A Garota encrenca♥

003♥

Passei a tarde inteira com o Bran, ele e eu fomos a um parque de diversões e tomamos sorvete, na nossa sorveteria favorita. Concordamos dele me levar até o aeroporto já que não queria minha mãe lá, se é que a posso chamar assim. Já tinha arrumado minhas malas, e o Bran me ajudou a leva-las até o carro. Quando estava saindo de casa minha "mãe" me parou.
-Olha, o seu pai já sabe de absolutamente tudo, sua fixa continua suja, você já tem uma escola a sua espera, seu pai não quer mais problemas, então, não se atreva a continuar com os seus esquemas.- disse arrogante.
-E se eu não quiser?- felei fria, e ela me olhou com raiva.
-Eu mesma te mato!- disse ela e eu comecei a gargalhar. Recuperei o folego.
-Você?- voltei a gargalhar.-Você não mate nem uma mosca!
-Espere pra ver, se eu souber de mais algum crime seu, eu vou ao Brasil e acabo com a sua felicidade!- disse esperando que eu ficasse com medo.
-Todos sabem que a partir do momento em que eu sair por aquela porta, esquecerei tudo o que você falou, então me poupe, se poupe e nos poupe... e outra EU NÃO LIGO PRO QUE VOCÊ PENSA!- sai de lá, a deixando com a cara no chão.

Encontrei o taxi já nos esperando, Bran já tinha posto tudo no porta malas, com a ajuda do motorista. Eu sentei no colo do Bran no banco de trás,  e assim se passaram 2:00 de carícias entre eu e ele. Chegando no aeroporto me despedi dele, a aeromoça chamou o meu voo, e tive que o deixar pra trás, confesso que foi uma das piores dores que já senti! Lembrar deste sentimento, me fez lembrar dos meus fornecedores, o que eles pensariam se me vissem mudar de país e abandonar o tráfico? Eu sou viciada, mas consigo me controlar só uso quando estou com ódio, não raiva, mas ódio, mas o cigarro de maconha eu uso diariamente.

Fazia horas que eu estava no avião, eu dormi metado do tempo que eu estava lá.
-Oi moça bonita, posso ser seu amigo?- disse um garotinho que aparentava ter 7 anos.
-Oi garotinho, eu acho que você não vai gostar de ser meu amigo, mas okay. Como é o seu nome?- perguntei olhando para ele.
-Meu nome é Mathew, mas os meus amigos me chamam de Math.- disse me olhando atentamente.
-Então Math, meu nome é mirela, mas meus amigos me  chamam de Elah!
-Por que você tem o essas tatuagens?- Perguntou curioso passando as mãos em meus cabelos.
-Eu queria mudar, não queria ser comum, igual as outras pessoas. Mas agora o que eu mais quero é ser comum.- disse a ele com um sorriso triste.
-Mas por que você não tira elas?- Perguntou.
-hahaha, tatuagens não dá pra tirar, e mesmo se desse eu não gostaria, eu gosto delas, e não são ela que me fazem ser diferente?- disse não sabendo se ele iria entender, afinal ele tinha apenas 7 anos.

Ficamos conversando por muito tempo coisas diversas, tipo, games, séries, filmes, desenhos animados, sobre a escola, entre outros assuntos banais. Assim que o avião pousou, me despedi do garotinho e sai do avião. Meu pai estava com meu nome em uma plaquinha.
-Oi pai, sentiu minha falta?- Perguntei irônica.
-E como querida filha.- disse e caimos na gargalhada, era isso que eu gosto no meu pai, ele não fica me rodeando em um assunto só.
-A mamãe já te contou tudo né?- perguntei e ele acenou com a cabeça.- Então já vou avisando que não quero falar sobre isso, tudo bem?
-Sim Mirela, tudo bem, vamos fingir que nada aconteceu, porém se acontecer alguma coisa que envolva isso te mando pra um colégio militar.
-Prefiro morrer nas mãos de minha querida mãe.- disse num sussuro para não arranjar confusão.

Fomos em direção a saída e tinha um carro forrado.
-Então filha, esse é seu presente de boas vindas.- Meu pai tirou o forro que estava cobrindo o carro e dei de cara com um Audi R8 gold.- foi difícil mas dei um jeito de conseguir sua carteira de motorista.
-Olha meu pai tem bom gosto, eu tinha um desse.- disse alegre.
-Eu sei, achei melhor conprar um que você já usou, assim não haveria problemas. Agora vamos estreiar seu carro novo, indo direto pra casa. Estou tão feliz que você veio, me sentia tão sozinho.
-Eu também estou feliz, apesar de estar longe da pessoa que mais gosto no mundo, junto com você né coroa, é claro.- disse rindo e ele me acompanhou.
-Você nunca muda não é filha?- disse e gargalhamos juntos.