capitulo8

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03 de setembro
Moçambique, maputo

O verão chegou,os cuidados dobraram tenho que estar bem protegida de mais um dos meus inimigos, o sol.
Tenho que cobrir todo meu corpo, pois não posso me expor ao sol pior com esse calor intenso,pois este pode me causar o câncer de pele algo que pode me levar a morte, a minha mãe tinha noção desse mal e por conta disso ela dobrava os cuidados pra comigo.
Eu tinha medo de morrer, por mas que muitas das vezes na minha vida eu quisesse morrer, facto de ficar longe da minha família era insuportável.
Estava eu junto com a minha mãe abraçadas vendo o telejornal foi quando o jornalista falou anunciou que uma jovem albina na cidade de maputo tinha sido raptada e encontrada mutilada a alguns kilmetros da sua casa. Eles tiveram a coragem de retirar membros do seu corpo e deixaram o corpo jogado como se ela fosse um animal qualquer! Meu Deus!! Que tipo de ser humano são esses!
Meu coração acelerou, fiquei com muito medo, corri para o meu quarto e me traquei lá.

-Magda, minha filha abre a porta...

Respondi suplicando pra ela...

-Mãe eu preciso ficar sozinha porfavor

Depois de insistir tanto, ela decidiu respeitar minha decisão

O rapto e assassinato de albinos na Tanzânia era algo triste que acontecia muito lá, eles acham que partes do corpo de um albino trazem sorte e riqueza e até curavam doenças como o AIDS resultado isso de crenças supersticiosas centenárias.
Triste saber que algo como isso tenha chegado no nosso país, eu já me sentia mal com todo preconceito que eu sofria e agora eu tenho que lidar com isso, eu sou apenas uma adolescente era suposto que eu fosse uma garota sem preocupações e feliz, uma miúda normal.
É estremamente lamentável, como matar um outro ser humano pode trazer sorte? Me pergunto eu toda vez que oiço que mais um albino perdeu a vida por algo parecido...
Fiquei chocada com aquilo tudo e preferi ficar em casa e não ir pro colégio.
Passei todo dia na cama, dormindo e pensando, foi então que meu telefone vibrou, estranho não custumo receber mensagens no meu telefone
Era o Pedro

-alô Magda...não te ví no colégio hoje, aconteceu algo?

-pedro não aconteceu nada, não te preocupes amanhã estarei ai

Fiquei feliz por saber que alguém se preocupa comigo depois de tudo que tinha acontecido o Pedro ainda era meu amigo, me fez sentir especial, será que o Pedro gosta de mim ? Passei a noite toda pensando nele e na possibilidade dele estar gostando de mim mas ao mesmo tempo eu achava impossivel que aquilo acontecesse, e também não queria me deixar levar por falsas esperanças e me magoar mais uma vez.

No dia seguinte acordei bem cedo, dessa vez a minha mãe não me acordou, ela ficou supreendida

-Magda filha o que te deu? Parece até que você viu um pássaro azul

Dei um sorriso e disse que eu tinha descoberto que a felicidade estava em pequenas coisas que acontecem na vida, ela retribuiu o sorriso e disse que estava muito feliz por me ver assim.
Eu estava tão feliz que não me deixei envergonhar pelos olhares que me seguiam com ar de estranheza quando cheguei a escola, olhares esses que duplicaram após o sucedido com o Rodrigo
Cheguei até a sala de aulas e me sentei a espera que ele chegasse,ele chegou mais com um ar de tristeza em seus olhos perguntei-lhe oque se passava e ele triste respondeu que sua namorada tinha pedido um tempo pois achava que ele tinha outra que no caso era eu,disse que ela tinha visto em seu celular nossas mensagens e tinha interpretado mal.
Meu coração ficou despedaçado mas não podia deixar que ele desse conta por isso me ofereci pra esclarecer toda aquela confusão, com um abraço ele me agradeceu.

"Ainda que eu falasse a língua dos anjos, senão tiver amor de nada adiantaria."

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