O Resplendor de um Destino

Prólogo

A floresta estava muito agitada. O vento selvagem balançava as árvores com força, as corujas e corvos estavam no meio de uma sinfonia de terror. A luz da Lua era a única que observava e iluminava a escuridão da batalha que estava sendo travada. Espíritos negros encapuzados com mãos perigosas estavam tentando a todo custo tocar em Xie Lian e Hua Cheng.

Há alguns anos, notícias se espalharam sobre demônios destruidores de almas. No início eram apenas casos isolados, mas nos últimos dez anos a situação vinha piorando gradativamente. E por incrível que pareça, nem mesmo os céus, nem o inferno, sabiam a origem desses seres desenfreados que tinham o poder de desintegrar a alma de uma pessoa, deus e/ou fantasma.

O poder do líder deles era desconhecido, sua origem era desconhecida, sua aparência era desconhecida e suas intenções eram desconhecidas. Apesar dos demônios encapuzados serem nível Ira e darem bastante trabalho para serem capturados, com uma espada sagrada era fácil aniquilá-los.

A maior dor de cabeça para os céus era o fato de que humanos comuns não conseguiam vê-los, apenas cultivadores e com certo nível de cultivação conseguiam vê-los. O que levou os cultivadores a melhorarem sua cultivação enfrentando esses demônios de origem estranha. Mas até mesmo cultivadores famosos que já haviam matado centenas desses demônios não conseguiram alcançar os céus e se tornarem deuses. O máximo que alguns conseguiram foi se tornarem deuses adjuntos de algum deus marcial ou civil.

Hua Cheng: "Gege eles estão mais determinados hoje do que em outros dias. Cuidado redobrado aí."

Xie Lian: "Eu percebi. Eles estão conseguindo se defender dos meus golpes, mas está dando para revidar."

Eles sorriram um para o outro e rapidamente retomaram sua atenção na batalha. Nesse momento, eles ouviram um grito vindo de algum ponto atrás deles.

Hua Cheng: "Eu te cubro, vai lá ver quem foi que deu o azar de andar numa noite como essa."

Apesar do tom de brincadeira sua expressão estava um pouco desconfiada. Fazia muito tempo que os humanos não saíam depois do pôr do sol naquela região por causa dos ataques dos demônios. Era muito estranho ver ou ouvir alguém tão tarde da noite numa floresta tão densa e escura. Xie Lian rapidamente entrou floresta adentro e depois de correr por quase 1 quilômetro, ele viu a origem do grito.

Era uma jovem de aproximadamente 20 anos que estava com um embrulho em seus braços e bolsa simples em suas costas mas que parecia ser um pouco pesada. Ela estava parada e na sua frente e tinha dois demônios encapuzados se aproximando dela. Rapidamente Xie Lian os cortou por trás desintegrando-os. A garota olhou para ele e escondeu o rosto no embrulho em seus braços: "Por favor não me machuque senhor".

Xie Lian: "Não vou machucá-la. É perigoso andar por essa floresta e mais ainda a noite senhorita. Para onde está indo?"

Ela o olhou, desconfiada, mas ainda assim respondeu: "Eu... Estou tentando chegar na Vila Puqi."

Xie Lian: "Eu posso acompanhá-la até lá, afinal não é muito longe daqui. Você é uma cultivadora?" Sorriu, perguntando com delicadeza.

Ela simplesmente respondeu: "Não, eu sou só uma simples serva."

Antes que ele pudesse fazer mais perguntas, os arbustos se balançaram e outro demônio encapuzado saiu de lá. Rapidamente Xie Lian se colocou na frente da garota, protegendo-a. Assim que aniquilou o oponente, eles correram de volta para onde Hua Cheng estava.

No momento em que eles se aproximaram, todos os demônios encapuzados se viraram em direção da garota. Ela gritou em pavor, apertando o embrulho com toda a sua força. De repente uma luz dourada e poderosa a rodeou, exterminando cerca de 20 demônios de uma vez. Xie Lian e Hua Cheng trocaram olhares e se colocaram na frente dela. Xie Lian conseguia sentir uma aura de rei emanando daquela garota, o que era muito estranho já que ela afirmou que não era uma cultivadora.

Hua Cheng: "Quem é essa garota?"

Xie Lian: "Eu também não sei bem, mas agora não temos tempo para descobrir. Vem vindo mais e mais demônios daquele lado."

Eles lutaram com afinco, sem deixar nenhum dos demônios encapuzados se aproximarem da garota. Assim como a aura surgiu, ela também desapareceu, como se nunca estivesse estado lá. A garota estava ajoelhada no chão quando eles finalmente terminaram de aniquilar por volta de 300 demônios. Foi o maior número que eles enfrentaram de uma vez em todos esses anos.

Xie Lian perguntou: "Senhorita, você está bem? Se feriu em algum lugar?"

A garota continuou em silêncio olhando para o embrulho em seus braços. Xie Lian e Hua Cheng trocaram olhares e se ajoelharam na frente dela. A garota virou a cabeça para o lado e vomitou sangue.

Hua Cheng perguntou: "Em que momento você se feriu? Onde você está ferida?"

Ela estendeu os braços em direção a Xie Lian e colocou o embrulho em seus braços, revelando o ferimento grave do lado direito de seu peito. Ela tombou para o lado e Hua Cheng a segurou em seus braços, antes que ela caísse no chão.

Ela olhou para os dois com seriedade no olhar e falou com dificuldade: "Eu sou uma simples serva... Eu prometi que protegeria... Mas eu falhei..."

Hua Cheng: "O que aconteceu? O que você deveria proteger?"

Ela falou: "Uma pessoa ruim... Quer usar para o mal... Por favor, escondam... Protejam... Como se fosse de vocês..."

Hua Cheng: "O que devemos proteger?"

Xie Lian chamou: "San Lang..."

Quando Hua Cheng olhou para Xie Lian, que estava pasmo olhando para o embrulho que agora estava em seus braços. O embrulho se mexeu delicadamente, despertando a curiosidade de Hua Cheng. Ele olhou para o embrulho e se deparou com um par de olhos curiosos. Depois de piscar algumas vezes, o bebê deu uma risada gostosa balançando os bracinhos.

A serva nos braços de Hua Cheng morreu um momento depois. Eles acharam em sua bolsa uma carta que dizia que aquela criança corria extremo perigo e que precisava ser escondida. O plano dela era levar a criança até o templo de Xie Lian na Vila Puqi para que ele pudesse protegê-la.

Eles não sabiam o que fazer, a quem recorrer. Naquele papel não dizia o nome da criança, nem sua origem. Não dizia qual o perigo ela corria. Mas aquela serva foi morta tentando proteger esse bebê, o que comprova que talvez realmente houvesse um perigo. Deuses não podiam aparecer diante de humanos e provavelmente não podiam criar uma criança, mas naquele momento em que aquele bebê sorriu, Xie Lian tomou a sua decisão.

Afinal, um novo sentimento nasceu naquele dia.