O INICIO (parte 03)

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Então, o ceifador olhou novamente para Júlia para confirmar se ela tinha ou não morrido. Nota que ela ainda está viva, porém, em estado grave, de coma. Ele sabia que não podia perder Júlia, pois já tinha uma utilidade para ela no futuro. Tira de seu bolso um pequeno frasco, que contém uma substância amarela. Pega a cabeça de Júlia e a apoia em sua perna. Em seguida, coloca o líquido dentro da boca de Júlia e puxa seu corpo, tirando-a da água. Sai, deixando o corpo de Júlia naquele local.

Dentro do carro, Walter e Gustavo seguiam pela estreita estrada. Depois de aproximadamente vinte minutos seguindo pela estrada, Walter logo vê que os policiais estavam parados a uns quinze metros à frente. Um dos policiais fez sinal com as mãos para que ele parasse, mas não foi o que ele fez. Simplesmente seguiu direto, passando a viatura, que estava parada. Walter, percebendo que eles estavam atrás dele, segue acelerando seu carro e quase atropela os policiais. Como resposta, eles entram na viatura, ligam a sirene e correm, seguindo o carro de Walter.

— Pai, o que está acontecendo? – disse Gustavo, sem entender aquilo tudo que acontecia.

— Nada não, menino! Cale a boca e fique quieto! Vai dar tudo certo. – disse Walter.

Gustavo não entendia a grosseria de seu pai e naquele momento chegou até a concordar com a atitude de seu irmão mais novo.

— Pare o carro, Gregório! – disse um dos policiais com um megafone.

— Nem morto! Ha! Ha! Ha! Eu não vou deixar meu trono assim tão fácil! – disse Walter, deixando Gustavo confuso com aquilo que ouvia.

No entanto, Gustavo, mesmo com vontade de falar, resolve ficar calado, pois naquele exato momento, avista seu irmão mais novo. Ele andava ao lado do rio, com uma mochila nas costas, cantando e, ao mesmo tempo, chorando.

— Olha, pai! O Carlos! – disse Gustavo.

Walter, porém, não deu ideia e continuou. Gustavo continuava a dizer que seu irmão estava ali perto. Walter apenas pegou a seringa que já estava cheia e injetou no braço do menino, que adormeceu imediatamente.

— Doutor Gregório, pare esse carro agora! – disse o policial.

Walter não pôde ouvir, pois Gregório praticamente gritava de dentro de sua cabeça:

— Walter, pegue meu filho! Não pode falhar com sua promessa.

— Me deixa em paz, seu idiota! – disse Walter.

Mas no momento em que disse essas palavras, o pouco que restava de Gregório voltou à tona, tentou retomar seu corpo e acabou atrapalhando completamente a direção do carro, afinal, nem Walter e nem Gregório tinham controle total daquele corpo. Os dois entraram em conflito para ver quem ficaria com aquele corpo novamente.

Ao observar que na sua frente o carro começava a andar em "zig zag" de forma assustadora, um dos policiais perguntou-se:

— Por que será que ele está dirigindo assim? Será que aconteceu alguma coisa? – disse, ainda seguindo o carro de Walter.

Enquanto isso, dentro de seu carro, Walter e Gregório ainda continuavam com seu conflito, mas nada se resolvia. Não se podia olhar para onde estava se dirigindo, pois a cada momento o corpo passava e voltava ao domínio.

— Volte e pegue meu filho, Walter! – dizia Gregório sem parar.

Walter retornou ao domínio do corpo, mas era tarde demais e o carro, que já estava praticamente desgovernado, seguiu em direção ao barranco que dava acesso ao rio. No entanto, o carro não seguiu para o rio, mas para uma rocha que se encontrava naquele local.

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