Capítulo VIII

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Com a respiração ainda ofegante, Alice deitou a cabeça no peito de Frank, que em seguida a cobriu com a própria blusa jogada no chão de madeira da casa na árvore. 

Os dois ficaram alguns minutos em um silêncio cúmplice de duas pessoas que acabaram de bater na porta do paraíso, deram uma volta por lá e voltaram. Alice levantou a cabeça e seus olhos encontraram os de Frank, e os dois sorriram.

— Isso foi...

— Sim — Frank completou.

— Obrigada — ela sussurrou e deu um beijo leve no nariz de Frank.

— Alice...

— Sim?

— Eu não quero passar um dia sem você.

— Isso é um pedido de namoro? — os olhos dela brilharam.

— Só se você disser que sim — Frank brincou.

Alice o beijou.

— Se prepare para ter toda minha família no Facebook, porque eles vão te adicionar, um por um — Alice falou.

Frank riu e a puxou para mais um beijo.

— Parece um preço baixo a se pagar.


Alice riu perante à lembrança, principalmente porque naquele exato momento seu namorado fazia uma careta pelo comentário que a tia de Alice tinha feito em uma das fotos dos dois juntos.

— Acho que não era um preço tão baixo assim, hein? — ela brincou.

Frank desviou o olhar da tela do computador para a mulher maravilhosa sentada ao seu lado e a beijou.

— É sim. Só um beijo seu vale por uns duzentos parentes chatos.

Alice riu e levantou de sua cadeira para se sentar no colo de Frank.

— Você está se lembrando de amanhã, né?

— Sim, senhora. Blusa social, gravata borboleta, cabelo arrumado. Vinte horas na porta da sua casa para irmos juntos até a casa da Lene.

— Isso — ela sorriu e logo, lembrando-se da amiga, o sorriso murchou — Estou tão preocupada com ela, Frank. Já fazem duas semanas que o Sirius sumiu de vez. Ele não atende, não responde às mensagens que ela manda... Duas semanas que eu não vejo a Marlene sorrir, conversar, prestar atenção nas aulas. Mal, mal vejo ela comendo. Não sei o que fazer.

— Não tem muito que você possa fazer para ajudar, meu amor.

— Se o Sirius não der notícia amanhã, nem para desejar um feliz aniversário para Lene, não sei o que será dela.

— Não pensa nisso agora — ele afagou o cabelo da namorada — Se acontecer, esteja lá. Só o que você pode fazer é estar lá. O resto depende somente dos dois. Eu tenho fé que eles vão se resolver.

Alice era tão grata por Frank. Principalmente porque ela sabia que ele estava tentando lhe dar apoio, e sendo o mais carinhoso e otimista possível. 

Tinha certeza que em sua mente, Frank estava sendo mais realista e pensando: "é bem provável que eles não se resolvam. O ideal é ficar preparado para o caso desse tal de Sirius não dar as caras nunca mais. Ela não pode ficar nessa fossa por um homem que ela conheceu há quatro meses."

Mas ele não externou nenhum dos seus pensamentos. E ela era muito grata por isso.

— Eu preciso ir — ela miou. — Prometi para a Dorcas que iria vigiar a Lene hoje à tarde. A Dorcas tem um encontro marcado. E você sabe que estamos revezando.

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