-chan e Taiyou-kun
RomanceUm dia, depois de se encontrar sozinha, Tsukiko viu seu novo vizinho agindo de forma estranha no parque. E esse foi o começo da amizade entre a menina animada e o menino tímido.