Capítulo VI

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— Bom dia, Charles — Marlene disse entrando no carro.

— Bom dia, senhorita Marlene. De bom humor, uh? — seu motorista respondeu, notando o sorriso atípico para uma segunda-feira de colégio.

— Sempre, Charles. Sempre — ela disse já olhando a janela.


Sirius se levantou rapidamente e correu até a cozinha para pegar um vinho e duas taças.

— Nada torna uma partida de Scrabble mais interessante que vinho — ele falou.

Marlene riu e aceitou uma das taças que ele estendeu para ela.

Os dois estavam na casa de Sirius, que na realidade era parte da casa de James. 

Era quase como um flat, ou um quarto de um hotel: a área da sala e da cozinha eram juntas, e o quarto possuía uma suíte. Na sala estavam grandes portas e janelas de vidro que resultavam numa vista linda da piscina e dos jardins, e também, ao fundo, da casa principal — onde moravam James e Lily.

Era a primeira vez que Sirius levava Marlene para lá. A razão foi que os dois, enquanto passeavam pelo Hyde Park, tinham levado um banho de lama de uma das carruagens que andam com turistas. 

Porque os pais de Marlene fariam algum comentário caso ela chegasse em casa daquele jeito, Sirius acabou oferecendo à ela seu chuveiro.

Enquanto Sirius tomava seu banho, Marlene tinha tido a oportunidade de analisar cada detalhe do local onde ele morava: fotografias de Sirius e seus amigos, fotografias com sua prima favorita, Andrômeda; CDs e LPs de diversas bandas, assim como DVDs de filmes... 

Ela ficou tão entretida, que mal percebeu o tempo passar e achou inclusive o banho de Sirius rápido demais.

Depois disso, eles tinham decidido jogar uma partida de Scrabble enquanto esperavam a chuva de Londres parar e também porque não era hora da despedida.

— Você está preparado para perder, não está?

— Você é muito linda — Sirius disse dando-lhe um beijo — Mas não tem a mínima chance contra o papai aqui. Eu sou praticamente o rei do Scrabble.

— Veremos — ela o desafiou com uma gargalhada.

A verdade é que ela era infinitamente melhor que Sirius e não demorou três rodadas para ele tentar distraí-la do jogo. 

A cada palavra que Marlene montava, ele contestava e tentava inventar mil razões pelas quais aquela jogada não valia. Mesmo com seu charme e olhar sedutor que tanto tinham efeito em Marlene, ele não conseguiu convencê-la uma vez sequer e acabou perdendo.

Porém, ele perderia outras mil vezes para ouvir a risada de Marlene no tom que ouviu aquela tarde.


Sirius sorriu ante à lembrança.

— Aqui está, meu querido — a senhora disse, entregando-lhe um embrulho branco.

— Obrigada, Sra. Goldie.

Todas as manhãs de terça-feira, Sirius passava na confeitaria da Sra. Goldie para buscar um pedaço da torta favorita de Lily. 

Isso porque terça era o dia que ele se dispunha a ajudá-la com coisas do casamento, e Sirius já sabia que uma Lily com uma torta de chocolate branco com morango na barriga, era uma Lily mais feliz, mais leve e que não perdia seu tempo discutindo coisas bobas.

Paraíso ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora