Eles estavam prontos. Que o chão tremesse sob seus pés. Marchariam à antiga morada dos azuis. Iriam cortar, sangrar e até morrer, mas precisavam erguer-se. Aguardaram o retorno do corvo, ele estava sem a mensagem. Poderiam mobilizar-se. Vern acenou para Fytera. Ela correu por entre as árvores e gritou para os demais. Iriam quase todos por serem poucos, antes não o eram, chegavam a grandes números, suficientes para explorarem todas as terras, mas com o golpe... depois de capturarem seu rei, os humanos os dizimaram como se fossem pragas.
Os mais jovens azuis foram os primeiros, assim o futuro deles estava limitado, escravizaram e tomaram muitas fêmeas.
Os vermelhos cobriram a terra com sangue de azuis.
Mas eles tinham seu rei e se o Rei morresse pela revolta de um azul... aquilo sim seria o fim da espécie. Por isso avisaram ele. Por isso tinham demorado um ano até descobrir o que tinha acontecido a sua princesa, o pior destino possível. Vern fez uma careta e cuspiu ao imaginar como estava sua princesa, a pequena Astye, a pequena tempestade, e sorriu ao pensar em como o desgraçado humano morreria nas mãos do grande Corlan.Fytera voltou e acenou. Estavam prontos.
Vern seguiu para o acampamento improvisado que tinham montado há doze dias, todos que conhecia, amava e protegia estavam ali, armados fossem crianças, velhos ou doentes, todos iriam lutar. Não havia voz alguma além da de Vern quando ele falou.- Voltar atrás...
Todos se uniram em um coro.
- Nunca!
- Andar atrás...
- Nunca!
- Lutar até a vitória...
- Ou morte!
Em um último urro eles bateram arcos e flechas. Vern gritou com eles, o mundo vibrou sob seus pés, o sol se pôs e lua alguma brilhou no céu escuro. Seria a noite de escuridão e sangue e morte. E eles teriam o Rei sentado no trono.
Nota: 307 palavras
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O Rei Azul - Conto de Corea
Short StoryConto de Corea. Corlan está preso há oito anos. Ele era o Rei dos azuis, porém os humanos o destronaram em um golpe que pôs a espécie a beira da morte. Usado como refém para que os azuis nunca ataquem, mas um rei não deixa seu povo a mercê de outros...