Prólogo

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Medo, uma palavra tão pequena e com um significado tão grande. Para mim, era apenas um pretexto que as pessoas usavam para fugirem do que temiam, eu nunca o senti, quer dizer, apenas uma vez, uma única e maldita vez, e tudo foi por minha culpa.

Se eu não a tivesse amado, ela não teria se tornado tão importante para mim.

E ela acabou se tornando minha fraqueza, sendo tirada de mim, para sempre.

Minha única luz se apagou, junto a ela.

Sempre ouvi que um dia chegaria alguém para colorir nossos dias escuros, esse alguém já havia chegado para mim, e agora, havia sido tirada, de uma forma tão brutal e abominante que até mesmo o próprio diabo se assustaria.

Tudo que eu queria era justiça, talvez vingança, e nunca obtive nenhum dos dois, apenas o desespero de ver a única pessoa que foi capaz o suficiente de me amar, morrendo aos poucos sem nenhuma chance.

Minha culpa, apenas minha culpa.

Eu sabia das consequências, ela também, agora havíamos pagado o preço.

Coração, acho que eu já não tinha mais um, ele havia sido destroçado, junto com minha capacidade de formular sentimentos ou emoções. Os dias coloridos que um dia ela havia trazido para mim, haviam sido cobertos por grandes nuvens negras, preenchendo meu interior de escuridão.

Agora, eu era apenas uma sombra do que um dia eu fui, meu coração, esse estava coberto por trevas, não dando chance à nenhum sentimento.

Observei atento a ruiva caminhar pela trilha de pedrinhas, sozinha, coberta por um longo casaco, andando de uma forma sensual, que atrairia o olhar de qualquer ser vivo.

Uma presa indefesa, tão visível para o caçador que era até insano a visão.

As ruas estavam mal iluminadas pelos grandes postes e pelo brilho da lua.

Ela assoviou uma canção, seguindo em frente, ajustei minha posição contra a parede de concreto sem remover minha atenção dela.

Um simples descuido e tudo iria por água abaixo naquele momento.

Segurei com firme a arma em minha mão, sorrindo, observei a mulher.

O central Park estava deserto, não havia um pessoa si quer à quilômetros, a chance perfeita para a ruiva cair na emboscada.

Uma vento frio soprou forte, os passos dos saltos altos ecoavam chamativos.

Foi quando atentei-me a um barulho, mesmo inaudível, captei uma sombra surgir à alguns metros, era um homem saindo de um lugar quase invisível.

Do outro lado, no outro beco, vi um aceno ser manuseado para mim.

Sorri. É hora do show.

Me curvei um pouco, vendo o homem de capuz seguir os passos da ruiva, logo atrás dela, um brilho cintilou quando o filho da puta removeu uma faca de seu capuz.

Ele já deveria está bolando o que faria com ela. Eu nem ousava imaginar as atrocidades que passavam na cabeça fodida daquele psicopata. O homem era um mostro, esfaqueava suas vítimas e estuprava elas depois que as matava sem deixar uma digital e os corpos ficavam quase irreconhecíveis.

Ao todo, onze mulheres foram mortas em quatro meses. O departamento sempre era despistado pelo maldito. Ele era esperto, porém, isso acabaria.

O desgraçado já estava se aproximando da mulher, quando sai de meu lugar, apontando minha glock bem na cabeça do miserável.

— Parado. — O homem cessou, ele era grande e estava todo de preto, quase camuflado no escuro, a ruíva também parou, no entanto, quando ele tentou bancar o esperto, não esperava que a ela removesse uma pistola do coldre em sua cintura e apontasse para ele.

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