O INICIO (parte 02)

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— Não adianta mais. Eles morreram! – disse a criatura.

— Não! Impossível! Eles têm que estar vivos! A ponte não é tão alta assim. Eles têm que estar vivos! – disse o inconformado Gregório.

— Sim, eles estão mortos. Sinto o cheiro do ceifador – disse o ser.

"O que é isso? Quem é esse cara?" – pensava Gregório.

A criatura se levanta e volta a entrar na mira de Gregório.

— Quem é você? – pergunta Gregório.

— Eu? Sou apenas alguém que conhece você melhor do que ninguém neste mundo... Ou em qualquer outro – disse a criatura, deixando Gregório completamente confuso.

— Como assim? Alguém que me conhece muito bem? Do que você esta falando?– disse Gregório para a criatura que, por sinal, já tinha se levantado completamente.

— Lembra-se daquele dia da premiação dos melhores alunos do ano, em que a escola pegou fogo e todo mundo que estava lá morreu?

— Não me lembro de escola nenhuma! – disse Gregório.

— Sério?­­ – pergunta a criatura, rindo. — Então não faz mal nenhum dizer que fui eu quem pôs fogo – disse a criatura, trazendo toda a raiva que tinha dentro de Gregório.

— Seu desgraçado! Foi você que matou minha família! – disse Gregório, avançando e atacando o desgraçado.

No entanto, com um simples movimento de seu braço, o ser o joga para longe. Gregório, entretanto, não desiste e atira na criatura, com as três balas que restavam em sua arma.

Caída no chão novamente e morrendo de dor, a criatura se levanta e dá um riso sarcástico que só aumentava de volume, o que fez Gregório parar de avançar.

— Olha que lindo! Você acertou o meu coração! – disse a criatura, tirando de seu peito o próprio coração, junto com as três balas.

Gregório se assusta e tenta correr, mas não consegue, pois a criatura novamente usa os gestos com o braço para atacá-lo. Dessa vez, puxa Gregório para perto dela.

O ser o pega pelo pescoço e o levanta. Gregório, que já estava sem forças para atacar, tentou pelo menos tirar o capuz que cobria o rosto daquela criatura. Sem ar, Gregório consegue ver o rosto do ser, ao tirar o pano que o cobria. A criatura o solta e o faz cair.

— Não olhe para mim! Não me olhe! – disse a criatura.

— É você, Walter? – perguntou Gregório, aproximando-se do ser, que tinha sentado no chão e tampado o próprio rosto, tentando impedir que o médico o visse.

Gregório chega perto dele, toca em seu ombro e percebe que sua pele está muito desgastada e aparenta estar falecida. Gregório também percebeu que Walter, mesmo estando com a pele toda debilitada, não parecia ter passado dos doze anos.

— Walter, é você mesmo? – perguntou Gregório.

— Sim, sou eu mesmo. Por que tá feliz em me ver, maninho? – disse Walter, rindo.

— Foi você mesmo que queimou a escola? – pergunta Gregório, se corroendo de raiva.

— Hum... Digamos que sim. – disse Walter, que ao pronunciar a palavra "sim", leva no rosto um tapa de Gregório.

— Nossa mãe estava lá. Você matou nossa mãe, Walter? Anda, me responde, seu desgraçado! – disse Gregório, nervoso e com lágrimas caindo de um de seus olhos.

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