cap 2

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Exatamente as 02:45 da manhã eu liguei para ela, foi uma conversa curta só pra demonstra que eu me importava com ela mesmo. Passei exatos 21 min trancada em meu quarto, protegida por meu edredom lilás que tenho a 4 anos, sempre chorei escondida acalentada por esse edredom, que infantil não é? mas pra mim é necessário, chorei por erros, erros e mais erros cometidos porque 99% do que faço em minha vida é burrada. Vou confessar que sou muito sentimental, quase tudo me atinge, fiquem sabendo que as palavras não são armas, porém mata como uma, chorei pelo tempo de colegial, as amizades perdidas, os amigos esquecidos, os momentos vividos e apagados com o tempo, as lagrimas são como uma válvula de escape pra mim, é nelas que exprimo minha dor, nelas que desabafo, isso acontece quando a dor fica tão grande, quando não somos capazes de  suportar no peito, ela transborda como lagrimas, depois de desabar emocionalmente e infantilmente diante do meu edredom estupidamente lilás, dormir.

Happiness hit her like a train on a track

Coming towards her stuck still no turning back

She hid around corners and she hid under beds

She killed it with kisses and from it she fled

With every bubble she sank with her drink

And washed it away down the kitchen sink

Khristen: EMMALINE DESLIGA ESSE CACETE

Acordo totalmente desorientada, desligo o despertador atrapalhadamente que insiste em tocar essa música que me irrita um pouco, porque 2 anos seguidos tocando Dog days are over da Florence é muita rotina pra mim, vocês devem me entender, e ainda tem a minha mãe que me acorda de uma forma um tanto educada. Me encontro deitada sem a minima vontade de me levantar da cama extremamente aconchegante, o contato de meus pés com a temperatura gélida do chão, me faz arrepiar, passo pelo espelho e dou uma olhada em meu estado deplorável, cabelo assanhado, olheiras muito visíveis, esmalte preto descascando e um olhar sem expressão, é bem eu mesmo. Me dispo, quase sempre tomo banho com uma música a escolhida de hoje e Last Hope da banda Paramore, entro no banheiro, não temos chuveiro eletrizado, não sou rica fazer o que?

Khristen: Emma se estiver viva, cuida ai que os aviões não esperam por você pra decolar, ah! ia me esquecendo sua mala já esta feita revise, pra ver se esta faltando algo.

Nossa!

Emmaline: Hm, obrigada mãe já desço.

Khristen: Nunca vi, Tu vai em um casamento por acaso menina?

Não vou em busca da morte mãe.

Emmaline: Não vou chegar lá fedorenta não é mãe?

A porta se fecha. E a nostalgia novamente ataca, é meio complicado sabe, mas quando que minha vida não é complicada? Nunca sai da cidade onde moro, nunca fiquei longe da minha mãe, é deve estar sendo difícil pra ela também, porque ela não me deixava dormir na casa de minhas amigas quanto mais em outro Estado, nunca nem se quer sair do estado de Minnesota e ir pra washington deve ser a última faísca pra ela.Termino de me arrumar escolho uma roupa básica, calça jeans, blusa preta e meus fieis all stars.

Com lágrimas nos olhos ela veio se despedir de mim.

Khristen: Boa Sorte com o mundo minha pequena, ele é cruel.

E me deu um de seus abraços de urso, molhando meu casaco azul com suas lagrimas. Achei bem estranho porque ela não é, na verdade nunca foi do tipo de demonstrar afeto por mim.

Emmaline: Hm, eu irei vim as férias.

Khristen: Eu Sei agora vá.

Emmaline: Mãe eu te Amo.

Foi bem intenso esse momento, também não sou de demonstrar afeto mais o momento e a ocasião, e foi preciso.

E essa foi a minha despedida com minha mãe, o meu Adeus. Entrei no Táxi e seguir viajem até o aeroporto. Sabe quando achamos que chegamos a fim do poço, só achamos mesmo, nos seres humanos temos a capacidade de nos colocar mas a fundo ainda. Fechei meus olhos a espera de que meus gritos de socorro fossem ouvidos por Deus mas tudo o que obtive foi um taxista a me chamar.

Taxista: Menina, chegamos.

Era um senhor de idade de uma aparência feliz.

Emmaline: Obrigada. Dei o melhor que pude de um sorriso, afinal sou uma ótima atriz.








A Solidão de Emmaline PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora