Play: Apocalypse Zombie

The worst kiss of my life

– Yoongi.– Não é que Jimin não tenha uma voz boa, mas meu nome na boca dele não não dá certo. Desculpa, mas não vai rolar esse negócio de me acordar agora, bem agora que meu sono está ótimo.

   Um apocalipse pode estar acontecendo mas eu ainda tenho vontade de dormir. Pelo menos até que a desgraça do Jimin cola os lábios nos meus num beijo.

– Porra!?– Empurrou ele e abro os olhos.– Eu não quero pegar germes!

   Como o dramático que sou, saio do carro e cuspo no chão para tirar qualquer resquício da saliva dele da minha boca. Até aí tudo bem, tudo ótimo. Mas eu não contava que alguém fosse agarrar meus cabelos. E quando olho pra cima, adivinha só? Um zumbi. O desgraçado tinha vindo até mim sem fazer o mínimo barulho, e como o idiota que sou não percebi nada. Finalmente tenho a reação de gritar quando ele me puxa pra mais perto.

– Jimin! Me ajuda, merda!– Seguro nos ombros da coisa pra não ser mordido. Eu não sou uma garotinha em apuros, posso me virar sozinho. Mas não agora que meus braços fraquejam.

   Sei que Jimin não vai chegar a tempo de fazer algo e penso "Lindo, vou morrer com gosto de chiclete de morango na boca", pera, chiclete? Mas eu não como nada a horas. É aí que repenso "Jimin tinha chiclete e não me deu nenhum, traíra. Vou morrer sem amigos". Mas a única coisa que acontece é que a cabeça do zumbi rola pro chão e o corpo dele cai em cima de mim sujando minha blusa branca. Enquanto observo a desgraça que acabou de acontecer, alguém toca meu ombro e eu pulo de susto.

– Acho que agora estamos quites.– Jimin estava certo quando disse que podíamos encontrar o garoto da van por aí. Que mundinho pequeno afinal.

– Hã?– Estou meio que boiando e essa não foi uma resposta muito inteligente, mas vamos dar um desconto considerando o que acabou de acontecer. – Jimin seu filho da puta, eu podia ter morrido!

– Não é minha culpa que você não presta atenção!

– Se você não tivesse tentado me passar germes, isso não teria acontecido.– Eu sei, estou agindo igualzinho a uma criança. Mas o que conta é vencer a discussão, mesmo com argumentos ruins.

–É...– Percebendo que o garoto ainda está alí, eu e Jimin olhamos pra ele. E agora que estou mais calmo percebo que ele é muito gostoso.

– Foi mal... Qual é o seu nome mesmo? – Pergunto assim que percebo que não sabia como o chamar.

– Hm, é Jungkook.

– Foi mal Jungkook, eu e Jimin sempre estamos brigando.– Não gosto de agradecer aos outros, mas como ele salvou minha vida...– Valeu, por ter me ajudado e tals.

– Vocês também me salvaram lá atrás. Aliás, obrigado.

   Ele parece ser um garoto estudioso e quieto. Jungkook com certeza não é alguém como Jimin e eu, pra começar ele não tem nenhum brinco ou coisa do tipo, seus cabelos são da cor natural, ou seja, preto e tenho que admitir, cai bem nele. Por último,  suas roupas são simples e se não fosse pela faca ensanguentada que ele segura e faz ele parecer um psicopata, eu diria que Jungkook é uma pessoa normal.

   Como meus cabelos originalmente eram pretos, e não fica muito bem em mim, fugi da casa dos meus pais no meio da noite e fui pra casa do Jimin pintar os cabelos de um verde claro. Sim, isso mesmo. Mas não é nem um pouco chamativo perto dos cabelos laranjas do Jimin. E nosso jeito de se vestir é, digamos, moderno.

– Agradeça apenas a Jimin, eu ia deixar você se foder. E sabe, se ele não tivesse te ajudado você estaria morto e consequentemente eu também.– Jimin pisa no meu pé.– Caralho!