Capítulo XI

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"Baby, there you go again making me love you. I stopped using my head, let it all go. Got you stuck on my body like a tattoo, and now I'm feeling stupid crawling back to you."

— Remus? — Emmeline perguntou, confusa. Tinha se passado uma hora desde que ela e Remus tinham desligado o telefone, e ela não estava esperando que ele aparecesse na porta do seu apartamento.

Ele entrou sem falar nada, passando a mão nos cabelos repetidas vezes, o que Emmeline já sabia ser um sinal de que ele estava nervoso e perdido. 

Assim como ela, Remus recorria à lógica e à razão na grande maioria das situações para resolver seus problemas, e também como acontecia com ela, se sentia perdido e frustrado quando se via perante um problema para o qual não encontrava solução.

Claro que, como qualquer ser humano normal, ele também ficava nervoso e frustrado às vezes pelo absurdo ou pela criticidade da situação, mesmo que houvesse uma solução prática para o problema.

— Você precisa muito de uma bebida — ela falou, e foi até o bar da sala de estar. Pegou dois copos de vidro e encheu os dois com um pouco de conhaque, entregando um deles a Remus.

Ele aceitou o copo, mas antes de beber, a puxou e a beijou. Mais uma vez, graças à absurda química e facilidade que eles tinham de ler um ao outro corporalmente, Emmeline teve certeza que ele estava frustrado com alguma coisa.

— Não estou reclamando, longe de mim. Mas posso perguntar qual a razão do beijo?

Emmeline se lembrava de várias situações durante o colégio e até mesmo a faculdade quando Remus ficava tão frustrado com um professor, uma matéria, uma situação ou inclusive com ela própria, que ele a puxava onde quer que estivessem e a beijava. 

Era um beijo duro, forte e que esbanjava a frustração que Remus sentia. Emmeline amava aquele tipo de beijo de Remus em particular, e amava mais ainda quando, após beijá-la, ele dizia: "o seu beijo é a única coisa capaz de me acalmar quando eu sinto que estou no meu limite".

— Eu descobri uma tabela no lixo hoje. Uma tabela da Nymphadora.

Duas coisas: Emmeline sabia que ele estava falando de uma tabelinha, porque aquilo explicava as perguntas de Remus no telefone; e Emmeline sabia que os dois tinham brigado feio, e que ele estava com muita, muita raiva, porque ele nunca chamava a namorada de Nymphadora, salvo as seguintes exceções: quando a apresentava ou falava dela pela primeira vez para outras pessoas, ou quando estavam brigados.

— Certo.

Ela os direcionou para o sofá, e eles se sentaram.

— Uma tabela com os dias que ela ovularia em Outubro. Com um lembrete de que ela precisava fazer um teste de fertilidade na primeira semana para saber se ela estava de fato ovulando. Um lembrete no mesmo dia que o "acidente" aconteceu.

— Você quer dizer...

Emmeline não conseguiu terminar de formular sua pergunta. Tonks tinha de fato planejado aquela gravidez? Aquilo era... Definitivamente algo pelo qual Emmeline não estava esperando.

— Todos esses meses, Emme, recheados de mentiras! Eu só consigo pensar em todas as vezes que ela olhou nos meus olhos e me disse que era um acidente, que ela estava com medo, que nem tinha certeza se queria ser mãe, mas que estava feliz por carregar o meu filho.

— Remus...

Ela não sabia muito bem o que fazer. O que aquilo significava? Emmeline sabia que, mesmo que para ele tivesse sido um acidente, Remus estava feliz em ter um filho. Ele não largaria aquela criança por nada no mundo, e ela tinha a impressão que isso significava que ele também não largaria Tonks enquanto a criança não nascesse.

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